Se o Vasco cair para a Série B, novo presidente assumirá com R$ 60 milhões a menos a receber; Leven comenta
A eleição do Vasco se desenrola em uma disputa na Justiça enquanto o time está na zona de rebaixamento do Brasileiro. A questão é que, quando o novo mandatário assuma, o time pode estar com seu futuro no Nacional já definido. Neste caso, uma queda para Série B colocará o novo presidente em um clube com perda de receita de R$ 60 milhões em 2021.
Esse é o prejuízo em perdas de direitos de televisão por rebaixado no caso do Vasco. O clube, no entanto, poderia manter seus ganhos com pay-per-view do Nacional em vez da cota da Série B. No caso vascaíno, é uma receita significativa de 7,4% do total a ser distribuído.
Esse quadro será encontrado por um dos candidatos postos Luiz Roberto Leven Siano, Jorge Salgado ou Julio Brant. Os dois primeiros ganharam uma eleição cada uma, o primeiro presencial, o segundo, online. Por enquanto, a Justiça do Rio considera válido o pleito presencial, mas haverá uma decisão do colegiado do tribunal em 17 de dezembro para definir a questão. A posse do novo presidente está prevista para o dia 15 de janeiro.
É um cronograma complicado. Nesta data, faltariam apenas nove rodadas para o final do Brasileiro e o novo presidente teria pouco a fazer. Terá que contar que o time e o técnico contratados por Alexandre Campello, atual presidente, garantam a permanência na Série A. Um cenário parecido com o do Corinthians em 2007.
Se ocorrer o rebaixamento, o Vasco perderia os pagamentos de direitos de televisão do Brasileiro para 2021. Pelo novo sistema da Globo, a cota é obtida com distribuição 40% igualitária, 30% por exibição e 30% por posição. Assim, são R$ 22 milhões garantidos, o Vasco obteve em torno de R$ 15 milhões com exibição em TV Aberta e Fechada 2019, e a premiação mínima é de R$ 11 milhões (16o colocado). Ou seja, já se perderiam aí R$ 48 milhões no mínimo. A tendência é que o número seja maior já que o Vasco tem aumentado sua exibição.
Além disso, o Vasco ficaria zerado na cota de premiação do campeonato de 2020. Pelas regas atuais, os quatro rebaixados não ganham nada. Ou seja, seria um prejuízo extra de R$ 11 milhões. No total, uma perda em torno de R$ 60 milhões. Os candidatos admitem o impacto na futura gestão.
"Torço bastante para que isto não aconteça (rebaixamento) e ainda restam 15 partidas para reagirmos. Claro que um rebaixamento causa impacto negativo, porém nosso planejamento é bastante estruturante e com cronograma de curto, médio e longo prazos. Afetará o planejamento de curto prazo mas estaremos preparados para qualquer desafio para devolver o Vasco à elite do futebol", afirmou Luiz Roberto Leven Siano, que reconheceu que o calendário não ajuda a atuar para evitar a queda.
"Quanto menos partidas tivermos para atuar menos poderemos colaborar, mas no momento estamos a 1 ponto de estarmos fora da zona de rebaixamento com 1 jogo a menos. Confio ainda na reação da equipe. De fato, o calendário na pandemia se tornou ingrato para o sucessor na presidência."
Para complicar o cenário, o balanço do Vasco deixa claro que há diversos pagamentos de dívidas condicionados às receitas de televisão. São os casos de antecipações da Globo, empréstimos bancários e do ato trabalhista. Pelo documento financeiro vascaíno, R$ são descontados R$ 2 milhões das cotas do clube a cada mês para esses débitos.
Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL