Mauro Galvão é considerado um dos ídolos da torcida do Vasco pelo papel desempenhado durante sua passagem pelo clube (1997-2000). O ex-zagueiro cruzmaltino iniciou sua carreira profissional no Internacional, passando também por diversos clubes brasileiros, europeus e pela Seleção Brasileira. Mauro contou como foi o início de sua carreira:
- Cheguei ao Inter vindo do Grêmio, tinha 15 anos e daí comecei minha história. Logo comecei a ser requisitado pela categoria acima da minha, com isso acabei chamando a atenção do profissional, e também com a indicação do Falcão.
A oportunidade de subir a equipe profissional colorada surgiu aos 17 anos. Assim que estreou na equipe de cima, Mauro pode ajudar o clube a conquistar de forma invicta o Campeonato Brasileiro de 1979. Pelo Internacional foi ainda tetracampeão gaúcho (1981-1984), campeão do Torneio Heleno Nunes (1984).
Após sua passagem no Inter, Mauro Galvão seguiu carreira em outros clubes, conta ele:
- Depois de 7 anos no Inter fui para o Bangu no Rio. Fiquei um ano e meio e depois fui para o Botafogo, onde fui bicampeão carioca depois de 21 anos. Já tinha ido com a Seleção para a Copa no México, e depois fui a Copa da Itália. Depois da Copa, eu fui para o Lugano da Suíça, ficando seis anos e sendo campeão da Copa Suíça. Voltei para o Grêmio em 1996 e fomos campeões brasileiros. Depois da Copa do Brasil em 1997, eu tive uma proposta para voltar ao Rio.
Após retornar ao Grêmio, Mauro Galvão recebeu uma proposta para vir jogar no Rio de Janeiro e defender por vez, o Vasco da Gama.
- A proposta do Vasco era boa e eu via uma vontade de fazer um time forte. Ganhamos o brasileiro em 1997, 1998 ganhamos o carioca e Libertadores, 1999 Rio - São Paulo, 2000 Brasileiro e Mercosul.
Mauro Galvâo chegou ao Vasco em 1997, naquela época o time não era cotado como favorito para ganhar o campeonato, por não ter feito uma boa campanha no Brasileiro de 96. A equipe cruzmaltina também contou com a chegada de algumas peças como Odvan, Pedrinho e Felipe que realizaram o primeiro ano na equipe profissional. Mauro comentou sobre o momento da equipe naquele ano.
- Realmente antes de começar o campeonato, o Vasco não era um dos favoritos. Porém tinha um bom time, Germano, Juninho e Ramon, na frente o Edmundo. Acho que precisava um pouco de experiência e também de juventude com o Felipe e o Pedrinho, Luisinho que eu tinha jogado no Botafogo, e comigo chegaram Evair, Válber, Odvan e Nasa.
A conquista da Libertadores em 1998 ocorreu no ano do centenário do Clube e é recordada até hoje como um dos maiores triunfos da história do Vasco. Neste ano a equipe perdeu Edmundo e Evair, mas também ganhou Donizete e Luizão. Mauro Galvão falou sobre como estava sua expectativa para o ano, após ter sido campeão brasileiro em 97 e também sobre a sensação de ganhar a Libertadores no ano do centenário do Clube.
- Ficamos um pouco preocupados no início, mas com a chegada do Luizão e Donizete a gente recuperou o poder ofensivo. Ganhar a Libertadores foi muito bom, era um objetivo individual e coletivo por ser o maior campeonato da América.
Entrando no ano de 2000, houve a épica virada sobre o Palmeiras, na terceira partida da final do Mercosul. Naquela noite, no antigo Palestra Itália, o Vasco saiu perdendo por 3 a 0, mas virou para 4 a 3 só no segundo tempo e conquistou o troféu para nunca mais esquecer. Mauro explicou como a equipe encarou o primeiro tempo onde o placar não favorecia ao Vasco, estando 3 a 0 para o Palmeiras.
- Não era normal o primeiro tempo que foi então todos se cobraram e fomos para cima. Perder de três ou de cinco não ia mudar nada. A entrada do Viola ajudou bastante o nosso ataque. O nosso time era muito experiente.
Após encerrar a carreira como jogador, Mauro iniciou carreira na Comissão Técnica do Vasco como treinador interino até o final de 2003. Em 2004 foi para o Botafogo Futebol e Regatas. Em 2005 esteve no Náutico de Pernambuco e no mesmo ano no Vilanova de Goiás. Em 2009 como Diretor Executivo no Grêmio, 2010 no Vitória da Bahia e 2011 no Avai (SC). Mauro avalia o trabalho realizado na transição dos jovens da base que são colocados juntos aos profissionais nos dias de hoje.
- Os atletas da base tem que começar a trabalhar com a equipe principal. Não existe receita de bolo, a venda de alguns garotos às vezes é necessária, em função da situação do clube. Então podemos ver que é um problema de organização, é importante ressaltar que nem sempre o atleta da base consegue confirmar no profissional seu futebol.
Para finalizar, Mauro comentou como se sente no contexto do futebol de um clube como o Vasco, que era muito respeitado pelos adversários e por parte da mídia, e nos últimos anos não tem sido respeitado da mesma forma.
- Acho que isso que está acontecendo hoje é um exemplo, já houve eleição e também um vencedor nas urnas que é o Leven. Então as pessoas que perderam não querem aceitar. Então isso colabora para atingir a imagem do Vasco, e também o fato do clube não estar ganhando títulos.
Fonte: Supervasco