O Vasco vive um momento de instabilidade em seu processo eleitoral, com duas votações tendo sido realizadas e dois vencedores: Leven Siano, que recebeu maior número de votos no dia 7 de novembro, e Jorge Salgado, vencedor no sábado seguinte.
O cenário atual é de que, após ter sido suspensa, a eleição do dia 7 voltou a ser validada pelo STJ, mas com um recurso pedindo que a decisão seja reconsiderada para legalizar o pleito do dia 14.
Nos últimos dias, Leven Siano, Jorge Salgado e o atual presidente Alexandre Campello tem trocado farpas por meio de notas sociais e falas na imprensa. Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, o representante da chapa Somamos respondeu a algumas críticas que seu opositor tem feito e revelou ter enviado mensagens ao mesmo durante a semana.
"Eu fui muito gentil com ele, porque, às 11h30, ontem (16), eu escrevi a ele como vencedor do pleito, mesmo com toda essa vergonha que eles fizeram o Vasco passar de estragar a primeira eleição direta do clube. Tínhamos tudo para estampar manchetes positivas, de uma grande festa democrática. E as notícias, infelizmente, a semana toda, foram dessa balbúrdia criada por eles, mancomunados no sentido de estarem perdendo feio as eleições, melar o jogo", disse.
"Eu escrevi para o Salgado, dizendo: ‘Eu gostaria que você me ajudasse, gostaria que, se você quiser, venha ser o nosso VP de Futebol', fiz esse convite a ele, é um cargo muito importante no clube, disse que estaria disposto a absorver bons quadros que eles tivessem, tudo em prol de construir um Vasco forte. E o cara não me respondeu, visualizou e vai ao Twitter jogar para a galera no final da tarde. Pelo amor de Deus".
Outro personagem abordado na entrevista foi o atual presidente Alexandre Campello, que, em nota, relembrou o episódio que ocorreu no dia 7, em que ambos discutiram na saída do médico do ginásio de São Januário.
"Primeiro, o Julio viu que ia perder e abandonou, o Salgado ainda achava que ia ganhar, esperou um pouco mais e abandona com o Campello. O que eu fui, foi interpelar o Campello e dizer: ‘Olha só, vocês estão abandonando por quê?'. ‘Ah, porque o Vasco pode ser punido, por estar descumprindo ordem judicial'. Eu disse: ‘Olha só, Campello, o Vasco, em primeiro lugar, para ser punido, essa ordem judicial deveria vir com uma determinação de um valor a ser pago por descumprimento. Se não houve isso, é porque essa ordem judicial não quer suspender o fato jurídico dessa eleição, mas sim os seus efeitos. A eleição vai continuar normalmente, só não vai poder se dizer quem se venceu", apontou.
"Aí, começou uma discussão, na qual ele insistia dizendo, junto de seu advogado, que poderia haver uma penalidade para o Vasco, o que era um absurdo. Ele usou aquilo para melar o jogo. Daí, a coisa ficou de um jeito que eu coloquei: ‘Campello, você, nem com a máquina na mão, consegue ter sucesso nas eleições'. Ele está querendo reinventar a história para sugerir que eu vou usar a máquina para fazer alguma coisa", completou.
Por fim, Leven ainda falou sobre o fato de a votação ter sido suspensa, colocando que não via o fato ocorrendo se o panorama da votação estivesse de outra maneira.
"Eu duvido, se Salgado, Campello ou Brant estivessem ganhando a eleição, isso teria acontecido. Isso só aconteceu porque quem estava vencendo desafia esse sistema político do Vasco", afirmou.
"A gente está sendo sabotado, está sendo boicotado. Porque nem Campello, nem Salgado e nem Brant querem um Vasco dessa maneira. Independente financeiramente, autônomo, capaz de orgulhar o seu torcedor, de disputar títulos novamente. Porque isso é perfeitamente possível, basta ter uma gestão correta", finalizou.
Fonte: ESPN.com.br