Vasco x Palmeiras terá 1º duelo entre técnicos portugueses do Campeonato Brasileiro
Jorge Gomes de Lima, o Joreca, era um jornalista esportivo português, nascido em Lisboa, mas radicado no Brasil desde a juventude. Foi o árbitro na estreia de Leônidas da Silva, pelo São Paulo, em 1942, e que se tornou treinador porque se expressava muito bem. Também por ser formado em Educação Física pela Universidade de São Paulo. Se as referências não eram tantas, o sucesso foi estrondoso.
Era o técnico do São Paulo no ano em que a moeda caiu em pé. Dizia-se que, num cara ou coroa, o Palmeiras seria campeão de 1943 se desse cara e o Corinthians venceria se desse coroa. O São Paulo, só se a moeda caísse de pé. Caiu. Joreca dirigia o timaço formado por King, Piolim e Virgílio; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luisinho, Sastre, Leônidas, Remo e Pardal.
Entre 1945 e 1946, ganhou mais um bicampeonato, com a formação mudada para Gijo, Piolim e Renganeschi; Ruy, Bauer e Noronha; Luisinho, Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha.
Ernesto Santos foi jogador do Porto, nos anos 1930, e mudou-se para o Brasil no início dos anos 1940. Dirigiu o Vasco em 1946 e era o único português a dirigir o clube da colônia lusitana antes de Sá Pinto. Em 1947, feriado de 1 de maio, Flamengo e São Paulo fizeram amistoso em São Januário. Dirigido por Ernesto Santos, o rubro-negro fez 1 x 0, com Vevé aos 3 minutos e Leônidas empatou aos 25 do primeiro tempo. Na segunda etapa, Tião marcou 2 x 1 aos 21 e Leônidas, outra vez, empatou aos 39.
Poderia ser o início da lei do ex, porque Leônidas da Silva foi ídolo do Flamengo na década de 1930. Mas não. Foi mesmo o único jogo encontrado com registro de dois técnicos portugueses duelando por clubes brasileiros -- pode haver outra partida, mas não encontrada até o momento.
Neste domingo, haverá o segundo registro com o Vasco de Sá Pinto encontrando-se com seu ex-assistente Abel Ferreira, no Palmeiras.
Sejam bem-vindos não apenas os portugueses, que ajudaram a construir este país e agora auxiliam na evolução do futebol. Mas sem bem-vinda também uma nova cultura que não castigue treinadores, brasileiros ou estrangeiros, na terceira derrota.
Em 2016, o segundo encontro entre técnicos portugueses poderia ter sido registrado, quando o Cruzeiro jogou o Brasileirão dirigido por Paulo Bento e o América Mineiro teve o comando do lusitano Sérgio Vieira por oito rodadas. Paulo Bento x Sérgio Vieira foi duelo que não existiu. Os dois foram demitidos antes.
Não adianta mudar a nacionalidade se não mudar a cultura.
Fonte: Blog do PVC - ge
Jornalista português Luís Miguel fala sobre o duelo entre Sá Pinto e Abel Ferreira no Brasileirão
Fonte: ge