Há 1 ano, Talles Magno encantava a torcida com lambreta no jogo contra o Fortaleza
Foi no dia 13 de outubro de 2019 que Talles Magno deixou a torcida vascaína com a certeza de que ela estava diante de um futuro craque. O jogo era contra o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro, em São Januário. Era a despedida do atacante, que em seguida se apresentaria para a seleção sub-17.
Aos 32 minutos do segundo tempo, ele pegou a bola na esquerda, espremido entre a linha de fundo e a marcação. A solução encontrada foi complexa, mas ao mesmo tempo simples: com uma lambreta, jogou a bola por cima do marcador e saía pelo lado quando sofreu falta. A jogada foi interrompida, o jogador do Fortaleza, expulso, mas a lenda já estava criada.
O garoto deixou a Colina ovacionado, mas nunca mais foi o mesmo. É como se um jogador tivesse indo embora e outro, voltado. O que aconteceu, um ano depois?
O primeiro diagnóstico, em São Januário e fora dele, é de que as oscilações são normais na idade. Talles tinha 17 anos quando foi alçado ao posto de novo extrassérie do futebol brasileiro e, aos 18, ainda está em processo de formação. Em condições normais, estaria no primeiro da equipe sub-20. Mas pelo talento e as necessidades do Vasco, foi levado a queimar etapas.
Soma-se a isso as lesões. Talles Magno se machucou na seleção de base e não voltou a jogar em 2019. No começo de 2020, nova lesão e mais um tempo parado. Com isso, perdeu ritmo, perdeu força física. Deixou de evoluir em aspectos importantes de seu jogo, como nas finalizações.
No total, são 40 partidas pelo profissional do Vasco e apenas quatro gols. A queda de rendimento gerou também um redimensionamento das expectativas em torno do garoto. Antes, era tido como a solução dos problemas financeiros. Agora, em São Januário, as cobranças para que gere uma venda extraordinária diminuíram. A janela de transferências do futebol europeu se fechou sem que a proposta milionária viesse.
Um ano depois, sua evolução tem sido mais em termos emocionais. Talles Magno perdeu o status de joia intocável e passou a conviver com as críticas cada vez mais pesadas da torcida do Vasco, especialmente nas redes sociais. O estafe do jogador entende que isso seja natural e que vá ajudá-lo a lidar melhor com a pressão do futebol no mais alto nível.
Nas próximas semanas, o jogador estará novamente à disposição da seleção brasileira de base, dessa vez a sub-20, do técnico Andre Jardine. Quem sabe o feitiço seja revertido e, um ano depois, o jogador que retornar do período com a CBF seja aquele mesmo que se foi em 2019, ovacionado por causa de uma lambreta?
Fonte: O Globo Online