Vasco tem bom desempenho no Brasileiro em estatística de expectativa x gols marcados
Terça-feira, 13/10/2020 - 21:47
Na tabela de classificação, o Atlético-MG tem apenas dois pontos de vantagem em relação ao vice-líder Internacional, que já disputou um jogo a mais, mas nas estatísticas de qualidade, o time mineiro sobra muito mais. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos as finalizações das equipes considerando a frequência com que concluem em gol e a qualidade de cada, quanto risco ela levam aos adversários.

Por esse ponto de vista, o Vasco é um fenômeno ofensivo: pelas características e quantidade das finalizações que fez, a expectativa é que tivesse 11 gols marcados no Brasileirão, mas já marcou 18, no arredondamento, sete gols além da expectativa. É o que mostra a tabela abaixo.

Expectativa x realidade: as estatísticas de xG

Time Expectativa de gols no ataque (xG) Gols marcados no Brasileirão Realidade*
Atlético-MG 27,8 29 1,2
São Paulo 20,1 20 -0,1
Flamengo 19,9 22 2,1
Bahia 18,7 18 -0,7
Botafogo 17,8 16 -1,8
Internacional 17,6 21 3,4
Grêmio 17,5 14 -3,5
Santos 17 21 4
Palmeiras 16,7 18 1,3
Sport 16,1 15 -1,1
Ceará 15,8 17 1,2
Corinthians 15,7 17 1,3
Bragantino 15,5 16 0,5
Fluminense 14,4 22 7,6
Athletico-PR 14,2 11 -3,2
Atlético-GO 13,6 15 1,4
Fortaleza 13 14 1
Coritiba 12,3 10 -2,3
Goiás 12,2 17 4,8
Vasco 11,4 18 6,6
*O saldo entre a expectativa e a realidade

Quando avaliado pela Expectativa de Gols (xG), percebe-se que está difícil alcançar o time de Jorge Sampaoli com o Brasileirão se encaminhando para o final do primeiro turno. Como mostra o gráfico abaixo, o Atlético-MG é o time que mais finaliza na competição e faz isso impondo um imenso perigo aos adversários. Quanto mais à direita no gráfico, mais o time finaliza em média por jogo e quando mais para cime ele está, mais perigo ele impõe nessas finalizações.



Só que um ataque é tão bom quando a defesa adversária permite que ele seja. Então, antes da próxima rodada, é preciso analisar as chances e a qualidade das chances que os adversários conseguem criar quando enfrentam cada equipe. Essa capacidade defensiva de cada um está representada no gráfico abaixo. Quanto mais à direita, mais vezes o time sofre finalizações, e quanto mais alto, mais perigosas são as finalizações que sofre, em média.

No canto inferior à esquerda, aparecem Internacional e São Paulo, duas defesas que permitem menos finalizações aos adversários e também com baixa qualidade, o que torna muito difícil fazer um gol contra eles. O Internacional sofre em média 8,9 finalizações por jogo, e o São Paulo, 9,1.

Com características muito próximas, o Bahia está sobrepondo o distintivo do Atlético-GO na arte abaixo, mas é assim mesmo que acontece, pois os números são próximos.



Expectativa x realidade as estatísticas de xG contra

Time Expectativa de gols sofridos Gols sofridos no Brasileirão Realidade*
São Paulo 9,3 13 -3,7
Internacional 10,4 10 0,4
Palmeiras 11,6 15 -3,4
Atlético-MG 12 16 -4
Grêmio 12,7 14 -1,3
Flamengo 13,2 16 -2,8
Athletico-PR 14 15 -1
Fluminense 16 17 -1
Fortaleza 16,2 11 5,2
Bragantino 16,4 23 -6,6
Santos 17,2 17 0,2
Vasco 18,4 20 -1,6
Goiás 18,6 25 -6,4
Ceará 19 21 -2
Atlético-GO 19 20 -1
Bahia 19,2 23 -3,8
Sport 19,9 19 0,9
Corinthians 20,1 20 0,1
Coritiba 21,5 19 2,5
Botafogo 22,3 17 5,3
*O saldo entre a expectativa e a realidade

Os dados de xG permitem fazer análises profundas. A arte abaixo foi feita a partir da simulação de 10 mil jogos para cada partida que está para ser realizada no Brasileirão e projeta o que deve ser o futuro das equipes na competição se as características que elas apresentam forem mantidas até o final do campeonato. Percebe-se o São Paulo e o Santos subindo na classificação, o Grêmio despencando, assim como o Corinthians, que está na zona do rebaixamento. Ela mostra de outra forma aquelas projeções de chances de ser campeão e fugir do rebaixamento.



Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados aplicada a 68.204 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.804 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos - no caso, os gols de cada equipe - acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Veja em três jogos da rodada passada como os clubes constroem seus xG ao longo da partida.




Fonte: ge