Campello: 'Sou favorável à volta do público apenas se isso estiver liberado em todos os estados'
A CBF se reúne nesta quinta-feira com os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro para discutir o retorno do público aos estádios de futebol. O tema é polêmico. Clubes discordam, prefeituras e governos estaduais divergem. O ge ouviu o posicionamento oficial dos 20 times da primeira divisão do futebol nacional sobre o debate.
A maioria dos clubes é a favor da volta dos torcedores nos jogos de futebol. Entretanto, a dificuldade está em encontrar o equilíbrio e respeito à isonomia da competição. Confira abaixo a opinião de cada clube envolvido na discussão.
Athletico-PR
- O CAP precisa saber em detalhes as condições para poder opinar e decidir.
Atlético-GO
- Eu sou a favor, porque eu acho hipocrisia em relação a muitos outros segmentos. Mas com toda a segurança possível. Ninguém pode ser privilegiado. Se no Rio for liberado e em Goiânia não for, não pode acontecer. Tem que ser para todos ou para ninguém. Com toda segurança, 30% do público, ninguém senta perto um do outro. Mas também não vou morrer se não tiver torcida. Porque eu também não quero correr riscos. Só se tiver total segurança para todos - concluiu Adson Batista, presidente do Dragão.
Atlético-MG
- O Atlético apoia a volta do público aos estádios, desde que esteja dentro de todos os protocolos e obedeça as recomendações das autoridades de saúde. Além disso, o clube só apoia se a decisão valer para todos os clubes, estádios e cidades - afirma o presidente Sergio Sette Camara.
Bahia
- Os presidentes não têm muito o que concordar ou discordar da volta do público. Esta é uma decisão das autoridades sanitárias, que é quem entende do assunto. Senão nós vamos ficar opinando se tem risco ou se não tem risco de contágio, com quantas pessoas pode contagiar ou não. Eu acho que essa não é a discussão. No dia em que as autoridades definirem que existe segurança sanitária para levar o público aos estádios, vamos voltar. Enquanto não liberarem, não vamos voltar. Nem fazer "lobby" ou insistência contra as decisões técnicas - diz Guilherme Bellintani, presidente do Bahia.
Botafogo
- O Botafogo defende o princípio da isonomia, uma premissa básica quando se fala em competição. É uma discussão que precisa contemplar o coletivo, ou seja, todos os clubes e os cenários vivenciados em todo o país, sob os mesmos critérios. É imprescindível que haja o respaldo dos órgãos de saúde e que ocorra sem açodamentos.
Bragantino
- Nosso posicionamento é que vamos aguardar a reunião e os projetos dos especialistas para analisar quais medidas tomar. Tendo a liberação, precisamos analisar todos os dados para saber até onde conseguimos organizar uma volta segura.
Ceará
- Somos a favor. Vou deixar a Federação de Futebol tratar do tema. Mas eles fazem o protocolo e levam ao governo - explica Robinson de Castro, presidente do Ceará.
Corinthians
- O Corinthians só aceita a volta do público aos estádios se todos os times da Série A tiverem a mesma oportunidade, independente do estado ou cidade. Se não forem as mesmas condições pra todos não entraremos em campo - afirma Andrés Sanchez, presidente do Corinthians.
Coritiba
- O Coritiba defende a igualdade na tomada de decisão e acredita que a medida definida deve valer para todos, respeitando a isonomia competitiva. O clube defendeu o retorno aos treinos de maneira segura e inclusive contratou um médico infectologista que contribuiu com o desenvolvimento de um protocolo de saúde, entendendo a responsabilidade das instituições sobre o atual cenário de pandemia e, ainda que esteja atento à situação e seus desdobramentos, reforça que a saúde e segurança devem ser consideradas como prioridade em relação ao retorno do público aos estádios.
Flamengo
- O clube não vai se manifestar antes da reunião.
Fluminense
- Nossa posição é de aguardar a proposição da CBF, debater e decidir em colegiado. Este é um tema de todos e não só do Fluminense, motivo pelo qual vamos debater com os coirmãos e avaliar a percepção de todos - diz Mário Bittencourt, presidente do Fluminense.
Fortaleza
- São 11 cidades que recebem a Série A. Portanto, são 11 municípios que tem que aprovar o retorno. Eu sou a favor da volta desde que ocorra ao mesmo tempo para todos - conta o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.
Goiás
- Esse tema de volta do público aos estádios, eu entendo que tem que ser intensamente discutido. Várias atividades econômicas no Brasil já estão, gradativamente, retornando. Foi assim com bares e restaurantes, tem sido com cinemas e teatros. Inevitavelmente, deverá acontecer no futebol. Isso vai acontecer de maneira desigual de estado para estado. E isso vai gerar um problema muito sério no futebol. Se, por exemplo, no Rio de Janeiro volta e Goiás não volta. Isso com certeza vai gerar um desequilíbrio esportivo. Isso é muito sério, porque a gente perde um pouco da competitividade. Sabemos da importância que tem um público impulsionando o seu clube. A gente tem que deixar isso nas mãos das autoridades governamentais voltadas para a saúde. Eu sou defensor da opinião de que o público deve sim voltar, de forma lenta e gradativa - conclui Marcelo Almeida, presidente do Goiás.
Grêmio
- O Grêmio é a favor. Com isonomia e processos sanitários uniformes e seguros, com pouco público. Progressivo, a começar com 10%. Nós não vamos gestionar as liberações - garante o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan.
Internacional
- A definição sobre a presença de público nos estádios passa pelos órgãos de saúde. Não cabe aos clubes essa decisão. O que precisamos preservar é a isonomia do campeonato. Quando tivermos as condições necessárias dentro dos protocolos de segurança que se libere para todos clubes - diz Alexandre Chaves Barcellos, vice-presidente do Inter.
Palmeiras
- O Palmeiras defenderá sempre a isonomia de condições para todos os clubes. A presença da torcida deve se aplicar para todos os clubes ou para nenhum.
Santos
- A expectativa do Santos FC é a liberação de público ao mesmo tempo para todos os 20 Clubes da Série A, para que não haja desequilíbrio com os times. Somos favoráveis, desde que valha para todos os clubes, evitando assim vantagens para poucos e obviamente a presença de torcida mesmo que para 30% de lotação certamente haverá mais motivação dia jogadores - conta José Carlos Peres, presidente do Santos.
São Paulo
- O São Paulo não vai se posicionar oficialmente.
Sport
- Eu sou a favor. Fomos quem levantou primeiro essa possibilidade, inclusive já temos um projeto para a abertura dos estádios. Somos a favor. Agora, se o governo do estado barrar, eu não acho justo jogarem todos os clubes com público e só Pernambuco sem dar o direito do torcedor ir ao estádio - afirma o presidente do Sport, Milton Bivar.
Vasco
- Sou favorável à volta do público apenas se isso estiver liberado em todos os estados, porque acho errado criar desequilíbrio esportivo - conclui Alexandre Campello, presidente do Vasco.
Fonte: ge