"Caldeirão no Galeão" e "AeroHonda", foi com essas festas que Germán Cano e Keisuke Honda desembarcaram no Rio de Janeiro no início do ano. Já Benítez e Kalou chegaram com menos barulho ao aeroporto, seja porque o argentino não era tão conhecido ou por causa da pandemia de Covid-19 que está no país quando o marfinense aterrissou.
Independente de como vieram à cidade, hoje, para cada uma das torcidas, Cano e Benítez e Honda e Kalou são sinônimos de esperança e idolatria. As apostas - de um lado em jogadores sul-americanos, e de outro em atletas de nome mas um pouco mais velhos - até aqui tem dado um resultado satisfatório.
Los Hermanos
Pelo Vasco, a dupla de argentinos esteve em campo 13 vezes até agora, com oito vitórias, dois empates e três derrotas - contra o Botafogo foi um triunfo no Brasileiro e um revés na Copa do Brasil - e 11 gols marcados (um de Benítez). Mas o entrosamento entre os compatriotas chama a atenção mesmo com os poucos meses de trabalho juntos. Inclusive fora de campo: é comum a dupla postar fotos de encontros não só deles, mas de suas famílias. É passeio de barco, é churrasco...
Os argentinos, atualmente, são praticamente insubstituíveis no Vasco, que ficou refém do sotaque portenho. Nas duas recentes vezes em que Benítez foi poupado, dado o desgaste físico, o Vasco perdeu (Atlético-GO e Coritiba). Quando Cano é substituído, a equipe perde força ofensiva.
Mistura do Japão com a Costa do Marfim
Com menos tempo em campo e, consequentemente, números menos expressivos, a dupla Honda - Kalou anima os torcedores botafoguenses. Reforços de peso contratados ao longo do ano, nenhum deles teve contato com a torcida com a bola rolando.
O japonês tinha tudo certo para estrear no jogo de ida pela terceira fase da Copa do Brasil contra o Paraná, no Nilton Santos, mas uma gripe o tirou do jogo. Quando finalmente entrou em campo, a torcida não pôde estar presente porque o jogo contra o Bangu, 15 de março, foi o primeiro sem público por causa da pandemia e o último antes da paralisação. Pelo menos conseguiu deixar o dele de pênalti.
Kalou teve ainda menos contato com a torcida alvinegra. Se Honda pôde acompanhar alguns jogos do Botafogo no Nilton Santos antes de estrear e curtir a festa que fizeram para a chegada dele tanto no aeroporto quanto no estádio, Kalou só sentiu o calor de longe. O marfinense estreou contra o Coritiba há menos de um mês e marcou o único gol dele até agora no empate em 2 a 2 com o Corinthians.
Juntos, Honda e Kalou disputaram cinco partidas. Ao todo são três empates, uma vitória e uma derrota, com um gol marcado pelo marfinense.
E os contratos?
Com Cano é simples: o atacante estava sem clube quando chegou ao Vasco no início deste ano. Contrato dele vai até 31 de dezembro de 2021. Já Benítez tem uma situação mais delicada. O Vasco busca a renovação do empréstimo do meia, que tem vínculo até 31 de dezembro - com a mudança no calendário dada a pandemia, ele perderia 11 rodadas do Brasileirão caso não permaneça. O Independiente, porém, só aceita vender o jogador: 60% dos direitos estão fixados em US$ 4 milhões.
Quando chegou ao Botafogo, Honda assinou um contrato até o fim do ano, com uma cláusula de rescisão possível após o fim dos Jogos de Tóquio, previstos para agosto, mas adiados por causa da pandemia. O clube ainda não começou as tratativas para a renovação, mas não considera que isso será um problema.
Ao acertar com o Alvinegro, Kalou teve um vínculo similar, só que mais longo. Com contrato até dezembro de 2021, o camisa 8 ou o Botafogo podem rescindir o contrato de forma unilateral após o fim do Brasileirão, em fevereiro.
Fonte: ge