Sócio denuncia no Ministério Público exclusão de lista da eleição presidencial do Vasco
Sexta-feira, 11/09/2020 - 09:20
Aos poucos os sócios do Vasco vão se insurgindo contra as decisões da Junta Deliberativa em relação à lista de associados aptos a participarem da eleição presidencial em novembro, também conhecida como Assembleia Geral Ordinária (AGO). Um deles, por exemplo, ingressou com uma denúncia no Ministério Público por ter sido excluído da listagem mesmo alegando estar em dia com as mensalidades e dentro das regras, inclusive tendo participado da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que aprovou as diretas (o resultado está sub judice).
A denúncia é de "falsidade ideológica", constada no artigo 299 do Código Penal: "Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante".
Caso o Ministério Público acate-a, ela será encaminhada para a polícia com o objetivo de se abrir um inquérito e identificar a autoria. A pena prevista para estes casos é de reclusão de um a três anos.
Sócios obtém direito de votar na Justiça
Paralelamente a este caso, dois sócios que também estão fora da lista obtiveram na 27ª Vara do Tribunal de Justiça (TJ-RJ) o direito de votar na eleição presidencial. A decisão cabe recurso.
Eles são associados do Vasco desde 2013, mas no início deste ano deixaram de pagar mensalidades. Em seguida, procuraram o clube para quitar as pendências e se regularizar ainda no primeiro semestre. No entanto, alegam que receberam um email do Cruz-maltino sendo informados de que não foram autorizados a pagar os débitos. A informação inicial foi publica pelo "Esporte News Mundo".
Tal situação caracteriza uma infração ao artigo 42 do estatuto vascaíno que diz: "o sócio desligado por se achar em débito com o clube não será readmitido sem prévia liquidação da importância devida corrigida aos valores vigentes".
912 sócios retirados da lista
Ao todo, 912 sócios foram retirados da lista original enviada pela secretaria do clube à Junta Deliberativa. A listagem de sócios aptos a participarem do pleito presidencial divulgada pelo órgão tem 8.843 nomes.
Os cortes têm gerado polêmicas e acusações entre os integrantes da Junta, principalmente Alexandre Campello (Diretoria Administrativa), Roberto Monteiro (Conselho Deliberativo) e Faues Jassus (Assembleia Geral).
Campello acusa Monteiro de ter excluído 50 sócios que estariam em dia e incluído 50 inadimplentes de seu grupo político, algo que o presidente do Conselho Deliberativo nega.
Faues Jassus, mais conhecido como Mussa, foi o único integrante da Junta que não assinou a ata e a listagem por não concordar com seu conteúdo.
Para estar apto à lista, segundo as regras, o sócio precisava ter um ano de associação com pagamento em dia e ser maior de 18 anos. Beneméritos Remidos, Remidos e Sócio Campeão mesmo não recadastrados eram aceitos desde que tenham até 90 anos. Os anistiados foram excluídos.
Fonte: UOL