Mussa afirma não ter chegado a acordo com Campello e confirma AGE para domingo
Sexta-feira, 28/08/2020 - 11:58
Embora o presidente do Vasco, Alexandre Campello, tenha saído otimista de reunião com o presidente da Assembleia Geral, Fáues Cherene Jassus, o Mussa, não houve um acordo entre as partes sobre a realização da Assembleia Geral Extraordinária prevista para os sócios referendarem as eleições diretas e a reforma do estatuto.

Campello queria que a AGE, marcada para domingo, fosse adiada para 30 de setembro e propunha a escolha de uma nova empresa para promover a assembleia virtual. Vale lembrar que Mussa contratou a Eleja Online para realizar o evento, algo que desagradou a conselheiros e ao próprio Campello. Estes defendem que isso é atribuição da diretoria administrativa e não do presidente da Assembleia Geral.

Em nota divulgada nessa sexta-feira, Mussa convocou os sócios vascaínos a se cadastrarem no site da Eleja Online até 23h59 do mesmo dia. Informou ainda que arcará com os custos da contratação.

Confira o que disse Mussa:

"Vascaínos,

Meu compromisso como Presidente da Assembleia Geral do Vasco é, única e exclusivamente, bem representar o sócio vascaíno que diretamente me elegeu, seguir a lei e o Estatuto.

Cumprindo DECISÃO JUDICIAL, comunico que a ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA será dia 30 de agosto próximo.

Estive com o Presidente da Diretoria Administrativa, Alexandre Campello, para encaminhar a Assembleia Geral Extraordinária. Informei que a única empresa capaz de realizar o pleito, no atual contexto, é a Elejaonline, comprovando sua capacitação técnica e o menor custo dentre os orçamentos coletados.

Sobre os custos, entendo que o clube passa por momento financeiro delicado. Por isso, me coloquei à disposição para arcar , PESSOALMENTE - o que não é a primeira vez que faço em benefício do clube -, com o pagamento INTEGRAL do contrato da empresa, cuja atividade é imprescindível para a viabilidade da assembleia virtual.

O Presidente Alexandre Campello se negou a assinar o contrato, insiste em não aceitar a minha contribuição e em não cumprir a determinação judicial.

Portanto, sócio vascaíno, se cadastre em:

http://assembleiavasco.elejaonline.com até hoje, dia 28 de agosto, às 23:59.

Vamos, juntos, escrever mais uma página na gloriosa história do nosso Club de Regatas Vasco da Gama e dar nossa resposta na votação eletrônica.

Saudações Vascaínas".



Reunião para punir Mussa é suspensa

Na última segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Vasco aprovou abertura de inquérito contra Faues Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral do clube. Mussa é acusado de ter cometido transgressão ao estatuto. Nesta sexta, o Deliberativo se reuniria para votar pelo afastamento ou não de Mussa, mas tal sessão foi suspensa pela juíza Katia Cilene da Hora Machado Bugarim, titular da 42ª Vara Cível da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

Katía Cilene acatou pedido de "tutela antecipada" de Mussa. A notícia foi publicada primeiramente pelo portal "Esporte News Mundo". É importante destacar que cabe recurso.

Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, convocou a reunião da última segunda-feira para propor a abertura de inquérito contra Mussa em cima de dois pontos que considera transgressão do estatuto.

O primeiro: a decisão de Mussa de convocar a Assembleia Geral Extraordinária, de acordo com Monteiro, sem respeitar a decisão do Conselho Deliberativo. Ao aprovar a reforma estatutária, os conselheiros incluíram a eleição direta. Mussa divulgou edital com análises separadas por parte do associado baseado no movimento Nova Resposta Histórica - um dos pontos de confronto entre os grupos políticos. A votação do associado seria online.

O segundo: Monteiro também elencou a contratação irregular da empresa Eleja Online para realizar a votação, segundo o depoimento do presidente vascaíno Alexandre Campello ao registrar ocorrência na 17ª Delegacia de Polícia Civil, de São Cristovão.

Comissão de sindicância dá parecer pelo afastamento de Mussa

Na quinta-feira, uma comissão de sindicância criada para avaliar possíveis sanções a Mussa deu parecer pelo afastamento do presidente da Assembleia Geral. Foram sete votos favoráveis a favor do afastamento e quatro contra.

O parecer embasaria a reunião que estava marcada para esta sexta-feira e acabou suspensa após decisão da juíza Kátia Cilene.

O caso gera mais polêmica. Mussa foi eleito pelos sócios e, de acordo com sua assessoria jurídica, só poderia ser afastado em decisão de Assembleia Geral (ou seja, votos de sócios).

Para afastar Mussa, o Conselho Deliberativo deve ter 2/3 de votos a favor. Em caso afastamento, o vice-presidente da Assembleia Geral, Alcides Martins, é quem deve assumir o cargo. Alcides foi apoiador do atual presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, na eleição de 2014, mas hoje pertence ao grupo "Avante Vasco", de Fred Lopes.

Isso, porém, não será discutido nesta sexta-feira. A não ser que os opositores a Mussa consigam recurso para realização da reunião.

Fonte: ge