Juliana de Oliveira Alves é atleta de karatê do Vasco há mais de dez anos e moradora da Baixada Fluminense. Através da luta ela conseguiu vencer a depressão e os obstáculos no caminho. O esporte, como sabemos, tem o poder de transformar histórias. Foi o que aconteceu com ela. Em 2017, Juliana perdeu o irmão mais velho, Júlio César. Nessa época ela estava treinando firme e se preparando para as finais de Campeonatos Estaduais, Brasileiro e para disputar uma vaga na Seleção almejando, consequentemente, ir para o exterior. Com o acontecido, a atleta entrou em depressão, fez uso de remédios e se afastou do esporte.

O início da vontade de reescrever a vida veio com o apoio dos técnicos, amigos e professores que a incentivaram seguir lutando. Foi com muita garra e vontade de continuar conquistando o seu lugar que ela voltou a treinar. Sempre com muita disciplina e foco. Após muitas batalhas, Juliana conseguiu ser campeã brasileira. Durante todo processo ela lutou com a blusa do irmão por baixo do kimono como uma representação da presença dele e para incentivá-la mais a vencer. Quando a vitória veio, Juliana conta que ficou emocionada e chorou bastante sentindo um alívio no peito de dever cumprido. Todos que a conheciam e sabiam do acontecimento na vida da jovem choraram junto e vibraram com o triunfo da campeã.

Depois de atingir o pódio outra batalha esperava pela atleta. Ela deu continuidade no esporte até receber um diagnóstico confirmando a presença de câncer no colo do útero. A notícia veio na véspera do Campeonato Brasileiro e, por isso, precisou interromper a carreira para se dedicar ao tratamento. A atleta buscou sua recuperação no INCA, Instituto Nacional do Câncer, passou por cirurgia e, mais uma vez, o karatê a auxiliou no processo da cura. Juliana recebeu muito apoio dos amigos, familiares, comissão técnica, médicos do Vasco etc.

- O meu psicológico estava abalado. Por conta da morte do meu irmão, pelo jogador da base que tinha falecido de câncer nos ossos e pela confirmação do meu câncer. Eu realizava tratamento com terapeuta. A minha psicóloga, minha família, meus amigos e Deus me deram todo suporte. Deus me curou, me deu vida e me colocou de pé. Eu voltei a treinar e continuei a minha luta. Estou buscando o bi campeonato brasileiro, retornar para seleção brasileira e levar o nome do Vasco, pois a instituição me deu todo apoio em vários períodos complicados da minha vida. Eu cresci almejando uma chance de fazer parte da equipe principal. Precisei passar por essas provações, pois Deus me fez "Gigante". Posso não ter sido campeã do mundo ainda, mas Deus me deu mais títulos através do esporte. O karatê me gerou vida. Hoje um dos meus objetivos é passar para todos que com fé e muita luta, seja qual for a modalidade, podemos superar as nossas dificuldades - explica a atleta com muita emoção.

Como começou a paixão da jovem pela luta?

O início da história da Juliana com o karatê começou há 19 anos quando ela tinha 11 anos de idade. A atleta começou praticando futebol, mas o professor de karatê Ulisses Sampaio chegou ao bairro que ela viviva na época, Rodilandia, em Nova Iguaçu, trazendo o esporte e a convidando para participar de uma aula experimental. O treinador foi responsável por despertar interesse na jovem e pelo começo do sonho dela. Aos 18 anos de idade Juliana foi convidada para fazer parte da equipe de lutadores do Club de Regatas Vasco da Gama.

- O karatê me escolheu. Fui achando tudo muito engraçado e depois de um mês decidi ficar na modalidade. Desde então nunca mais sai, mesmo com as dificuldades e oscilações da vida. Participei de inúmeros eventos levando minhas medalhas, fazia caderno de ouro e rifas. Tive muita ajuda do meu pai, meu maior incentivador, minha mãe, meus irmãos e da minha família. Estou até hoje no esporte. Tem quase 20 anos que faço parte da seleção carioca e mais de 10 anos no Vasco. Fui crescendo e evoluindo, pois as oportunidades surgem e a gente precisa agarrar. É imprescindível destacar que sou apaixonada pela história da instituição Vasco da Gama e por todo contexto do karatê dentro do Club. Me sinto honrada fazendo parte desse time de gigantes. Além disso, sou muita grata, pois eu pude ingressar na equipe principal com 18 anos trazendo títulos e vitórias. O karatê, também, tem um grande jornada dentro do Vasco de dar orgulho - finaliza Juliana.



Fonte: Site oficial do Vasco