As arquibancadas estão em silêncio por conta da pandemia, mas o Vasco está fazendo muito barulho no Brasileirão. Em campo e na internet. Se grandes momentos da história vascaína foram embalados por músicas, desde sambas aos funks, hoje os áudios de um apaixonado pela Cruz de Malta viralizam após cada vitória do líder do Brasileiro.

O autor das pérolas é Luiz Alan, de 35 anos e cria de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde trabalha no setor de documentação de um leilão (confira participação dele no último podcast #GE Vasco no topo da matéria).

Em meio a palavrões comuns ao vocabulário do carioca, ele abusa de jargões. Quase toda frase é iniciada por "não tem como". Para Luiz Alan, "não tem como" dormir com o Vasco na atual fase. "Não tem como" vencer o time que está "Ramonizado" e nem tampouco "tem como" parar Benítez "Estojo", a fábrica de canetas.

"Ribamar é a cereja do bolo" e a pomba da "pas" de Bastos também fizeram sucesso nos últimos áudios lançados por Luiz. O primeiro viralizou no início de agosto, após o lançamento do novo uniforme. Comemorou a venda de "133 milhões camisas em 24 horas", a suposta permanência de Guarín, que não se confirmou, e um possível interesse no francês Samir Nasri, levantado pela torcida no Twitter.

A renovação com Ricardo Graça e um acerto para a permanência de Juninho completaram a lista de itens celebrados aos berros pelo vascaíno.

- O primeiro áudio a viralizar de fato foi o do "Plau", que foi quando o Vasco passava por um momento complicado, com salários atrasados, a saída do Raul para acontecer, o impasse na renovação do Juninho, da base. Foi quando do nada: "Plau"! Várias notícias boas ao mesmo tempo, a permanência do Guarín (que não rolou), a renovação do Juninho (que está em vias de acontecer) e o pagamento de salários. Aí não teve como conter a emoção (risos) - recorda Luiz Alan.

Com novíssimas criações ao fim de cada rodada, Luiz Alan já elegeu o áudio dos sonhos: o do título mundial, com direito a gol de um dos atletas mais contestados pela torcida e que hoje vive grande fase com Ramon Menezes.

- Não tem como, em 2021 o áudio que sonho gravar é sem duvida nenhuma o do título mundial. Quem não acredita está torcendo errado e quem duvida é anti. Aquele gol do Henrique, o primeiro como profissional na final do Mundial. Mano, seria a chave de ouro!

Se os áudios e as brincadeiras não deixam dúvidas de que Luiz Alan é doido pelo Vasco, loucuras não faltam em sua vida como vascaíno. Já viajou para final de campeonato sem ingresso e se gaba por ter convertido a esposa, que torcia para o arquirrival. Confira o papo:

Quando começou a gravar os áudios?

- Eu sempre volto do trabalho e pego um certo trânsito, vejo as notícias relacionadas ao Vasco e sempre fazia os áudios para um grupo pequeno de amigos. Eles pediam resumos dos jogos e atuações dos jogadores, isso já deve ter uns quatro ou cinco anos. Mas o primeiro áudio a viralizar foi o do "Plau".

Co-autora dos áudios é a esposa, Carolina

- Tenho 35 anos e sou muito bem casado com Carolina Baraúna, que a galera não sabe, mas todas as ideias dos vídeos são dela.

Ela é vascaína?

- Agora é (risos), acho que agora ela torce mais pro Vasco do que eu. Fica nervosa, pede para as amigas torcerem. Que sonho realizado, cara.

Qual era o time dela?

- Ela era daqueles que não se pode nomear, senão zica a parada (risos).

Que loucuras já fez pelo Vasco?

- A maior loucura que já fiz pelo Vasco foi ir para Curitiba na final da Copa do Brasil (em 2011) de carona e sem ingresso com o meu amigo Rui, que, por obra do destino, é homônimo do meu falecido avô Ruy Torres Santiago, que era atleta do Vasco no salto triplo. Quem conseguiu essa carona para nós aos 45 minutos do segundo tempo foi o meu amigo China.

Perrengue em Curitiba

- Conseguimos ingressos, mas era falso. Um amigo meu de 1,80m de altura começou a chorar igual a criança. Aí uns caras que nunca vimos na vida tinham entrada para o lado da torcida da Coritiba e deram os ingressos pra nós. Entramos pelo lado do Coritiba, e os seguranças, depois de muito desenrolo, nos levaram para o lado do Vasco. Estava 1 a 0 para nós, o Coxa fez o gol, e os seguranças quase desistiram. Memorável! Graças a Deus fomos campeões! Ô frio da desgraça.






Fonte: ge