Martín Benítez é trunfo do Vasco para tentar, contra o Ceará, sua 3ª vitória seguida no Brasileiro
A figura do "enganche" é uma das mais características do modo argentino de se jogar futebol. O camisa 10 com liberdade para flutuar entre a linha do meio de campo e a do ataque. Geralmente centralizado, ele é responsável pelo passe mais construtivo, seja a assistência ou aquele que dá fluidez ao jogo, que encontra soluções contra a marcação adversária. A posição é tida como em extinção, fruto da evolução tática do esporte, de uma dinâmica de jogo cada vez mais frenética. Mas em São Januário um herdeiro da tradição portenha faz um bom começo de Campeonato Brasileiro.
Nesta quinta-feira, às 20h, no Castelão, o Vasco enfrentará o Ceará atrás da terceira vitória seguida na competição. Um dos responsáveis pela confiança no bom resultado é Martín Benítez. O argentino de 26 anos trouxe outra dinâmica ao meio de campo vascaíno. Antes marcado pela força carente de técnica, agora o setor não apenas transpira, como também inspira. E boa parte desse aspecto criativo pode ser colocado na conta do camisa 10.
Benítez deu sinais claros, nas primeiras duas primeiras rodadas do Brasileiro, de que bebe da fonte dos "enganches" argentinos clássicos, cujo último maior expoente foi Riquelme, ex-craque da seleção albiceleste e do Boca Juniors: os dribles curtos para abrir espaços na transição do meio para o ataque, a assistência para Fellipe Bastos no primeiro gol sobre o Sport. Mas se fosse um exemplar totalmente à moda antiga, talvez seria mais um problema do que solução. Benítez evoluiu fisicamente desde que chegou à Colina e tem mostrado boa intensidade.
Ele tem ajudado na recomposição defensiva quando o time do Vasco está sem a bola, tanto que foi dele o desarme que originou a jogada que terminou no segundo gol contra o São Paulo. Além disso, ele não se contenta em ocupar apenas o setor central e suas movimentações rumo ao lado esquerdo do ataque algumas vezes levam perigo.
— Tudo tem sido novo para mim. É a primeira vez que saí da Argentina — afirmou Benítez à VascoTV, sobre sua adaptação. — Aqui tem muita porrada, como há na Argentina. É mais ter a confiança do técnico e dos companheiros. Isso é muito importante para o estrangeiro.
Fonte: Extra Online