Cayo Tenório opta por manter apelido, que faz referência ao atacante equatoriano que passou pelo Vasco
Cria de Senador Camará e depois Campo Grande, Cayo Tenório deu seus primeiros passos no futebol nas escolinhas da zona oeste do Rio de Janeiro. À época era apenas conhecido como Cayo Henrique. Foi nas divisões de base do Vasco que o jovem lateral direito acabou ganhando o apelido que iria fazer questão de não abrir mão posteriormente, contrariando a tendência do futebol atual de se desfazer das alcunhas quando se chega no profissional.
Apesar de parecer, 'Tenório' não é um sobrenome. Ele foi adotado após seus companheiros o acharem parecido com o atacante equatoriano Carlos Tenório, "O Demolidor", que atuou no Cruz-Maltino entre 2012 e 2013.
"Quando eu cheguei ao Vasco, a maioria dos meus amigos ficavam falando que eu era a cara do Tenório, aí acabou pegando esse apelido. Depois até eu não quis tirar. Acho que foi uma forma de carinho de todos e acabou ficando Cayo Tenório", declarou ao UOL Esporte por meio de mensagem por áudio que teve ao fundo a voz de uma parente dizendo: "Nosso Tenorinho!".
Apesar de carregar o nome do jogador que disputou duas Copa do Mundo pela seleção do Equador, Cayo não chegou a ter um contato mais próximo com o atacante, que hoje tem 41 anos e ainda está na ativa defendendo o Deportivo Saquisilí (EQU).
"Eu tinha pouco contato com o pessoal do profissional. E logo em seguida ele saiu do Vasco, então, eu tive poucos momentos de ter um contato com ele", explicou.
Não ficou no Fluminense
Cayo Tenório viveu em Senador Camará até os 10 anos. Sua primeira escolinha foi no Cezo, em Padre Miguel, bairro próximo. Porém, muito por conta da violência na região, a família decidiu se mudar para Campo Grande, e lá ele atuou na escolinha do Aliados — que era uma filial do Vasco — e começou a participar de campeonatos.
Chegou a fazer um período de testes no Fluminense, não permaneceu por muito tempo, até que pintou a oportunidade de ir para o Cruz-Maltino.
"Antes eu passei pela categoria de base do Fluminense, que era em Xerém. Eu fiquei seis, sete meses, mas não me aprovaram, aí, logo em seguida, o meu professor Antenor me arrumou um teste no salão do Vasco. Eu passei e, graças a Deus, segui a caminhada no Vasco", se recorda.
Início como atacante
Porém, nem sempre Cayo Tenório foi lateral direito. Seus primeiros passos no Vasco foram como atacante:
"Quando cheguei ao Vasco no salão, eu era pivô e depois virei ala. Depois fui para o campo, fiquei jogando os dois e, no campo, eu era atacante. Fiquei uns cinco meses de atacante, mas depois virei lateral e fiz praticamente a base toda de lateral direito".
Disputa sadia com Pikachu
Por conta de uma lesão de Yago Pikachu ainda durante o primeiro jogo do Campeonato Brasileiro, contra o Sport, Cayo Tenório tem sido titular do Vasco e se manterá na posição para a partida de hoje (20), contra o Ceará, no Castelão. O jovem enxerga a disputa como sadia pela posição:
"O Pikachu é um grande jogador. Tem muita qualidade. Já deixou seu nome marcado no Vasco com gols, boas atuações, e eu sempre procuro estar achando meu espaço, respeitando a todos. Eu tenho certeza que é uma disputa muito sadia porque o Ramon [Menezes, treinador] sempre vai decidir o que é melhor para o grupo. E eu só procuro estar bem preparado para quando a oportunidade chegar, eu ter boas atuações."
Vital e Lucas Santos retiraram apelido
Diferentemente de Cayo Tenório, outros jovens revelados na base retiraram seus apelidos quando chegaram ao profissional, casos de Mateus Vital - hoje no Corinthians - e Lucas Santos, atualmente no elenco do técnico Ramon Menezes.
Nas categorias inferiores, Vital era chamado de Mateus Pet, pois achavam ele parecido com o sérvio que fez história no Flamengo e atuou no Vasco. Já Lucas Santos era conhecido como Robinho, também por uma comparação física com o ídolo do Santos.
Fonte: UOL