A "Identidade Vasco", depois de ter candidato próprio nas últimas duas eleições para presidente do Vasco, não terá este ano um nome de dentro de seu quadro para tentar ocupar a cadeira mais importante de São Januário. Mas o grupo político tenta viabilizar uma candidatura que acredita ser capaz de brigar pela sucessão de Alexandre Campello: o resultado de uma união entre os presidenciáveis Luis Manuel Fernandes e Luiz Roberto Leven Siano.
Pedro Strozemberg, coordenador da "IV", é um dos que encabeçam as conversas na tentativa de criar uma ponte entre Leven Siano e Manuel Fernandes. Outro ator neste movimento é Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo do Vasco. Na leitura do grupo, com a confirmação da candidatura de Jorge Salgado, à frente da "Mais Vasco", e a iminente vinda de Julio Brant, com a "Sempre Vasco", a união sonhada seria capaz de polarizar os votos do quadro social nessas três frentes.
— De alguma maneira, esse é um caminho que conversamos com os candidatos e eles próprios conversaram entre si. Eles têm noção que há muita convergência entre as candidaturas. O Vasco precisa ter estabilidade, é preciso ter composição, sem anular as diferenças. Precisamos construir um entendimento. A tendência é de uma construção com dois pólos que dialogam, que têm diferenças, mas que podem formar uma unidade — afirmou.
Entre os pontos que aproximam os candidatos, está a questão da reforma do Estatuto, de acordo com Strozemberg, prioridade da "Identidade Vasco" no momento. A votação na Assembleia Geral Extraordinária está prevista para acontecer dia 25 de agosto. Além da "IV", Leven Siano, Manuel Fernandes, o Conselho de Beneméritos e euriquistas defendem o novo texto. Uma votação convergente entre eles na Assembleia poderá dar uma noção da porção do quadro social que uma candidatura conjunta poderá capitalizar.
— Neste momento, queremos contribuir com a formação de um campo de oposição, que acredite na institucionalidade e defenda a instituição. Estamos com essas duas candidaturas no nosso radar, mas não vamos definir nada ainda. Vamos esperar passar a AGE. Será uma satisfação aprovar o novo estatuto. É um momento fundamental para o clube, atravessar essa AGE da melhor maneira possível. Misturar as questões agora é prejudicar ambas — acredita.
Depois de lançar Roberto Monteiro à presidência em 2014 e Alexandre Campello em 2017, o grupo entendeu, de acordo com Pedro Strozemberg, que o momento é de reconhecimento dos erros e de aprendizado, e que por isso não tentará uma nova candidatura em 2020. A Identidade participou do rompimento da aliança com Julio Brant, que culminou na eleição de Campello à presidência em 2017 e posteriormente rompeu com seu próprio candidato, no primeiro semestre de 2018.
O que dizem Leven Siano e Luis Manuel Fernandes
As assessorias, tanto a de Luiz Roberto Leven Siano quanto a de Luis Manuel Fernandes, foram procuradas para comentar a tentativa da "Identidade Vasco" de promover a união das candidaturas. Até a publicação da reportagem, Leven Siano não se manifestou. Já Manuel Fernandes afirmou que "cabe à própria 'Identidade Vasco' explicitar seu posicionamento no pleito. Da minha parte, reafirmo a disposição de ser um pólo de unificação e pacificação do clube".
Atualmente o Vasco possui seis candidatos à presidência: Jorge Salgado, Augusto Ariston, Fred Lopes, Luiz Roberto Leven Siano, Luis Manuel Fernandes e Nelson Medrado Dias. Além de Jullio Brant, o presidente Alexandre Campello deve se lançar para tentar a reeleição.
Fonte: O Globo Online