CBF ressalta importância de Fausto, campeão pelo Vasco em 1929, na Seleção Brasileira da Copa de 1930
A Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1930 atuava em um esquema extremamente ofensivo, o 2-3-5. Mas um dos seus destaques não integrava o ataque, e sim a primeira linha de proteção do meio-campo, como center-half, posição conhecida hoje como volante. Estamos falando de Fausto. Mesmo com a precoce eliminação do Brasil, ele teve grande atuação nas duas partidas disputadas e recebeu o apelido de "La Maravilha Negra". O site da CBF dá sequência ao material sobre os 90 anos da primeira Copa e exalta a figura deste grande ídolo, que foi o primeiro brasileiro a vestir a camisa do Barcelona-ESP, ao lado do goleiro Jaguaré.
Nascido em 28 de fevereiro de 1905, Fausto dos Santos iniciou a careira em 1926, no Bangu-RJ. Era conhecido pela vida boêmia, mas também pelo vistoso futebol. O volante tinha um estilo único, com muita elegância, e liderava o meio-campo. Era habilidoso, tinha boa precisão nos passes e um elevado vigor físico. As boas atuações nos Campeonatos Cariocas de 1926 e 1927 acabaram o levando para o Vasco e, com a Cruz de Malta no peito, fez história ao conquistar o Estadual de 1929.
Neste mesmo ano, o atleta fez a estreia pela Seleção Brasileira, em um amistoso diante do Ferencvaros, da Hungria, e teve boa atuação na vitória por 2 a 0. Em 1930, Fausto foi convocado para defender o Brasil na primeira edição de Copa do Mundo e o técnico Píndaro de Carvalho o escalou como titular nos dois jogos da equipe, contra Iugoslávia e Bolívia. Seu desempenho chamou a atenção da imprensa uruguaia, que ficou maravilhada com a classe demonstrada pelo volante. E foi a partir daí que os jornais do país exibiram manchetes como "La Maravilha Negra" quando referiam-se ao atleta brasileiro.
Fausto retornou ao Vasco depois da Copa do Mundo e, em 1931, integrou o elenco cruz-maltino que fez uma excursão à Europa passando por Espanha e Portugal. O volante e o goleiro Jaguaré despertaram interesse de diversos clubes e o Barcelona acabou seduzindo os atletas vascaínos, que foram os primeiros brasileiros contratados pelo clube. Em cerca de um ano, Fausto defendeu o time da Catalunha em 46 jogos e marcou sete gols. Ele ainda conquistou dois títulos pelos "Culés", as Copas Cataluñas de 1931 e 1932. Na sequência, transferiu-se para Young Fellows, da Suíça, mas ficou apenas cerca de dois meses e acabou retornando ao Brasil, novamente para jogar pelo Gigante da Colina. Em 1934, voltou a brilhar com o time de São Januário e ajudou a conquistar o Campeonato Carioca daquele ano.
Em maio de 1935, Fausto acabou retornando ao lugar onde fora tão festejado pela imprensa durante a Copa do Mundo, aceitando uma proposta do Nacional-URU. A passagem dele por Montevidéu durou cerca de sete meses e o volante logo retornou ao Brasil. O Flamengo foi o destino e acabou sendo o último clube dele na carreira. Já debilitado por conta da tuberculose, não tinha o mesmo vigor físico e passou a atuar na zaga. Entre altos e baixos, teve de se afastar do futebol em março de 1939 para tratar a doença e, logo em seguida, nos deixou precocemente. Os feitos da nossa eterna "Maravilha Negra" seguem por aqui e jamais serão esquecidos.
Para homenagear os grandes atletas que defenderam a Seleção Brasileira na primeira Copa do Mundo há 90 anos, o site da CBF publica uma série de matérias especiais. Os conteúdos vão de histórias dos jogadores que representaram o Brasil no Uruguai, relatos da época, fotos e muito mais. Acesse www.cbf.com.br e confira as publicações diárias!
Fonte: CBF