Antonio Lopes relembra vitória do Vasco sobre o Manchester United no Mundial de Clubes de 2000
Quinta-feira, 11/06/2020 - 12:27
Há 20 anos, o Mundial de Clubes era uma novidade no cenário esportivo. Com a chancela da Fifa, a antiga Copa Intercontinental mudou de formato e ganhou mais competidores. E logo na 1ª edição, uma verdadeira "chicotada" mostrou que a diferença entre europeus e sul-americanos não era tão grande assim. O Vasco de Antônio Lopes, Edmundo e Romário colocou o Manchester United de Alex Ferguson "para dançar" no Maracanã. Partida eleita a 54ª mais importante da história do estádio.
— No meu entendimento, foi a melhor equipe do Mundial. Ela acabou sendo derrotada nos pênaltis na final, mas no total teve mais pontos que o próprio Corinthians. O Vasco deu uma chicotada no United. Uma atuação belíssima, a dupla Romário e Edmundo trucidou com eles — conta Antônio Lopes, o treinador do Vasco naquela ocasião.
O placar, por sinal, diz muito sobre como os clubes eram vistos naquele Mundial. O Vasco contava com uma das melhores equipes de sua história e queria o título que escapou em 1998. O Manchester, apesar de ser o atual campeão da Intercontinental e da Liga dos Campeões, foi constantemente fotografado em farras no Rio de Janeiro, com alguns jogadores sendo acusados pela imprensa inglesa de jogarem de ressaca.
Dentro de campo, foi um baile cruz-maltino. A vitória por 3 a 1 foi construída com gols de Romário, duas vezes, e Edmundo, que inclusive virou um tento antológico após drible desconcertante em Silvestre. O resultado eliminou a equipe inglesa da competição e fez o lendário técnico Alex Ferguson dizer que "mesmo eliminado, era o melhor time do torneio". A fala não foi digerida até hoje. Outra desculpa foi a ausência do astro inglês David Beckham, suspenso.
— O Ferguson falou demais naquela oportunidade. Depois de ter tomado aquela chicotada, ainda teve aquele choro de perdedor dizendo que o United tinha feito a melhor campanha, apesar de ter perdido o jogo. Eu entendo como um choro de perdedor. Ele nunca esperava que o Vasco fosse vencer o Manchester — completa Lopes, sobre a declaração de Ferguson.
— Nós não nos prendemos muito no Beckham, porque o time tinha muita tranquilidade. Na época, os confrontos com os times europeus tinham uma igualdade maior com relação à qualidade técnica; A gente tinha segurança do que poderia produzir em campo — diz Pedrinho, sobre a ausência de Beckham.
O Vasco fez uma grande campanha naquele Mundial, mas acabou sendo o vice-campeão. Na decisão contra o Corinthians, também realizada no Maracanã, foi superado nos pênaltis pelo Alvinegro Paulista. Para Pedrinho, não ter ficado com a taça não tira o brilho daquela competição.
— Para nós, era muito legal disputar um torneio com times como o Real Madrid e o Manchester United. Era meio impensável naquela época jogar contra esses craques no Brasil. Mas depois que desfrutamos isso, mostramos a nossa força dentro de campo.