Então no Corinthians, Leandro Castan relembra duelo contra o Vasco pela Libertadores de 2012
Hoje é um dia de muitas lembranças para o torcedor do Corinthians . Há oito anos, o Estádio do Pacaembu sediou uma das partidas mais emocionantes da histórica conquista da Libertadores pelo time paulista. No dia 23 de maio de 2012, o alvinegro paulista bateu o Vasco por 1 a 0, pelas quartas de final da competição, em uma partida que, para muitos torcedores, deixou claro que dificilmente algum adversário impediria o título inédito.
Em entrevista exclusiva ao iG Esportes, Leandro Castan , zagueiro titular do Corinthians durante toda aquela campanha e que hoje atua pela equipe carioca, considera a partida como o "jogo do título". "Foi o jogo mais difícil da Libertadores, os times eram muito parecidos, e nós sabíamos que quem vencesse ali seria o campeão", comenta ele, completando: "Fico muito feliz por ser reconhecido até hoje por um título como esse, que me enche de orgulho. Trabalhei muito para aquele momento, foi o melhor campeonato da minha carreira".
O jogo, aliás, foi marcado por muita emoção. Depois do empate em 0 a 0 no jogo de ida, o Corinthians precisava de uma vitória simples para avançar às semifinais. Após um primeiro tempo de muito nervosismo, e com poucas chances de gol para ambos os lados, um lance, aos 18 minutos da etapa final, mudou tudo. Após um chute errado do lateral Alessandro, Diego Souza , meia do Vasco, saiu livre de marcação em direção ao gol e, após segundos de puro desespero do torcedor corintiano, o goleiro Cássio operou um milagre, em uma das defesas que entrou para a história do clube.
Sobre o lance, Castan lembra onde estava e a única atitude que tomou. "Estava na área, era uma falta para o Corinthians e estava no ataque. Quando aconteceu, tinha certeza que o Diego (Souza) ia fazer o gol. Na hora, até parei de correr e fiquei só na torcida, porque não tinha mais como voltar. A defesa do Cássio, sem dúvida, foi o que mais marcou naquele jogo", diz o zagueiro, lembrando de uma cena inusitada ocorrida nos vestiários. "Não cheguei a conversar com o Cássio sobre o lance, mas, lembro do Alessandro agradecendo ele na roda de oração, após o jogo".
Para aumentar ainda mais o nervosismo daquela partida, o técnico Tite , hoje na Seleção Brasileira, foi expulso pela arbitragem e assistiu o restante da partida juntou aos torcedores na arquibancada. De lá, ele pode comemorar, junto com um Pacaembu lotado, o gol de Paulinho, aos 43 minutos, que selou a classificação para as semifinais. Após cobrança de escanteio do meia Alex, o volante testou firme no canto do goleiro Fernando Prass e selou a vitória do Corinthians. "Não tem como descrever o sentimento daquele gol. O Paulinho era muito iluminado", comenta o jogador.
Castán chegou ao Corinthians em 2010. Após a aposentadoria do então capitão William, o zagueiro assumiu o posto e foi um dos principais nomes na campanha do título brasileiro de 2011 e fundamental para a conquista da Libertadores de 2012. O jogador, inclusive, foi eleito um dos melhores da competição, sendo convocado, em seguida, para a seleção brasileira. Ao todo, ele realizou 111 partidas pelo alvinegro e marcou dois gols.
Apesar do título da Libertadores , o zagueiro não fez parte do grupo que foi campeão Mundial, já que foi vendido a Roma, da Itália, logo após a conquista continental. Sobre essa decisão, Castan diz que não se arrepende. "Faz parte da vida profissional. Foi uma escolha que fiz para minha vida e da minha família. Fiquei muito feliz pelo grupo ter vencido também o mundial", conta.
Diante dessa vitoriosa passagem, até hoje o jogador é lembrado pela Fiel. Questionado se o torcedor do Corinthians ainda poderá vê-lo com a camisa do clube, Castan prefere deixar as coisas acontecerem. "Depois de tudo o que aconteceu na minha vida, vivo um dia após o outro. Vamos ver o que Deus tem preparado para mim. Tenho um respeito e um carinho muito o grande pelo Vasco, assim como pelo Corinthians, são dois clubes que fazem parte da minha vida", comenta.
O zagueiro, aliás, quase voltou ao Corinthians em 2019, após pedido do técnico Fábio Carille. Porém, na ocasião, renovou com o Vasco até dezembro de 2022 e hoje é um dos mais queridos pela torcida carioca.
Fonte: iG