Com o futebol parado e as receitas diminuindo, por causa da pandemia do novo coronavírus, os clubes miram alternativas para se manterem competitivos assim que a bola voltar a rolar. O Atlético-MG olha para sua realidade e planeja redução de elenco, aliada à busca por reforços em um segundo momento. Na avaliação do presidente Sérgio Sette Câmara, os jogos só devem voltar a ser disputados no mês de julho. Por outro lado, o mandatário não descarta a chegada de um "grande nome" ao Galo ainda em 2020.
Sem saber se o Campeonato Mineiro será retomado após a pandemia, o clube tem certo apenas compromissos pelo Campeonato Brasileiro. Por isso, o planejamento do técnico Jorge Sampaoli é ter um grupo de jogadores de 23 a 25 jogadores. Para a chegada de reforços, alguém terá de sair.
- Não acredito que vamos ter jogos antes de julho. Quando falei isso há um mês e meio, muita gente me criticou. Agora tem gente falando até em agosto. Temos alguns jogadores em vista, mas o Atlético vai ter um elenco reduzido, de 23 a 25 atletas. São tempos de guerra. Vamos encontrar um meio termo entre o que a gente pode pagar e o tamanho do elenco. Isso significa dizer que, se vier reforço, vamos desfazer de jogador. Não dá pra ficar com 30, 32 jogadores. A realidade é outra. Quem não souber administrar isso vai ter muitos problemas. Você tem que encontrar um equilíbrio entre um bom elenco e o aperto financeiro - disse Sette Câmara, em entrevista ao Canal do Nicola.
Nos últimos dias, o Atlético já liberou nove jogadores. Seis deles estavam no grupo principal: Ricardo Oliveira, Franco Di Santo, Lucas Hernandéz, Ramón Martínez, Edinho e José Welison. Outros três voltaram de empréstimos e não vão permanecer: Lucas Cândido, Mansur e Clayton. Todos ainda terão os futuros definidos. O lateral-direito Patric já havia rescindido o contrato.
Investimento só no futuro
Enquanto acerta saídas, o Atlético monitora o mercado em busca de reforços. Porém, o momento não é visto como ideal para fechar contratações. Com a queda de receitas, o Galo vive uma fase de redução de salários. Questionado sobre o atacante Marrony, do Vasco, e o meia Gustavo Scarpa, do Palmeiras, Sérgio Sette Câmara disse:
- São ótimos, são jovens, valeriam investimento. Mas, neste momento não dá pra falar em redução salarial do elenco e, ao mesmo tempo, em aquisição de jogadores. Os meus atletas vão olhar pra mim e falar: "Você está tirando do meu salário pra ir lá e comprar um jogador?". Você praticar a redução e até mesmo adiar o pagamento da imagem, como muita gente já está fazendo, é normal, ninguém falou que não vai pagar. Agora, temos que achar o momento oportuno para fazer isso. E esse tipo de investimento agora é quase que proibitivo.
Entretanto, o dirigente não descarta uma grande contratação para o Atlético no restante da temporada. O desafio é encontrar esse nome e saber o momento certo de ir ao mercado. A missão está com o diretor de futebol Alexandre Mattos.
- Cabe (um grande jogador). Temos aqui hoje o melhor diretor de futebol do Brasil. Ganha bem pra isso. Vamos ver se ele encontra isso aí pra gente.
Um nome sempre em pauta no Atlético é o de Roger Guedes, do Shandong Luneng, da China. Porém, o ex-atacante do Galo é hoje um alvo distante da realidade do clube mineiro.
- O Róger tem um contrato que paga muito bem lá na China. Não sei como está a situação do futebol chinês, se já estão voltando. Certo é que lá a pandemia já passou, ou está entrando pra segunda onda, sei lá. Sei que ele está por aqui (no Brasil). Ele é um bom garoto, gosto dele, ele gosta do Atlético. Eu sei que, mais dia menos dia, ele vai acabar voltando. Um camarada que se identificou muito com o Atlético, com a torcida. O jogador tem um hiato da vida dele para ganhar dinheiro. E ele está vivendo esse momento. Tem a questão de gostar do clube, mas óbvio que ele vai pensar sempre na questão financeira. Pelo que ele ganha hoje, pra nós, é um pouco complicado. Mas vamos ver. Quem sabe a gente consegue encontrar uma solução.
Fonte: GloboEsporte.com (texto), Reprodução Internet (foto)