Carlos Brazil diz que prioridade é a captação de jovens que criem raízes com o clube
Quinta-feira, 07/05/2020 - 19:07
Em nova live promovida pela Vasco TV, o gerente de futebol de base do clube, Carlos Brazil, participou de coletiva nesta quinta-feira. Perguntado sobre a captação de atletas feita com foco na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Carlos disse que a prioridade cruz-maltina é formar em casa. E ainda destacou que acredita numa produção em massa de jogadores oriundos das categorias sub-17 e inferiores.

- Do sub-17 para baixo, não tenho a menor dúvida que estamos entre os melhores elencos do Brasil. Se vai ganhar ou não, é outra história porque do outro lado também tem trabalho. De 17 anos para baixo, digo que o Vasco vai ter uma produção absurda porque é muita qualidade que a gente vê lá.

Por mais que não descarte a contratação de atletas com idade superior a 17 anos, Brazil usou um dado estatístico para sustentar o modelo adotado pelo Vasco. Destacou que jovens envolvidos em transações de altíssimo valor nos últimos tempos sempre tiveram longa trajetória dentro de seus respectivos clubes.

Rodrygo, ex-Santos, Gabriel Jesus, ex-Palmeiras, e os ex-flamenguistas Lucas Paquetá, Vinícius Júnior e Reinier são alguns dos exemplos mais recentes. Dentro do Vasco, os últimos que mais renderam aos cofres do clube foram Paulinho, em 2018, e Philippe Coutinho, em 2010.

- A gente precisa entender alguns aspectos. Tenho batido nessa tecla. Temos que formar jogadores dentro do clube e trazer jogadores de fora pontualmente. O ideal é a formação, vamos privilegiá-la. É importante ter uma captação muito forte quando os meninos ainda são crianças. Para que se formem dentro do clube e criem identidade. A transição para o profissional é melhor dentro dessas condições sem dúvidas.

Veja outros tópicos:

Investimento em meninos desde crianças que renderam grandes transferências

Se você pegar jogadores que foram vendidos nos últimos anos no Brasil por valores altos, você vai ver que são meninos formados dentro do clube desde 9, 10 anos de idade. A gente tem que estar ligado nesses dados para que entender o que é melhor.

O futebol brasileiro mudou. Hoje você trazer um atleta com muita qualificação aos 17, 18, 19, 20 anos de idade, ele custa dinheiro. Não tem como ser diferente.

O Vasco tem um orçamento apertado. Está se reestruturando financeiramente para que daqui a dois ou três anos, a gente possa trazer jogadores contratados se houver necessidade e com a qualidade requerida.

Captação na Copa São Paulo e contratação de dois jovens da Itapirense (meia Andrei e goleiro Maranhão)

Quando acaba a Copa São Paulo, o nosso departamento de captação, que é excelente, tem mapeado praticamente todos os jogadores da competição. A captação fica totalmente voltada para a Copa São Paulo. E acompanham todos os jogos, tanto lá quanto na televisão.

E os melhores jogadores são disputados pelos grandes clubes. E alguns com possibilidade de orçamento para compra de jogadores já na base. Então fica difícil para o Vasco disputar com esses clubes.

A gente tem que trazer jogadores pontualmente desde que também não haja muito interesse desses clubes que pagam. Nessa Copa São Paulo, fizemos uma tentativa de 10 contratações e conseguimos trazer esses dois meninos da Itapirense.

São dois meninos que chegam de um clube de menor investimento, tem alguma dificuldade. O Vasco é um clube grande, tem uma camisa pesada. Isso tudo tem que ser avaliado no decorrer do tempo. Isso tudo ficou prejudicado. A gente possivelmente não vai conseguir prosseguir com um dos jogadores (o meia Andrei) porque ele está no último ano do sub-20.



Fonte: GloboEsporte.com


Em live com a Vasco TV, Carlos Brazil fala sobre o trabalho das categorias de base do Vasco

O convidado da Vasco TV nesta quinta-feira (7/5) foi o Gerente de Futebol da Base, Carlos Brazil. Na entrevista, o dirigente falou sobre diversos assuntos e explicou como vem sendo realizado o trabalho nas categorias de base do clube desde a sua chegada em 2018. Brazil ressaltou o trabalho multidisciplinar realizado pelo clube, citou novos projetos como o DNA Vasco, como as comissões técnicas vem reagindo a pandemia do COVID-19 e principalmente qual tem sido o foco do Gigante da Colina na formação de novos talentos.

- Do sub-17 para baixo, não tenho a menor dúvida que estamos entre os melhores elencos do Brasil. Se vai ganhar ou não, é outra história porque do outro lado também tem trabalho. De 17 anos para baixo, digo que o Vasco vai ter uma produção absurda porque é muita qualidade que a gente vê lá. A gente precisa entender alguns aspectos. Tenho batido nessa tecla. Temos que formar jogadores dentro do clube e trazer jogadores de fora pontualmente. O ideal é a formação, vamos privilegiá-la. É importante ter uma captação muito forte quando os meninos ainda são crianças. Para que se formem dentro do clube e criem identidade. A transição para o profissional é melhor dentro dessas condições sem dúvidas.

Brazil também falou sobre o trabalho à distância que vem sendo feito com os Meninos da Colina durante a quarentena:

- Não deixamos de trabalhar com os atletas um só minuto. Também temos realizado reuniões periódicas com as comissões técnicas procurando desenvolver ainda mais nossa metodologia. Os atletas recebem microciclo de treinamento semanal com treinos físicos, cognitivos, análises táticas, orientações de alimentação, etc. A análise de desempenho tem enviado muitos materiais para todos os atletas com vídeo de lances sobre a nossa metodologia, alinhados com o objetivo traçado pela comissão técnica, para que estudem. As comissões técnicas têm realizados reuniões frequentes com todos para debater esses vídeos, treinamentos...

Confira outros trechos da live

PANDEMIA
É preocupante. Haverá um prejuízo grande para todos os atletas que estão em formação. A interrupção do processo não é adequada. Temos uma preocupação ainda maior com atletas que estão no último ano de formação. Entendemos que a CBF deve fazer algo à respeito, excepcionalmente, e o Movimento da Base estará enviando uma proposta para a CBF e Federação nos próximos dias.

RETORNO
Acreditamos que o retorno do futebol de base será paulatino e iniciando pelas categorias mais velhas. Somente deverá ocorrer quando tudo já estiver um pouco mais dentro da normalidade, mas todos os cuidados e orientações de prevenção deverão fazer parte da rotina, não tenho qualquer dúvida disso.

INVESTIMENTO NA BASE
Se você pegar jogadores que foram vendidos nos últimos anos no Brasil por valores altos, você vai ver que são meninos formados dentro do clube desde 9, 10 anos de idade. A gente tem que estar ligado nesses dados para que entender o que é melhor. O futebol brasileiro mudou. Hoje você trazer um atleta com muita qualificação aos 17, 18, 19, 20 anos de idade, ele custa dinheiro. Não tem como ser diferente. O Vasco tem um orçamento apertado. Está se reestruturando financeiramente para que daqui a dois ou três anos, a gente possa trazer jogadores contratados se houver necessidade e com a qualidade requerida.

CAPTAÇÃO NA COPA SÃO PAULO
Quando acaba a Copa São Paulo, o nosso departamento de captação, que é excelente, tem mapeado praticamente todos os jogadores da competição. A captação fica totalmente voltada para a Copa São Paulo. E acompanham todos os jogos, tanto lá quanto na televisão. E os melhores jogadores são disputados pelos grandes clubes. E alguns com possibilidade de orçamento para compra de jogadores já na base. Então fica difícil para o Vasco disputar com esses clubes. A gente tem que trazer jogadores pontualmente desde que também não haja muito interesse desses clubes que pagam. Nessa Copa São Paulo, fizemos uma tentativa de 10 contratações e conseguimos trazer esses dois meninos da Itapirense. São dois meninos que chegam de um clube de menor investimento, tem alguma dificuldade. O Vasco é um clube grande, tem uma camisa pesada. Isso tudo tem que ser avaliado no decorrer do tempo. Isso tudo ficou prejudicado. A gente possivelmente não vai conseguir prosseguir com um dos jogadores (o meia Andrei) porque ele está no último ano do sub-20.

COLÉGIO VASCO DA GAMA
O colégio é fundamental na parte logística. Os meninos podem estudar e treinar. Isso facilita muito. O Vasco dá alimentação para esses meninos. Eles ficam o dia inteiro no clube. Tem outro fator que é muito importante, que é o trabalho cognitivo. Estamos implantando sistemas, para avaliar melhor e desenvolver essa parte. O colégio ajuda muito nesse sentido. O futebol mudou. A gente não consegue entender que o jogador não pense ou avalie o jogo. Ele fica praticamente 88 minutos sem a bola e pra entender o jogo é preciso desse entendimento. Por isso o colégio é tão importante. Ele amplia o conhecimento e o cognitivo.

DNA Vasco
Criamos o projeto DNA Vasco, identificação com o clube. Uma pena ter a pandemia, porque esse projeto tem várias nuances. Tour Pela Colina, entrar em campo com os jogadores... as crianças de 6 a 13 anos, recebem conteúdos sobre a história do Vasco. Resolvemos fazer com as categorias maiores agora. Isso cria identificação. Quem não se identifica com a história do Vasco? É a história mais bonita do futebol. Ele cria essa identididade, passa a não querer jogar em outro clube, sabe que pode chegar no profissional. Isso faz com que as transições sejam mais simples.

Eles fazem parte da história. Não tem como não conhecer o Roberto, o Acácio, o Carlos Germano, o Felipe, Romário, Edmundo... eles passaram pelo clube, foram criados como esses garotos. Queremos fazer cada vez mais que esse projeto aproxime os garotos da história do clube.

RELAÇÃO COM AS FAMÍLIAS DOS MENINOS
Faz parte da nossa equipe multidisciplinar. Temos duas assistentes sociais e duas psicologas. Ainda tem a maravilhosa Cida, que tem anos de Vasco, e faz um trabalho excepcional. Eu não vivo sem essa mulher (risos). Ela é fundamental nesse processo. Amanhã nós vamos distribuir 75 cestas básicas para as famílias de alguns meninos mais carentes. O Vasco tem esse cunho social. Nós, os treinadores, supervirsores, coordenadores, estamos sempre à disposição. Meu telefone está aberto para eles entrarem em contato. Eles vão sempre ter de mim a verdade e a honestidade. Isso é importante porque eles tem a segurança nesse comando e sabem que os profissionais que estão ali seguem a mesma diretriz. Existem informações que são doídas, mas são importantes e necessárias.

POUSADA DO ALMIRANTE
A Cida cuida dos meninos, da hospedagem, dos monitores, ela cuida da gente. Ela é um espetáculo. Temos que ter cuidado com essa hospedagem e cumprimos todas as normas para o Certificado de Clube Formador. Após a fatalidade no Ninho do Urubu, todos os clubes foram vistoriados e o Vasco apresentou tudo que era necessário. Houve uma reforma ano passado, as salas ganharam alguns passatempos, como mesa de ping-pong, sinuca, totó... e nós damos toda a assistência necessária.

SER CAMPEÃO OU FORMAR?
O mais importante é formar. Nós trabalhamos para o jogador chegar no profissional e dar retorno técnico e/ou financeiro. Sabemos que é importante também, por conta da situação dos clubes brasileiros, vender alguns atletas. O Vasco sempre foi uma fábrica de talentos. Quando falo isso, é formar em sequência para quando sair um, ter outro. A formação é fundamental. Quando se tem uma qualidade no trabalho, a vitória é consequência. Faz parte do processo ser campeão. É Vasco. O clube é gigante e eles tem que se habituar a vencer. Agora, isso não pode ser cobrado como se fosse o objetivo final. Ganhamos diversos títulos, o Sub-20 que ganhou menos, chegou em várias finais. Temos disputado títulos em todas as categorias. Trabalho de qualidade é assim. Você colhe qualidade.

Fonte: Site oficial do Vasco