Ramon relembra sua trajetória como jogador do Vasco e afirma ter Antonio Lopes como referência
Efetivado pelo Vasco desde 30 de março, Ramon Menezes ainda não pôde pisar no gramado com apito na boca e boné na cabeça como treinador da equipe principal. O isolamento social postergou a estreia na nova função. Com isso, deixemos o sobrenome de lado e voltemos à época do importantíssimo meia Ramon, peça-chave nas conquistas do Brasileiro, da Libertadores, do Carioca e do Rio São-Paulo, entre 1997 e 2000.
No fim da semana em que completou um mês como técnico do clube onde mais brilhou, Ramon foi convidado pelo GloboEsporte.com a fazer uma lista com momentos e figurantes marcantes de sua trajetória por São Januário.
O ex-atleta nem sempre seguiu o roteiro das perguntas, mas deu boas respostas. Citou Antônio Lopes, seu ex-treinador e hoje coordenador técnico do Vasco, como referência. Disse que Edmundo esteve no topo do futebol em 1997, ano do tricampeonato brasileiro, e elegeu seu gol mais marcante (confira depois da foto que ilustra a principal conquista de Ramon e do clube).
Confira o bate-bola:
Que título você considera o seu mais marcante pelo Vasco?
Libertadores, né? Foi um dos títulos mais importantes ou o mais importante da história do clube. E por eu ter feito parte daquela geração. Eram grandes jogadores e amigos mesmo. Só nós sabemos o que nos fez chegar àquela condição de decidir títulos porque aquela geração ficou marcada na história do clube.
Qual foi o seu melhor jogo pelo Vasco?
Eu vou escolher uma temporada. Acho que em 2002 na parte individual eu estava talvez no auge técnico, físico, tático e psicológico já sem nenhum remanescente daquela geração. Fiz grandes jogos com a camisa do Vasco em 2002. Lógico que do final de 96 até 2000 eu fiz grandes jogos também, nós ganhamos vários títulos, mas 2002 foi meu auge.
Qual o gol mais bonito?
Não o mais bonito, mas vou falar um num momento muito importante que foi o gol contra o América do México no (Estádio) Azteca, onde empatamos por 1 a 1. Foi o primeiro ponto do Vasco na Libertadores. Precisávamos pelo menos do empate naquele momento. Foi um gol muito importante para a sequência para o título.
Quem é o melhor amigo que fez no Vasco?
Foram vários, eu não tive o melhor. Tive uma felicidade muito grande de ter convivido com muita gente boa, com grandes caras e atletas fantásticos que depois fizeram muito sucesso no futebol brasileiro e mundial. É o caso de Pedrinho, Felipe, Juninho, Mauricinho... Falei de quatro e há vários. Depois tem a chegada do Luizão, o Edmundo. Todos foram importantes no meu crescimento como atleta.
Um jogo para esquecer
Contra o Real Madrid. Naquele segundo tempo, o Vasco jogou muita bola, e nós poderíamos ter saído dali campeões do mundo. Quando vejo, e eu já vi umas duas ou três vezes, eu fico triste. Fico triste de ver aquele jogo.
Contra o Corinthians, naquela outra final aqui, embora o Vasco tenha ido muito bem e também pudesse sair com o título, pelo fato de ter sido o primeiro Mundial e devido ao que foi o segundo tempo, o jogo com o Real Madrid é o para esquecer.
Melhor jogador com quem jogou no clube
O Edmundo naquela fase de 1997 se não foi o melhor jogador do mundo naquele ano, ele foi um dos. Porque o Edmundo conseguiu reunir toda a sua condição física e técnica naquele momento. Fez uma temporada brilhante, nos ajudou muito e foi um jogador decisivo naquele momento.
O que gostaria de repetir como treinador o que fez como jogador?
Acho que a trajetória de títulos entre 1996 e 2000. O Lopes é uma referência de trabalho, eu gostaria muito de seguir os passos do professor dentro do clube. Ele teve uma felicidade muito grande de ter comandado de maneira brilhante uma geração fantástica, com grandes jogadores. Eu vou trabalhar muito para que eu tenha esse sucesso.
Fonte: GloboEsporte.com