Claudio Winck fala sobre quarentena, Ramon e briga por posição com Pikachu
Quinta-feira, 23/04/2020 - 16:42
O início da temporada 2020 foi bastante complicado para o lateral-direito Claudio Winck, do Vasco. Afastado no começo do ano, o jogador passou a não ser escalado para os jogos e viveu momentos de muita indefinição na carreira.

Depois de seguir trabalhando no dia a dia do clube carioca, Winck foi reintegrado ao elenco no mês de março após aceitar uma proposta da diretoria vascaína. Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, o lateral relatou o período que viveu no início da temporada e contou como encarou este momento conturbado na carreira.

"Foi um momento longo e difícil ficar de fora somente treinando e ver meus companheiros jogarem, mas eu acreditei no meu trabalho e acreditei que iria conseguir o meu espaço. Meu foco nesse momento foi me preparar pra dar a volta por cima", relembrou Claudio Winck.

Agora, Winck tenta se firmar na equipe vascaína para conseguir demonstrar seu futebol aos torcedores. Depois do retorno do futebol brasileiro, o lateral deve ter a concorrência do companheiro Yago Pikachu, uma das referências técnicas do time nos últimos anos. Porém, o jogador garantiu que esta disputa só causa benefícios ao Vasco.

"Acredito que a concorrência só faça o clube ganhar. Pois são dois ou mais atletas que estão se dedicando ao máximo para conquistar ou manter seu lugar no time. A competição sadia é muito boa. O Yago é um grande cara e tenho o maior respeito pelo trabalho dele. Sigo focado e fazendo o meu trabalho, acredito que só assim é possível alcançar os objetivos", analisou o jogador.

Questionado sobre as mudanças no comando do futebol do clube, Claudio Winck comentou a efetivação de Ramon Menezes como treinador da equipe e demonstrou grande confiança no trabalho do comandante para este ano do futebol brasileiro.

"O Ramon é um grande profissional e conhece o Vasco como ninguém. Se preparou para este desafio e acredito que tem potencial pra desenvolver um bom trabalho à frente do clube. Espero que possamos ajudá-lo e contribuir da melhor forma possível para o sucesso do Vasco", elogiou Winck.

"Primeiramente, é preciso de tempo para que o novo técnico coloque em prática toda a sua teoria em relação ao time. Queremos fazer um bom campeonato, de forma equilibrada e segura, manter um bom desempenho e pensar um jogo de cada vez", acrescentou.

Apesar de toda a expectativa entre os jogadores, o Vasco vive um momento difícil relacionado às suas finanças. O clube ainda não acertou nenhum valor com o elenco nesta temporada, segundo o volante Andrey, e tenta encontrar uma solução rápida para resolver estas pendências.

O fato do atraso nos salários fez com que os atletas vascaínos tomassem a decisão de não conceder entrevistas coletivas enquanto a situação não fosse definida. Após diversas conversas com o presidente Alexandre Campello, os jogadores voltaram a conversar com a imprensa antes da paralisação do esporte.

Durante a conversa, Claudio Winck explicou os motivos que fizeram com que o elenco tomasse tal atitude e detalhou a relação com o mandatário vascaíno durante este período.

"Foi uma forma que os jogadores tinham de protestar contra o que estava acontecendo. A relação com o presidente foi boa, sabíamos que ele estava tentando resolver o problema dentro das possibilidades que ele tinha na mão, sabíamos que ele se esforçava pelo melhor do clube, então teve bastante diálogo e conseguimos chegar num consenso em que todas as partes ficaram minimamente satisfeitas", relembrou o lateral-direito.

Aos 26 anos de idade, Winck coleciona passagens por importantes times do futebol brasileiro. Revelado pelo Internacional, defendeu Sport, Chapecoense e Vasco. Além disso, o lateral já atuou no futebol europeu, quando passou pelo Hellas Verona, da Itália.

Claudio Winck ainda tem grande relação com o futebol e com a história do Vasco por conta de seu tio, Luiz Carlos Winck. O ídolo do clube conquistou o Campeonato Brasileiro de 1989 com a camisa Cruz-Maltina e entrou para o hall dos maiores ícones da trajetória do clube.

Confira outros trechos da entrevista com o lateral Claudio Winck:

OBJETIVOS NA CARREIRA

- Claro que ainda tenho muitos objetivos na carreira. Passei por grandes clubes e aprendi muito com cada um deles, o que me transformou na pessoa e profissional que sou hoje. Sou muito grato por todas essas vivências e levo todos os aprendizados comigo. No momento, minha cabeça está completamente no Vasco, não penso em outros clubes. Quero conquistar meu espaço aqui e me dedico diariamente para que isso aconteça.

PERÍODO VIVIDO NA EUROPA

- A escola do futebol europeu é muito rica. Procurei absorver todo o conhecimento e ensinamentos que tive lá. O futebol é um pouco diferente, mas continua sendo bastante competitivo e os adversários são complicados. São competições que exigem sempre o melhor preparo físico e técnico para realizar os jogos de maneira satisfatória.

DIFERENÇAS DO FUTEBOL: BRASIL X EUROPA

- Como citei anteriormente, é uma escola de futebol diferente da brasileira. Aqui, nascemos com a bola no pé, o primeiro presente é sempre uma bola. Aprendemos a carregar o título de "país do futebol" desde muito cedo. Não dá pra fazer um comparativo, porque acredito que a essência do futebol seja a nossa, lá eles aperfeiçoaram principalmente a questão tática e dos fundamentos.

RELAÇÃO COM O ÍDOLO LUIZ CARLOS WINCK, SEU TIO

- Quando se tem duas pessoas na família que jogam ou jogaram futebol, a comparação é sempre inevitável. Ainda mais quando seu tio é um grande ídolo do clube onde você joga. A comparação não atrapalha, pois sei das minhas qualidades. O Luiz me ensinou muito e foi um grande lateral, procuro aprender sempre com ele, inclusive com seus feitos do passado. A camisa do Vasco é pesada por si só, tem uma torcida gigante e muito apaixonada, a pressão vem daí e não de qualquer comparação. Quem veste a camisa desse clube tem que estar preparado para lidar com as cobranças que virão, porque é um gigante do Rio e tem muita história.

QUARENTENA

- O isolamento pegou todo mundo de surpresa e tem sido algo diferente de tudo o que já vivi. Ter que ficar dentro de casa e com o contato mínimo com outras pessoas é complicado, mas acredito que esteja servindo para valorizarmos as relações humanas, algo que talvez estivesse perdido há algum tempo.



Fonte: SportBuzz