Souza ajuda jogador de vôlei que estava isolado na Arábia Saudita a voltar para o Brasil
O ponteiro Leonardo Felipe Amâncio, de 29 anos, que defendeu nessa temporada o Thahlan Sports Club, da Arábia Saudita, está de volta ao Brasil. Ele, que estava isolado em Al Duwadimi e sem atuar desde o cancelamento da liga de vôlei local devido à pandemia de coronavírus, pediu ajuda à Embaixada do Brasil no país e à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). E, após a publicação de uma entrevista no GloboEsporte.com onde contou sua história, conseguiu uma carona para retornar à sua terra natal com um grupo de jogadores de futebol.
O esportista teve a ajuda do volante Souza, que começou no Vasco da Gama, passou por Porto, Grêmio, São Paulo e Fenerhbahçe e hoje defende o Al-Ahli; do atacante Romarinho, ex-Corinthians e atualmente no Al-Ittihad; e do goleiro Marcelo Grohe, que atuava no Grêmio e, desde 2019, também veste a camisa do Al-Ittihad. Foi o ex-atleta do Cruz-Maltino quem avisou que retornaria em um voo fretado juntamente com outros jogadores de futebol para o Brasil e perguntou se Leonardo gostaria de voltar com eles.
- Essa volta foi muito surpreendente. Chegou uma mensagem no meu celular. Eu não conhecia o número, e o cara falou: "E aí, Leonardo, tudo bem? É o Souza". Achei que era fake, que era mentira. Foi então que ele me mandou um áudio, conversou, disse que tinha visto a reportagem. O representante do Marcelo Grohe também me procurou. Eles me ajudaram a vir embora. Fiquei muito grato porque foi uma coisa que hoje em dia não é todo mundo que faz. Foi muito bom estar do lado de pessoas que são humildes, que vieram debaixo e venceram, muito gratificante. Eu não parava de sorrir. Foi muito proveitoso o voo dos caras que sempre admirei. Eu já joguei bola também. Fui volante, então sempre admirei o Souza por tudo que construiu dentro do futebol e da carreira dele - falou.
Foi o representante do goleiro Marcelo Grohe quem soube da história de Leonardo, correu atrás de seu telefone e falou com o goleiro e com Souza. O volante então decidiu entrar em contato com ele. Grohe não estava no voo, somente Romarinho, o defensor e o representante do goleiro, além dos familiares dos atletas. O ponteiro fez questão de elogiar a atitude e o respeito com o qual foi tratado.
- Agradeço ao Souza, que foi quem abriu as portas para mim, o Romarinho, o Marcelo Grohe e seus representantes. Ele eu não conheci pessoalmente, mas ele me procurou. Conversava com o Souza pelo Instagram, mas foi legal poder conhecê-los. Eu desejo tudo de melhor na vida deles. Hoje em dia ser verdadeiro a gente conta no dedo... Tudo que os três fizeram por mim. São pessoas que tiro meu chapéu, bato palma pela humildade, o carinho que me trataram, as esposas, os familiares deles. Não me senti diferente hora alguma, sempre fui tratado com muito respeito e carinho. Continuo orando pela vida deles todos e pela vida de todos que ficaram na Arábia Saudita. Sou um privilegiado - disse.
Leonardo fez questão de agradecer ao governo saudita também, que agilizou sua documentação para que ele conseguisse sair rapidamente do país ao saber do voo fretado.
- Eu me sinto muito bem, me sinto feliz, realizado, porque o governo da Arábia Saudita fez tudo para mim. Em um dia, me deram o salvo conduto, que é o documento para sair de um reino e ir para outro dentro do país, eles fizeram de tudo para me ajudar. Consegui chegar em casa, bem protegido, e já comi um churrasco, um pão de queijo, porque mineiro gosta de um pão de queijo. Estou feliz e torço que os outros brasileiros que estão lá consigam também voltar para casa (em Patos de Minas, no Estado de Minas Gerais).
Foi a história da jogadora de vôlei Raquel Loff, que estava isolada na Ucrânia e conseguiu retornar para São Paulo, que motivou Leonardo a procurar a ajuda da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e da Embaixada para conseguir deixar o país. O contrato na Arábia Saudita é por temporada e, com o cancelamento da liga local, Leonardo ficou sem vínculo com o Thahlan, que disputa a segunda divisão do país. Ele, contudo, pretende retornar.
- Em relação a voltar a jogar na Arábia, eu pretendo. Estava falando um pouco de árabe, fui o primeiro estrangeiro a jogar no meu clube. Creio que deixei um legado muito bom e tenho algumas propostas de alguns clubes. Vou esperar meu representante decidir o que vai fazer. Estamos esperando amenizar a situação, mas estamos em contato. Tenho algumas propostas da Espanha. É aguardar, descansar a cabeça, já iniciei conversar com meu fisioterapeuta aqui para que a gente faça uma avaliação para trabalhar para a próxima temporada. Mas quero voltar para a Arábia, é um país muito bom, me acostumei muito e fui tratado com muito respeito, mas agora é aguardar. Creio eu que, na próxima temporada, meu destino é ficar na Arábia Saudita.
Fonte: GloboEsporte.com