A carreira do alagoano Morais tem um responsável. Ele mesmo fala isso. Os primeiros toques do garoto na bola foram dados ainda na areia, quando o Dalmo Peixoto, equipe amadora de Maceió, treinava nos campos da praia de Pajuçara. De lá para cá, a vida tomou novos rumos, mas ficou a lembrança e a gratidão ao técnico Guilherme Farias.
Na série Quem me revelou, do GloboEsporte.com, Morais, que ganhou grande projeção no Vasco, contou como tudo começou.
- Quem me botou para jogar no início de tudo foi o Guilherme, atualmente treinador da base do CRB. Ele era treinador do Dalmo Peixoto, a gente treinava na Pajuçara, nos campos de areia, e o Guilherme me deu o primeiro empurrão pra imaginar a realização de um sonho de ser jogador profissional de futebol. Do Dalmo, passei pelo Agrimac e defendi o CRB no Campeonato do Sesi/TV Gazeta. Antes dele, eu era só um peladeiro lá na Jatiúca - lembrou o meia, de 35 anos.
Morais disse que não basta ter talento. No futebol, é preciso ganhar e aproveitar as oportunidades. Guilherme marcou a trajetória do meia.
- O sentimento é de gratidão. Um cara que eu trabalhei em 1995, 96 e 97 e ele sempre me colocou para jogar. Então eu sempre sou grato aos meus treinadores, o cara que coloca o teu nome na relação e te dá a oportunidade. Eu tenho gratidão a todos eles, e o Guilherme foi o cara que iniciou, foi ele quem me deixou ver que eu tinha condições de me tornar um jogador.
Tão logo saiu da base do CRB, Morais foi direto para o Vasco, com 13 anos. Passou a maior parte da carreira no clube carioca.
De lá, foi emprestado ao Athletico, voltou para o Vasco e, em 2008, foi vestir a camisa do Corinthians. No Timão, Morais conquistou os principais títulos da carreira.
- O time era muito forte, principalmente com a chegada do Ronaldo, em 2009. Entrou muito investimento, e o Corinthians se fortaleceu ainda mais. Em 2008, a gente ganhou a Série B, o time atropelou... Depois, vieram Copa do Brasil, Paulista invicto, com o Mano Menezes, e depois a Série A, com o Tite. O time era muito bom.
Vasco e Corinthians são clubes que têm um lugar especial na história de Morais. Ele mesmo explicou.
- Com relação à performance, o principal clube foi o Vasco. Só que lá foi o oposto do Corinthians. Dificuldade financeira, o clube não vinha bem, assim como não vem hoje. Então eu ganhava prêmios individuais e era cobrado por isso na época. Eu sabia da minha função e que tinha que carregar um pouco. O Vasco me marcou. Foi através do Vasco que eu fui convocado para a Seleção... Mas o Corinthians marcou também pelos títulos.
Morais também destacou uma passagem especial pelo Bahia. Disse que virou até torcedor.
- O Bahia também é um clube que eu tenho um carinho especial. Lá, a gente conquistou o acesso depois de anos, e também fomos campeões baiano em 2012. Quando estou com amigos, eu costumo dizer que Vasco, Corinthians e Bahia são clubes que eu torço hoje. Quando vejo a TV e tem jogo, eu procuro logo um desses três clubes.
Em 2015, depois de defender o América-RN, Morais aceitou o convite para voltar ao CRB. O meio-campista contou como foi a experiência do retorno às origens.
- Foi bom. Eu joguei o Alagoano, tive a oportunidade de jogar no Rei Pelé, coisa que quando garoto eu sempre tinha vontade, e foi uma passagem boa, sim, pelo CRB.
Morais também defendeu Atlético-MG, Criciúma, São Bento, Botafogo-SP, Brasiliense e, neste ano, acertou com o Confiança antes da parada dos clubes por causa da pandemia.
Fonte: GloboEsporte.com