Coronavírus deve atrasar convocação da Assembleia Geral para votar reforma do estatuto do Vasco
A pandemia de coronavírus poderá também interferir nos rumos políticos do Vasco. Após terem passado pelo crivo do Conselho Deliberativo, as eleições diretas e a reforma do estatuto deverão ter seus referendos entre os sócios adiados.
A ideia inicial do presidente da Assembleia Geral, Faues Jassus, o Mussa, era a de convocá-los até abril, depois de fazer todo o levantamento de sócios aptos a voto. No entanto, com a recomendação do Governo Federal de evitar aglomerações e a lenta previsão de diminuição da epidemia, o próprio dirigente admitiu ao UOL Esporte que a tendência é a de que faça o chamado mais para frente.
Apesar de não estar em sua alçada, a convocação do referendo via Código Civil brasileiro — por meio do movimento de associados chamado "Nova Resposta Histórica" — também tende a ter as mesmas regras de adiamento aplicadas pelo Judiciário caso o objetivo do grupo seja atingido.
Com a falta de prazo para a liberação de aglomerações novamente, até mesmo a eleição presidencial em novembro de 2020 gera um clima de incerteza.
No momento, Faues Jassus e sua equipe ainda analisam a situação dos sócios aptos a voto em uma sala de São Januário disponibilizada pelo presidente do clube, Alexandre Campello. Ontem (17), porém, o clube baixou um decreto em que determina um funcionamento reduzido no quadro de funcionários do clube pelo menos até o próximo dia 23 (segunda-feira), com muitos sendo liberados para trabalhar em home office. No caso da secretaria e do departamento financeiro, por exemplo, que atendem diretamente aos anseios da Assembleia Geral, foi implementado um sistema de rodízio dos trabalhadores.
Como foram as eleições até aqui
Até aqui, os pleitos do Vasco aconteceram de forma indireta: Os sócios elegiam a chapa vencedora, que indicava 120 conselheiros. Já a segunda colocada indicava mais 30. Estes 150 eleitos se juntavam aos 150 natos (beneméritos e grandes beneméritos). Os 300 conselheiros realizavam, então, um pleito interno no Conselho Deliberativo e votavam pelo novo presidente.
Foi neste formato que, por exemplo, Alexandre Campello se tornou o atual mandatário do Vasco, após entrar como vice-geral de Julio Brant na chapa vencedora e, posteriormente, romper com o candidato na votação entre os conselheiros, sendo empossado após um jogo de articulação entre os grupos políticos.
Fonte: UOL