Martín Benítez chegou ao Vasco atrás do prestígio perdido nas duas últimas temporadas pelo Independiente. Uma boa noção do que ele oferecer em troca se torna possível com uma análise dos 31 gols marcados com a camisa do time argentino desde sua estreia pelos profissionais, em novembro de 2011.
Seu jogo acontece no último terço do campo, flutuando ao redor do centroavante da equipe. Pode ser aberto pela esquerda, pela direita, ou então como meia centralizado. Foram nove gols taticamente posicionado à esquerda, cinco à direita do ataque e 17 vindo mais do meio.
O mais importante é que tenha liberdade para aparecer na área. É onde seu jogo acontece, especialmente quando a bola cai no seu pé direito. Não importa de que lado esteja, ele ajeita o corpo para bater com o pé favorito. Foram 26 gols com ele, três com o esquerdo e dois de cabeça.
Seu chute favorito é o de média distância, com força, próximo da linha da grande área. Ele contabiliza 21 gols dentro área do goleiro rival, dez fora dela. Quando precisa, sabe tirar coelhos da cartola. Aos 25 anos, possui dois gols de bicicleta no currículo, os dois em jogos grandes, um contra o Rosário Central, no Campeonato Argentino de 2019, outro contra o Estudiantes, no Argentino de 2017.
Que o vascaíno não espere um exímio cobrador de faltas e pênaltis. No Independiente foi apenas um gol de bola parada, um gol olímpico um tanto quanto acidental, pela Libertadores de 2018, contra o Deportivo Lara. No mais, é com o jogo em andamento que ele aparece.
Benítez é jogador de contra-ataque. Seus gols não saíram de lances muito trabalhados, com trocas de passes próximas da área adversária. Benítez gosta de chegar ao ataque em velocidade, vindo de trás, ocupando bem os espaços que as defesas deixam quando estão tendo de voltar para se posicionarem.
Onde se encaixa no Vasco
O jogador chega a um time ainda em formação. Abel Braga tem atuado com um 4-3-3 sem um meia de criação mais tradicional. Benítez poderia ser esse jogador, mas Guarín deve ser titular do Vasco e é pouco provável que o treinador o escale no lugar de Raul. Caberia então a escalação de Benítez aberto. Com a lesão de Talles, é mais provável que seja posicionado no lado direito.
A camisa 10, tão simbólica no futebol brasileiro quanto no argentino, deverá ser a de Benítez no Vasco, assim como passou a ser no Independiente nesta última temporada. Mas se o jogador for supersticioso, isso pode ser um mal sinal. Seus melhores dias na carreira aconteceram carregando a camisa 7 nas costas, número que é de Marrony.
Isso também ajuda a mostrar que Benítez não é exatamente um jogador de criação, ainda que possa exercer essa função. Seu jogo é mais pelos lados, soltou para entrar na área correndo em diagonal. Como um camisa 7 costuma fazer.
Fonte: O Globo Online