Ex-presidente do Cruzeiro diz que Dedé 'ganhou mais de R$ 50 milhões sem jogar' e que não passa em exame médico
Ex-presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá disparou contra Dedé. Sem perceber que estava sendo filmado e com sinais de embriaguez, o ex-mandatário, que renunciou ao cargo em dezembro, afirmou que o zagueiro ganhou "R$ 50 milhões" sem jogar e não poderia ser vendido por estar, segundo Wagner, "todo fodido". O vídeo com as declarações fortes já circula em grupos de Whatsapp - aplicativo de mensagens.
"O Dedé ficou um ano e meio parado, ganhando R$ 800 mil, o Cruzeiro gastou... Não é igual INSS não. Ah, o cara tá doente, vai para o INSS, ganha salário mínimo. Não, o time paga. Ganhou mais de R$ 50 milhões sem jogar. E se vender, não vende, primeiro porque ele é todo fudido e não passa no exame médico. Futebol brasileiro é isso", disparou Wagner.
Dedé está longe dos gramados desde o início de setembro, quando sofreu um trauma torcional no tornozelo direito em jogo contra o Internacional, pela semifinal da Copa do Brasil de 2019. Ele se machucou ao saltar para disputar uma bola com o zagueiro Victor Cuesta, aos 4 minutos do primeiro tempo. No momento da descida, usou apenas o pé direito como apoio e, consequentemente, "virou" o tornozelo.
Antes disso, porém, Dedé colecionou lesões graves nos dois joelhos. Ele rompeu ligamentos e atuou em apenas 13 oportunidades entre novembro de 2014 e dezembro de 2017. Em 2015, o zagueiro não atuou em nenhuma partida; em 2016 defendeu o Cruzeiro em seis duelos, enquanto em 2017 foram sete compromissos.
Atualmente, Dedé está liberado pelo Cruzeiro para resolver assuntos particulares no Rio de Janeiro. Em 10 de fevereiro, ele recebeu 30 dias de licença. A tendência é que o jogador não permaneça no clube para a temporada de reconstrução. Seus empresários tentaram negociá-lo com um clube da China, mas a negociação não avançou.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do zagueiro Dedé e aguarda um posicionamento do jogador. Já o ex-presidente Wagner Pires de Sá recusou as chamadas.
Veja a transcrição completa do vídeo:
Wagner: Como é que no futebol brasileiro, um país nosso, todo fodido, sem emprego, ganham um negócio desse. Isso é que o pessoal não nota.
Motorista: É uma máfia esse futebol, não é?
Wagner: Aqui, achei maravilhoso. Põe 150 mil reais. 150 mil. O menino estava na base ganhando, 2, 3, 4, aí passa pro profissional, 150 mil. Eu tenho uma puta de uma empresa, uma empresa fenomenal, tudo que você usa na boca de manhã é minha, é pasta dental, da Colgate. Eu não ganho 150 mil
Motorista: Até o Itair tá ganhando mais que esses jogadores da base aí...
Wagner: Itair, não sei se tá ganhando não. Não se o que ele tá arrumando por aí. ele não tá ganhando mais não, ele não é do cruzeiro mais, ué. São os jogadores. Como é que você pega um cara ganhando R$ 1 milhão, o Dedé ficou um ano e meio parado, ganhando R$ 800 mil, o Cruzeiro gastou...
Motorista: Mas quando ficou parado, ele estava ganhando também? Mas integral?
Wagner: Claro, não para de ganhar não. Não é igual INSS não. Ah, o cara tá doente, vai para o INSS, ganha salário mínimo. Não, o time paga. Ganhou mais de R$ 50 milhões sem jogar. E se vender, não vende, primeiro porque ele é todo fudido e não passa no exame médico. Futebol brasileiro é isso.
Motorista: O negócio tá bom pro senhor. O Serginho não está saindo (Sérgio Nonato, ex-diretor geral, foi quase agredido em dois bares de BH após deixar o Cruzeiro). O senhor está tomando uma ainda, tranquilo aí, ó.
Wagner: Uai, eu não tenho, eu não tenho... Fui lá buscar um negócio pra minha mulher, mas eu não tenho, graças a Deus...
Motorista: O senhor foi diretor da Usiminas, né?
Wagner: Não, da Vale do Rio Doce. Quando ela era boa, porque agora ela também se fudeu toda também.
Motorista: O senhor é pessoa boa, o problema foi chamar Itair para ir lá. Se o senhor pudesse voltar atrás, hein?
Wagner: Ih, meu amigo, eu faria de ... (vídeo é encerrado)
Fonte: Superesportes