Roberto Monteiro fala sobre reforma do estatuto, eleições diretas e política do Vasco
Expresso 1898 @expresso_1898
Batemos um papo exclusivo com Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, que resumiu o ano do clube, elencou os principais avanços, deixando também a sua mensagem de final de ano para os vascaínos. Logo mais no ar.
Roberto Monteiro, presidente do CD:
"A gente vem de uma cultura muito presidencialista, que pouco se debatia o Vasco. O que fica, ao final desse mandato, é que o Vasco nunca se foi tão debatido quanto neste triênio. Muitos debates qualificadíssimos".
(?: Paulo Fernandes/Vasco)
Em contato com a Expresso, Monteiro destacou a Reforma:
"Após 40 anos, conseguimos nos aproximar de um resultado que é um grande avanço. Agora pode até não concretizar em função do ambiente político, mas o trabalho pode ser usado com poucas mudanças em qualquer outra gestão".
Roberto Monteiro:
"Às vezes existe um debate mais rasteiro, fruto da nossa sociedade. São como os parlamentares, tem uns qualificadíssimos e outros que dão uma sensação de que nada presta. O bom debate geralmente não vai pra fora. O mau debate repercute muito mais", completou.
Monteiro, sobre críticas a Reforma:
"Muito pontualmente. Por visões diferenciadas, que são legítimas. Não é legítimo o que se ausenta do debate por conta da crítica. Alguns de redes sociais estão preocupados em ter mais sucesso para eles. Coisa do ser humano".
Roberto Monteiro:
"As pessoas valorizam muito pouco, mas esse foi o grande legado que vai ficar porque as eleições diretas já vão vigorar para as próximas. Muitos dizem: ‘Vão vir outras coisas de contrapartida'. Isso é fruto do debate, as pessoas têm medo de avançar", opinou.
"Talvez muita gente ache que era sem tempo o Vasco ter eleições diretas, mas um clube que tem um Estatuto que desde 1979 só foi alterado apenas por força de lei, de legislação que veio de fora pra dentro, não tem referência ímpar", avaliou o presidente do CD.
"Uma crítica é que a gente está dando muito poder ao presidente do CD. Ao contrário, a gente está tirando poder do Executivo. Não é para engessar, mas evitar a perpetuação apenas pelo poder. Não cito personagens históricos do clube para não parecer ofensivo".
"O Vasco matou gerações, administrativamente falando, e não teve sucessão porque o Estatuto é uma centralização de poder em cima do presidente. E a gente tira isso. As pessoas não têm essa concepção porque não examinam o Estatuto a fundo", criticou.
"Quando dizemos que algumas coisas do Executivo devem ser mais debatidas no CD estamos tirando aquela cultura de que o presidente pode fazer qualquer coisa sem nenhuma punição. As pessoas estão vendo apenas o Estatuto novo, sem comparar com o antigo", avaliou.
"O clube é fundado em um processo de vanguarda, mas ao longo da sua história se torna também um clube conservador pelos mecanismos que são apresentados que, historicamente, são muito próximos das culturas ditatoriais que a gente sofria no país", opinou.
"O presidente do CD que tem uma média de 8 ou 7 reuniões por ano é fruto de um amadurecimento político, da presença de debate interno no clube. Torcedor fica muito focado nas 4 linhas, mas tem que ter um local que se debata o clube, e ali é o fórum adequado".
"Sou um cara que está sendo perseguido, que tem uma vontade de uma determinada parte do CD em me excluir do processo pelo simples fato de cassação, porque não encontram motivações reais para fazer a minha exclusão", disse o presidente.
Roberto completa:
Roberto Monteiro, presidente do CD, finalizou o bate-papo com nossa equipe falando sobre a Reforma do Estatuto:
"A inserção da eleição direta por si só, no próximo pleito do clube, foi o maior avanço dos últimos 40 anos do CRVG. Acho que esse não é um avanço qualquer".
Fonte: Twitter Expresso 1898