Desacerto salarial e cautela do Vasco quanto a investimento no futebol foram decisivos para saída de Luxemburgo
O "casamento" entre Vasco e Vanderlei Luxemburgo foi breve, mas intenso. Contratado no início de maio com a missão de salvar a equipe do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o treinador comandou o Cruz-Maltino em 34 partidas: 12 vitórias, 12 empates e 10 derrotas. Satisfeitos, técnico e clube queriam renovar o contrato, que terminaria no fim de 2019, mas os planos eram diferentes. E isso pesou.
Com a situação do Vasco resolvida no Campeonato Brasileiro a algumas rodadas do fim, Luxemburgo e o presidente Alexandre Campello iniciaram as conversas para tentarem renovar o contrato. O primeiro encontro formal, em caráter de reunião, foi no dia 22 de novembro, sexta-feira. A partir dali, números, ideias, projetos foram colocados na mesa.
Vasco e Luxemburgo, porém, não falaram exatamente a mesma língua - apesar de quererem caminhar na mesma direção. Em dificuldade financeira, o clube quer, em 2020, ser cauteloso e evitar gastos. A ideia do presidente Alexandre Campello e da diretoria de futebol do Cruz-Maltino é não fazer grandes contratações. E foi exatamente nisso em que os planos do treinador esbarraram.
Durante os encontros em que a possível renovação era discutida, Luxemburgo expôs a vontade de montar um time mais forte e, consequentemente, mais caro em 2020 para brigar por títulos, não para evitar o rebaixamento. Queria, também, uma valorização, já que havia cumprido a meta colocada para ele quando foi contratado.
Alexandre Campello concordou com os dois pontos, segundo pessoas ouvidas pelo GloboEsporte.com, mas não exatamente com os números propostos por Vanderlei Luxemburgo. O presidente acredita que 2020 ainda não é o momento em que o Vasco poderá se dar ao luxo de investir em grandes reforços, apesar de ter a mesma vontade do treinador.
Luxemburgo ouviu que não seria possível fazer "contratações de risco", ir atrás de jogadores caros, no perfil do colombiano Fredy Guarín, e ainda houve uma diferença entre o que o técnico queria receber e o que o Vasco queria pagar. Decidiu-se, então, encerrar as conversas. Dos dois lados, sem ressentimentos, mas com a sensação de que o "casamento" poderia ter durado mais.
Promessas
Mesmo com o anúncio mútuo de que o técnico Vanderlei Luxemburgo não seguirá em 2020, o Vasco ainda tem promessas a cumprir. Durante a temporada, o clube se comprometeu com o técnico que terminaria o ano com todos os salários quitados. Atualmente, o Cruz-Maltino ainda deve dois meses a funcionários da comissão técnica que recebem mais de R$ 5,5 mil e um mês a jogadores.
Fonte: GloboEsporte.com