Entendimentos existem, a vontade é mútua, mas indefinição persiste. Foi o que disse o técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, depois do empate frustrante no Maracanã lotado com a Chapecoense - gols de Pikachu (pênalti) e Vini Locatelli. O treinador tratou da negociação com o presidente Alexandre Campello, mas deixou claro que quer ver, além das pendências salariais sanadas, investimento no clube.
- Não podemos errar. Tivemos o timing do Guarín agora. Chegou gordo, fora de forma, mas com uma pré-temporada vai evoluir. Para a equipe que queremos, queremos mais Guarín. Sem perder a responsabilidade que o presidente tem - disse o técnico do Vasco.
Em longa coletiva de imprensa - que ainda teve a participação do neto, ao seu lado - , o treinador vascaíno falou de planejamento para 2020 - que garantiu já ter iniciado, independentemente dele ficar ou não no clube -, dos problemas do Vasco e até se solidarizou com a queda do Cruzeiro. Clube que dirigiu e foi campeão do Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro em 2003.
- Eu quero continuar, o presidente quer que eu continue. Mas tem uma série de coisas. Eu não vou falar de percentual (de possibilidade da renovação). Eu tenho que fazer o meu trabalho: planejar o ano seguinte e entregar para a diretoria. Minha negociação segue naturalmente. Ela está caminhando normal, como tem que caminhar. O planejamento para o próximo ano é independente de eu continuar ou não - afirmou o treinador.
"Tem uma pancada de penhora que chega todo dia"
O técnico demonstrou confiança nos prazos e no cumprimento das promessas do presidente Alexandre Campello. Citou conversas em que o presidente explicou as penhoras próximas do clube, o que impediria pagamentos e adiou as soluções.
- Tudo que o presidente prometeu comigo, ele cumpriu. Já estão estipuladas as datas para as coisas que faltam serem cumpridas - avisou o treinador.
Sem receber salários referentes aos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, Luxemburgo se comprometeu novamente, perante aos jogadores, a quitação de dívidas.
- Tem coisas que acontecem que pertencem internamente. O Vasco está passando por momento de dificuldade, e o presidente está correndo atrás para cumprir compromisso que firmou comigo e que eu firmei com os jogadores. Tem uma pancada de penhora que chega no Vasco todo dia.
- Os jogadores têm a minha palavra e a do presidente de que vão receber. O momento é de estar juntos. Tem uma pancada de penhora que chega no Vasco todo dia. O presidente deu as datas, passou um, dois dias. Os jogadores entenderam.
Outros trechos da coletiva de imprensa
Vasco melhor em 2020, mas...
- É o anseio do torcedor ter uma equipe melhor, uma série de coisas melhores, para o ano que vem ser melhor. Converso com o presidente todo dia. Com certeza, ano que vem o Vasco vai estar diferente, mas não quer dizer que os problemas acabaram. Que o torcedor veja claramente que houve um avanço desta temporada para a próxima. O comprometimento de que ano que vem teremos os atletas recebendo em dia não impede que chegue uma penhora. Mas tem que ter comprometimento de que vai ser diferente.
Hora de avançar
- Acho que o Vasco não pode perder esse momento de avançar. O que o torcedor mostrou para nós é que ele quer alguma coisa do Vasco na próxima temporada que não seja simplesmente brigar para não cair. O que eu vi hoje, é que o torcedor quer recuperar um passado mais longínquo, a grandeza do Vasco. Entrar em campo e saber que está disputando para ganhar. O torcedor abraçou o Vasco, não o Luxemburgo.
Dispensas, contratações
- Todo ano tem (lista de dispensas e contratações). Antigamente falavam de barca. Com certeza vai ter. Não existe uma mentira nisso. Dentro da temporada, eu falei para os jogadores que eles vão mostrar quem pode continuar. Quem determina são os jogadores. (Ainda sobre o tema) Você só me pergunta coisa que eu não posso responder (risos). Preciso falar primeiro com os jogadores. Meu papo sempre foi direto com eles.
Queda do Cruzeiro
- Vejo com tristeza. A história do Cruzeiro é muito bonita. Você acha justo o Cruzeiro cair por um ano de administração ruim? Cair 20% da primeira divisão... É uma pergunta que venho fazendo. O Cruzeiro administrou mal esse ano, mas e a história dele? Aí passa por um percalço momentâneo... O percentual é alto, porque temos 12 grandes clubes no Brasil. O Vasco era um candidato para cair. Nós escapamos, aí ficaram Fluminense, Botafogo... Mas 20% eu acho demais. Fico triste pelo Cruzeiro, mas é o que nos temos no futebol brasileiro.
Fonte: GloboEsporte.com