Atletismo: Adhemar Ferreira da Silva é o único sul-americano em exposição dos maiores do esporte
Sábado, 19/10/2019 - 01:39
Presente no Mundial de Atletismo de Doha, Rosemary Mula cede relíquia à exposição da IAAF sobre os maiores nomes do esporte. Brasileiro é o único representante da América do Sul

Enquanto o Mundial de Atletismo acontece no Estádio Kalifa, em Doha, no Catar, revelando a nova geração de estrelas do esporte, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) está promovendo uma exposição com relíquias para relembrar os maiores nomes da modalidade, em hotel na cidade. Adhemar Ferreira da Silva, o único brasileiro homenageado, está representado pelas sapatilhas usadas na Olimpíada de 1956, doadas pela australiana Rosemary Mula.

No mínimo inusitado, mas esta senhora de pouco mais de 70 anos viu a conquista do bi no estádio olímpico em Melbourne, quando adolescente, em 1956. De fã, virou amiga pessoal de Adhemar anos depois. A amizade foi tão grande que Rosemary ganhou de presente as sapatilhas usadas pelo saltador triplo.

Dono de duas medalhas olímpicas de ouro no salto triplo em 52 e 56, cinco vezes recordista mundial da prova, o paulista completaria 92 anos no último domingo (29/09). Quem fez questão de lembrar a data foi Rosemary, talvez a maior fã do atleta brasileiro.

Com viagem marcada para a Europa, fez escala no Catar para garantir que o brasileiro estivesse representado na exposição promovida pela IAAF durante o Mundial. Com a relíquia em mãos em Doha, ela trouxe um pedacinho da história de Adhemar.

- Adhemar foi meu herói e minha grande inspiração para viver o espírito olímpico até hoje. Estou muito honrada de estar aqui. Pude contar a história de vida dele e representar o Brasil. Por causa do Adhemar, eu sou há 25 anos voluntária em olimpíadas. Na olimpíada do Rio, fiquei 6 semanas ensinando inglês para os voluntários - disse orgulhosa sobre o amigo e ídolo homenageado na exposição.

Os presidentes do COI e da IAAF, Thomas Bach e Sebastian Coe, visitaram a exposição junto com Rosemary. Com o intuito de divulgar melhor a história do atletismo e seus ídolos com o público, a Confederação Internacional de Atletismo (IAAF) criou um departamento de patrimônio do esporte.

- A exposição é muito inspiradora. Para mim, traz tantas lembranças excelentes porque me permitiu reviver todos os incríveis campeonatos mundiais que participei. E foi ótimo ver minha heroína olímpica Wilma Rudolph representada, ela foi a atleta que primeiro inspirou meu amor pelas Olimpíadas - disse Bach.

Além do acervo para exposições, a Federação quer promover encontros nas escolas com os ídolos e incentivar o espírito olímpico através da rica história de ícones do atletismo. A sapatilha de Adhemar fará parte do acervo até a Olimpiada de 2020, enquanto Rosemary decide se ficará com a única lembrança física que tem do ouro de 1956.



Fonte: GloboEsporte.com

Nota da NETVASCO: Adhemar Ferreira da Silva era atleta do Vasco quando conquistou o bicampeonato olímpico em 1956, em Melbourne, na Austrália.