Eleição direta e definição do número de votantes movimentam a política do Vasco
Sexta-feira, 04/10/2019 - 18:58
Faltando pouco mais de um ano, a eleição do Vasco novamente dá indícios de que será quente no clube, assim como foi nos últimos pleitos. Além de pré-candidatos já em plena campanha, o Cruzmaltino segue com um bastidor agitado e pendências eleitorais que têm gerado trocas de farpas entre os grupos.

Entre os pontos mais polêmicos e que ainda necessitam de uma definição estão a situação dos sócios que ingressaram com pedidos para se associarem na categoria com direito a voto e estão sem respostas, e a votação para aprovação - ou não - de eleições diretas no clube.

Aceitação de sócios vira polêmica

Após o Conselho Deliberativo votar pela redução da taxa de adesão para a categoria que dá direito a voto (sócio-geral), cerca de mil vascaínos ingressaram com o pedido até o dia 15 de agosto, que foi o prazo máximo dado para quem quisesse participar da eleição de 2020.

O plano, porém, prevê que, para se associar, a pessoa precisa de um sócio proponente para assinar sua ficha de inscrição e também de uma aprovação pelo presidente do clube, Alexandre Campello.

Passados até três meses de mensalidades pagas, centenas de torcedores ainda não tiveram uma resposta sobre suas situações, o que têm gerado reclamações dos mesmos e críticas por parte da oposição, que acusa Campello de estar "peneirando" os novos associados.

O presidente vascaíno, então, foi cobrado pelo Conselho de Beneméritos e o respondeu em carta alegando que a demora se dá por supostas movimentações suspeitas na adesão dos postulantes à sócios-geral, detalhando alguns itens como: ônibus fretado para associação em massa; plantões de sócios no clube para assinarem como proponentes - com casos de até 130 propostas assinadas pelo mesmo proponente; e primeiras mensalidades pagas com cartões de crédito de terceiros (veja na carta em anexo).

Até o momento, pouco mais de 400 pessoas tiveram suas propostas aceitas e a tendência é a de que o número não se altere tanto, com centenas tendo seus ingressos na categoria de sócio-geral vetados por Campello.

Votação por eleição direta também agita bastidores

Outro tema que tem agitado os bastidores políticos do Vasco é a votação para aprovação - ou não - de eleições diretas. No atual formato, os sócios votam nas chapas. A vencedora forma 120 conselheiros e a segunda colocada, mais 30. Estes 150 eleitos se juntam aos 150 conselheiros natos e os 300 fazem uma reunião extraordinária para escolher o próximo presidente.

O modelo, por exemplo, proporcionou que o então vice-geral Alexandre Campello rompesse com o vencedor Julio Brant, se lançasse candidato no Conselho Deliberativo e se tornasse o atual presidente do Vasco.

Caso esta proposta de eleições diretas seja aprovada, o mandatário passaria a ser conhecido já na eleição entre os sócios.

O tema, porém, está longe de estar sendo levado de forma tranquila. A primeira discussão já levantada foi sobre as regras de como essa votação acontecerá na reunião marcada para o dia 8 de novembro.

O presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, por exemplo, é a favor da votação por maioria simples. Já o Conselho de Beneméritos recomendou que ela aconteça por quórum qualificado. Ou seja, com 2/3 dos conselheiros presentes aprovando a proposta.

Tal reunião é vista como a mais aguardada e importante do ano no Vasco.

Pré-candidatos

Dos postulantes à disputa de 2020, o único já oficialmente declarado candidato é o advogado Leven Siano, figura nova no ambiente político vascaíno.

Julio Brant, que foi segundo colocado no último pleito no Conselho Deliberativo e visto como oposição, ainda não confirmou a candidatura, mas ela já é dada como praticamente certa. E nomes como os de Fred Lopes, Otto Carvalho e Luis Manuel Fernandes também são especulados.

Atual presidente, Alexandre Campello mantém o mistério, mas a tendência é a de que tente uma reeleição tendo como base os grupos políticos que hoje compõe a diretoria, podendo ainda receber um apoio de outros que ainda não definiram um norte.

"É cedo para pensar em reeleição", disse esta semana ao canal "Atenção Vascaínos".

Muitos entendem que a morte do ex-presidente Eurico Miranda, em março deste ano, embaralhou o tabuleiro político vascaíno e as peças ainda estão sendo remontadas com algumas reviravoltas entre apoiadores e opositores do ex-dirigente.

Fonte: UOL