Vasco muda esquema tático para pegar o São Paulo; VP de patrimônio comenta nova iluminação
O Vasco está à procura de uma luz. A primeira, literal, ele já encontrou e utilizará pela primeira vez neste domingo, quando a noite cair e o clube acionar os novos refletores de São Januário. A segunda, metafórica, está mais difícil de achar. Às 16h, Vanderlei Luxemburgo colocará em campo uma equipe com quatro volantes na tentativa de responder corretamente à pergunta: como parar Daniel Alves?
O treinador aposta na ocupação de espaços, ou melhor, do espaço que o camisa 10 adversário está ocupando neste retorno ao futebol brasileiro. Raul, Richard, Marcos Júnior e Andrey farão o ferrolho para trancar as portas do jogador da seleção no meio de campo. Lateral-direito toda a vida, Daniel virou meia pela direita quando a equipe se distribui no 4-1-4-1. Ou então é o armador centralizado que Cuca procura quando varia para o 4-2-3-1.
Depois de muito tempo, o Vasco voltará a jogar com dois homens mais adiantados, em vez de três. A tendência é que Talles Magno seja, muitas vezes, o único mais à frente. Isso porque Daniel Alves tem liberdade para flutuar entre as linhas e entrar na área para finalizar. Para acompanhá-lo, Luxemburgo pode destacar Richard e fazer a segunda linha defensiva com Raul, Andrey, Marcos Júnior e Marrony.
O retorno a São Januário talvez seja o maior trunfo do Vasco para segurar o São Paulo de Daniel Alves. A previsão é de público próximo de 20 mil pessoas, a capacidade máxima do estádio atualmente. Na Colina, venceu três partidas, empatou uma e perdeu outra. O Tricolor paulista, por sua vez, vem numa sequência de cinco vitórias no Brasileiro.
Iluminação padrão Fifa
Uma novidade neste domingo será a estreia da nova iluminação do estádio. O clube não trocava os refletores desde a década de 1970. Foi preciso que a CBF estabelecesse um novo padrão de luminosidade nos estádios para que o Vasco modernizasse o sistema. O salto de qualidade foi gritante: de 345 lux de iluminação para 1.100 lux, mesmo nível que a do Maracanã. Tanto que os jogadores treinaram sexta-feira no estádio para não estranharem a nova iluminação.
- A nossa iluminação era de 1976. Foi bancada pelo Arthur Senda, ele que doou a iluminação para o Vasco. Os 345 lux médios eram muito baixos, de fato, mas eram do estádio e o clube se permitiu continuar. É verdade que o jogador perdia um pouco, com a qualidade do visual. Agora nossa iluminação já vai ser do nivel de Nilton Santos e Maracanã - afirmou Rodrigo Saavedra, vice-presidente de patrimônio do clube.
A claridade nos jogos noturnos vai aumentar ainda mais. Até 2021, os estádios brasileiros deverão ter refletores que gerem 2.500 lux. O Vasco chegou a cogitar alcançar o número este ano, mas a falta de recursos não permitiu — ele teria de instalar 320 projetores em vez dos 160. Toda a iluminação é de LED, mais econômica. Somente o São Paulo utiliza a mesma tecnologia no futebol brasileiro.
A retirada dos refletores antigos e a instalação dos novos levou dois meses e fez com que o Vasco fosse obrigado a transferir a partida contra o CSA de São Januário para Cariacica. A troca gerou reclamações, especialmente depois que a equipe apenas empatou com o time alagoano. A ideia da diretoria era fazer a mudança nas férias de fim de ano, mas o atraso na entrega dos projetores não permitiu. Depois pensou-se em fazer na parada para a Copa América, mas a crise financeira do clube atrapalhou.
Fonte: O Globo Online