Clubes 'da elite' tentaram novamente excluir o Vasco em 1925, um ano depois da Resposta Histórica; veja como foi
1925 - O NOVO CONFRONTO ENTRE O VASCO E A AMEA
O SEGUNDO ROUND CONTRA A INTOLERÂNCIA E O PRECONCEITO
Tendo o Vasco se retirado da AMEA da qual também era fundador em 1924, foi NOVAMENTE convidado no ano seguinte pela mesma entidade a participar da liga com todas as garantias de fundador e permanência dos seus jogadores campeões de 1923 e 1924. O Vasco era então o campeão de assistência e o interesse do público havia diminuído pelos clubes de elite no campeonato da AMEA, no ano em que os Camisas Pretas ficaram fora da competição. Mas a proposta era um subterfúgio para esmagar a Resposta Histórica de 1924. Aqui vemos um raro registro do novo confronto entre o Vasco e a AMEA na defesa de seus jogadores amadores que ao mesmo tempo eram sócios do clube, na reprodução da coluna publicada pela revista Theatro & Sport de 18 de abril de 1925, com a grafia original da época:
O Vasco deixa de novo a AMEA?
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Estourou quinta-feira como uma bomba, nas rodas sportivas, a nota sensacional de que o Vasco deixará novamente a Amea, no caso da directoria desta persistir no propósito de excluir varios dos melhores "players" vascainos.
Corroborando essa versão, é sabido que a directoria do Vasco, em gesto altivo e nobilitante, devolveu o officio que em a Amea scientificava a exclusão de diversos elementos do primeiro quadro.
A directoria do Vasco viu, nesse procedimento da associação a que em má hora si filiou, não só um ludibrio ao pacto verbal estabelecido entre as duas partes, como tambem uma consequencia do terceiro ha dias realizado, em que o team do Fluminense foi derrotado pelo quadro vascaino.
Ficou ainda resolvido, que o Vasco não disputaria o campeonato da Amea, caso não visse resolvida a pendencia a seu favor.
Como quasi certo que a associação dos "grandes" não transija dos seus propositorios, o caso do sport carioca vae complicar-se ainda mais. E assim dever ser porque o Vasco, desligado como está da Metro, não se poderá valer do recurso do anno passado. É com isso que contam vencer os ameitas.
A esse proposito, corria hontem com insistencia o boato de que o Vasco estava procurando um entendimento com os clubs acima e mais alguns outros, com o fim de constituirem uma nova organização sportiva, que tem por fim quasi exclusivo guerrear de morte a aristocratica associação dos grandes.
Tal cousa não nos surprehende, porquanto era sabido que o principal fito da Amea, procurando o desligamento em massa dos clubs da Metro, era deixal-os ao abandono, como succede com o Andarahy e Carioca, que só serão aceitos se constituirem seus teams com gente não operaria, e o Mackenzie, que não é aceito por não ter campo nem séde.
Tudo isto estava no programma, tudo sido posto a nú destas columnas. Era só uma questão de tempo.
A VITÓRIA DO VASCO E O TERCEIRO ROUND: SÃO JANUÁRIO!
Como só o Vasco é capaz de superar o ser mitológico Adamastor (citado nos Lusíadas quando nosso patrono venceu o Cabo das Tormentas que se tornou da Boa Esperança), VENCEU O SEGUNDO ROUND, acabando a AMEA por recuar do seu objetivo, evidenciado na intolerância e no preconceito, acatando todos os jogadores vascaínos e mantendo os direitos de fundador! Ainda assim a associação fez ao clube mais uma exigência, assumida com altivez e coragem indômita, possuir seu próprio campo! O resultado do TERCEIRO ROUND todos conhecemos, a construção do Gigante da Colina - São Januário!
*Vascainidades
O gol da vitória do team principal do Vasco sobre o Fluminense pelo placar de 2 a 1, a 17 de maio de 1925, no campeonato da AMEA
Fonte: Memória Vascaína