Conheça detalhes das ações que bloqueiam tomada de empréstimo pelo Vasco
Sexta-feira, 09/08/2019 - 13:54
Para entender a atual asfixia financeira do Vasco é preciso voltar ao dia 3 de julho de 2019. Na ocasião, atendendo a ação movida pela empresa Biosanear, a juíza Katia Cilene da Hora Machado Bugarim determinou a penhora de 5% de qualquer premiação esportiva e de 5% da arrecadação bruta com a venda de ingressos pela internet de todos os jogos do clube.

Mas a principal decisão foi a seguinte: Globo, CBF e Ferj, principais fontes de garantias dos empréstimos do Vasco, foram comunicadas para que "se abstenham de autorizar a cessão de créditos ao executado em qualquer transmissão dos jogos". Traduzindo: o Vasco não podia mais usar como garantia os recebíveis destas fontes. Sem garantias, sem empréstimo.

Nos bastidores da diretoria cruz-maltina, esta ação é tratada como o principal entrave para que o Vasco consiga solucionar os problemas financeiros de curto prazo. Porque, além de penhorar parte da receita, também impede o clube de avançar na obtenção do empréstimo.

Ação de escritório de advocacia está suspensa

Outra ação considerada prejudicial é a movida pelo escritório de advocacia Barreira de Oliveira. A empresa cobra R$ 21 milhões. A petição foi distribuída em outubro de 2018 e deferida no mesmo mês. Entretanto, o Vasco recorreu e, após idas e vindas, a penhora foi suspensa até que haja uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O pedido da empresa é de que sejam penhorados 20% dos créditos do Vasco até que se chegue ao total de R$ 21.478.316,24. Na petição inicial, o escritório alega urgência porque corria o risco de a execução ser frustrada, pois o clube já buscava empréstimos naquela época.

Negociação com os credores

O caminho para o Vasco tentar sair deste labirinto é laborioso: a diretoria negocia com os credores para que consiga levantar a penhora, principalmente da Biosanear. Assim, teria novamente acesso a crédito para obter o empréstimo.

Em maio, o clube entrou com pedido de empréstimo de R$ 30 milhões. O Conselho Deliberativo aprovou a captação de R$ 10 milhões em 4 de junho - este valor foi obtido pelo clube. Os outros R$ 20 milhões foram aprovados no dia 28 do mesmo mês. Ou seja, antes da decisão da Biosanear.

Atualmente, o Vasco deve três meses de salários atrasados a seus funcionários - apenas 227 deles, que ganham até R$ 1,5 mil mensais, receberam os vencimentos de maio. O elenco profissional de futebol vive situação parecida: são quatro meses sem direitos de imagem e dois sem o pagamento oriundo da carteira de trabalho.

Ainda não há previsão para a regularização da situação - justamente porque depende da negociação com os credores. Por causa disso, os professores do colégio Vasco da Gama entraram em greve nesta semana.



Fonte: GloboEsporte.com