Atacante com características de jogador de meio-campo, capaz de atuar tanto na meia-direita quanto na meia-esquerda. Lelé foi revelado pelo Madureira juntamente com Isaías e Jair Rosa Pinto, que formaram um trio atacante apelidado de Os Três Patetas. A pedido do técnico Ondino Viera, que começava a reformular o elenco em 1943, o Vasco contratou os três de uma vez. Lelé era lento, mas tinha um potente chute de pé direito e logo virou ídolo do Vasco, nos tempos iniciais do Expresso da Vitória, tendo sido artilheiro do campeonato carioca de 1945, do qual o Vasco foi campeão invicto, e foi até citado na letra da marchinha de carnaval No Boteco do José (Wilson Batista e Augusto Garcez), que fez sucesso no carnaval de 1946 e tornou-se popular na voz da cantora Linda Batista.
Pelo Vasco, Lelé foi ainda campeão carioca de 1947 e campeão sul-americano de clubes em 1948, ambos de forma invicta.
Um dos maiores atacantes brasileiros de todos os tempos, teve uma passagem bastante rápida pelo Vasco. Depois de iniciar sua carreira nas divisões de base do São Cristóvão e passar pelos pequenos clubes cariocas Sírio Libanês e Sul América, revelou-se no Bonsucesso. Ainda no clube leopoldinense, foi convocado para a Seleção Carioca que venceu o Campeonato Brasileiro em 1931 e, no ano seguinte, para a Seleção Brasileira que foi disputar a Copa Rio Branco no Uruguai. O Brasil surpreendentemente venceu o Uruguai duas vezes com um time jovem, onde Leônidas foi uma das principais figuras, impressionando os uruguaios com sua flexibilidade de artista de circo - não era a toa que era conhecido como o Homem de Borracha. Dizem que Leônidas inventou a bicicleta - seu primeiro gol de bicicleta foi marcado em 1932, ainda jogando pelo Bonsucesso -, que passou a ser conhecida no exterior exatamente naquela Copa Rio Branco. O Peñarol de Montevidéu imediatamente o contratou.
Em 1934, o Vasco trouxe Leônidas de volta ao Brasil, e naquele ano foi campeão carioca. Ainda com o campeonato em pleno andamento e já sendo considerado um dos ídolos vascaínos, apesar de recentemente contratado, Leônidas foi convidado a integrar a Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1934, e teve que se desligar como profissional do clube, uma vez que o Vasco, que aderira ao profissionalismo, não era filiado à CBD, que só aceitava "amadores".
Nas suas memórias, publicadas em 1964 no Jornal Última Hora, Leônidas revelou-se arrependido de ter deixado o Vasco, assim relatando os fatos ocorridos:
A CBD vivia uma situação crítica neste período, pois tendo de participar do campeonato mundial, a ser realizado na Itália, não dispunha, entre os seus filiados, de elementos capazes de representá-la. Daí as investidas que fêz sobre os profissionais de renome, sendo os mais visados os integrantes das ligas de São Paulo e Rio. (...) No Rio, as maiores investidas recaíram sobre o meu time, Vasco da Gama, sendo eu, Domingos da Guia, Fausto e Rei os mais procurados. Rei precipitava-se rompendo o compromisso com o clube e aceitando a oferta que lhe foi feita pela CBD. Arrependido, voltou atrás alguns dias depois.
Após este caso, ocorrido com Rei, os dirigentes do Vasco nos reuniram para nos prevenir contra o intento da CBD, solicitando àqueles que fossem convidados, que o comunicassem ao clube e não tomassem medidas precipitadas. Tão logo esta reunião terminou, fui para casa, onde, para minha surpresa, me aguardava um representante da CBD. O homem fazia-me uma proposta tentadora: trinta contos de luvas para disputar o campeonato mundial. Era uma soma fabulosa - de tirar o sono de qualquer um! Este mesmo representante deu-me o prazo de 96 horas para uma resposta definitiva. Comuniquei-me com o Sr. Claudionor Correia, diretor de esportes do Vasco, solicitando um prazo para acertarmos a recisão ou uma prorrogação do contrato com reajuste. No entanto, o Sr. Claudionor protelava o assunto, ganhando um tempo que era precioso para mim. Resolvi, então, quando o prazo expirou, tomar a iniciativa de assinar com a CBD, rompendo assim com o clube.
Hoje sei que procedi mal pois não tinha nenhuma razão para deixar o Vasco. Poderia aguardar um pouco mais e, como ocorrera com Fausto e Domingos, obter um reajuste. Porém, quis cumprir minha palavra junto à CBD, dando-lhe a resposta no prazo determinado. Cumpri com a palavra, mas rompi com um compromisso mais sério: o contrato que me unia ao Vasco.
Na volta ao Brasil, depois da Copa do Mundo, Leônidas foi incorporado ao Botafogo, clube que politicamente dominava a CBD. Um ano depois, Leônidas foi contratado pelo Flamengo, e lá atingiu o auge de sua popularidade, passando a ser apelidado de Diamante Negro. Na década de 1940, Leônidas foi para o São Paulo, onde também foi ídolo e conquistou vários títulos.
Foi descoberto por um olheiro do Vasco quando jogava no Galícia, de Salvador. Seu estilo era de dribles curtos e desconcertantes, e passes e lançamentos certeiros. No Vasco, jogava tanto na meia-direita como na meia-esquerda, mas durante a Copa do Mundo de 1950, atuou como como titular da Seleção deslocado na ponta direita no lugar de Tesourinha, que operara os meniscos. Um estiramento afastou-os dos dois últimos jogos contra Espanha e Uruguai. Depois de sair do Vasco voltou a Salvador, onde foi campeão pelo Bahia. Mais tarde, uma contusão antiga no joelho o fez abandonar o futebol. Homem chegado a depressões, Maneca se suicidou tomando veneno em 1961.
Marco Antônio gostava de dizer modestamente que jogava o seu feijão-com-arroz. Mas era um lateral que aliava a técnica à eficiência para produzir para o time. Apoiava, e bem, sempre que podia, mas sem nunca deixar a marcação em segundo plano. Talvez por isso, tenha sido injustamente relegado à reserva em muitas convocações para a Seleção, desde a época que foi promovido a titular do Fluminense com 18 anos. Transferido ao Vasco num dos troca-trocas bolados pelo presidente tricolor Francisco Horta, Marco Antônio teve momentos brilhantes de sua carreira em São Januário. Foi considerado o jogador mais regular do campeonato carioca de 1976. No ano seguinte, constituiu-se num dos mais importantes jogadores do esquema tático implantado por Orlando Fantoni na fortíssima equipe que conquistou o campeonato estadual com atuações brilhantes.
Quando o Vasco reforçou o seu elenco antes da vitoriosa campanha no Campeonato Brasileiro de 1997, poucos deram, de início, o merecido valor à contratação de Mauro Galvão, devido à sua idade. Todavia, aos 35 anos, esbanjando classe, experiência, espirito de liderança, categoria técnica, sentido de colocação e descortino nos passes, ele, como capitão da equipe, veio a levantar vários troféus significativos, culminando com a Copa Libertadores no ano do Centenário do clube. Sua participação foi marcante, a ponto de ter até sido o autor de gols decisivos: o da dramática vitória sobre o Bangu, em cima da hora, garantindo a conquista antecipada do campeonato estadual de 1998, e um sobre o Santos na primeira partida da final do Torneio Rio-São Paulo de 1999. Em resumo, um craque na acepção da palavra e um verdadeiro ídolo vascaíno.
Durante o período em que defendeu o Vasco, Mauro Galvão provou ser, disparado, o maior zagueiro brasileiro em atividade, no Brasil e no exterior. Só não pensou assim a Comissão Técnica da Seleção, que, alegando a idade do jogador, abriu mão de sua convocação para a Copa de 1998. Assim, os torcedores brasileiros tiveram que engolir, envergonhados, as trapalhadas da defesa, que tomou durante a Copa um total de 11 gols, vários deles por consequência de falhas individuais. A ausência de Mauro Galvão na Copa da França pode ter custado mais do que caro: pode ter custado o penta.
Depois de sair do Vasco, Mauro Galvão ainda jogou um ano no Grêmio antes de encerrar a carreira de jogador, num dos maiores exemplos de longevidade no futebol. Depois voltou ao Vasco para dirigir divisões de base e chegou a dirigir a equipe principal no campeonato brasileiro de 2003.
Craque desde os tempos de juvenil do Vasco, Mazinho sempre impressionou pela versatilidade. Sua posição natural nos juniores era no meio-campo, e nessa posição subiu para a equipe principal em 1986. Devido ao acúmulo de bons jogadores no setor, foi um dia improvisado na lateral esquerda e de lá não saiu até ser transferido do Vasco para a Itália em 1991. Pelo Vasco, conquistou vários títulos, como o bicampeonato carioca de 1987/88 e o campeonato brasileiro de 1989. Na Itália, atuou no meio-campo, e neste setor atuou também posteriormente no Palmeiras, Seleção Brasileira e Valência, da Espanha. Em suas primeiras convocações para a Seleção, foi um reserva capaz de atuar com eficiência em ambas as laterais, inclusive tendo jogado de lateral-direito na final da Copa América em 1989, quando o Brasil sagrou-se campeão derrotando o Uruguai por 1 a 0 no Maracanã. Mazinho participou de duas Copas mundiais: Ficou no banco na Copa de 1990 e começou a Copa de 1994 também como reserva, mas firmou-se como titular do meio-campo no decorrer da histórica competição em que o Brasil conquistou o tetra.
Veio do Olaria juntamente com os laterais Haroldo e Alfinete, quando o Vasco comprou praticamente toda a defesa que se destacava no clube Bariri. Duro, porém técnico, Miguel raramente cometia falhas, seja no jogo aéreo ou rasteiro, jogando sério e sem enfeitar, mas sem dar chutões. Foi o principal bastião da defesa no primeiro título de campeão brasileiro do Vasco, em 1974.
Zagueiro que se preza não pode ganhar o Belfort Duarte. Assim falava Moisés, referindo-se ao prêmio dado a jogadores que passam dez anos sem serem expulsos de campo. Zagueiro duríssimo, não hesitava em apelar para a violência. Mas era bastante seguro e sabia jogar, tendo formado com Miguel ou Renê verdadeiras muralhas na defesa do Vasco. Certa vez, deslocado para a lateral esquerda numa final de turno contra o Flamengo em 1975, Moisés mostrou que também sabia apoiar, subindo ao ataque e fazendo o gol da vitória por 1 a 0.
Formou uma famosa linha média com Tinoco e Fausto. Seu apelido era Mola por causa da sua espantosa elasticidade. Era também um incrível ladrão de bola, firmando-se como marcador jogando contra atacantes de prestígio. Em 1934, Mola foi convocado para a Seleção que disputaria a Copa do Mundo, mas, ao contrário dos seus companheiros Tinoco e Leônidas, preferiu continuar como profissional no Vasco, uma vez que a CBD só levaria "amadores" para a Itália. Naquele mesmo ano se contundiu gravemente no joelho e acabou decidindo encerrar a carreira depois de uma longa recuperação.