NETVASCO - Dinamite: 'Se o chefe de torcida quiser, a sala do presidente está aberta' - 27/05/2010 - QUI

São Januário ferveu como um caldeirão. Desta vez, porém, no mau sentido do termo. Durante o treino de ontem, cerca de 30 torcedores de uma facção organizada invadiram o gramado e se dirigiram até os jogadores, que se aqueciam. Exaltados, fizeram cobranças ao grupo, principalmente ao atacante Elton, que levou até dedo na cara. A confusão durou cerca de dez minutos. Tempo suficiente para abrir uma crise de proporções ainda inimagináveis.

A começar pela saída do diretor de futebol Rodrigo Caetano. Num primeiro momento, o executivo reuniu torcedores e jogadores, dialogou e esfriou os ânimos. Depois, irritado, chutou uma bola para longe e entrou no vestiário falando ao celular. O presidente Roberto Dinamite apareceu em seguida e foi a seu encontro no vestiário, de onde só saiu depois de conversar por um bom tempo com o executivo.

Demissionário

A confusão aumentou a insatisfação de Rodrigo Caetano com a diretoria, principalmente com relação à falta de segurança para o trabalho dos profissionais que ele dirige. Estressado, mas decidido, ele fez reivindicações e, contrariado com a passividade de Roberto, deixou São Januário disposto a entregar o cargo. Para o presidente, tudo normal.

— O torcedor quer resultados. O Vasco jogou três jogos e ganhou um ponto. A reação é normal até, mas existe um limite — ponderou Dinamite, lembrando que Flamengo e Fluminense também viveram situações semelhantes: — O torcedor tem o direito de externar seus sentimentos, mas não dentro do campo. Se o chefe de torcida quiser, a sala do presidente está aberta.

O goleiro Fernando Prass acredita que o objetivo da torcida não era atrapalhar:

— Não sei o que eles pensaram quando fizeram isso. Vi de longe um atrito de palavras e gestos. Agora é canalizarmos tudo isso e virarmos a nosso favor.

O Vasco ocupa a 19ª posição no Brasileiro, com apenas um ponto em três jogos e o episódio criou um clima de tensão para a partida de amanhã, contra o Internacional, em São Januário.

Fonte: Extra