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NETVASCO - 26/05/2010 - QUA - 11:12 - Seleção Brasileira feminina de rúgbi se prepara para torneio em Portugal

No início de 2009, a seleção brasileira de rúgbi virou notícia quando se despiu do uniforme e da vergonha por um motivo nobre: fazer um calendário sensual com o objetivo de arrecadar fundos para disputar o Mundial Feminino de Rúgbi, que aconteceu no fim do ano, em Dubai, nos Emirados Árabes.

Em 2010, elas não precisarão mais de tanta criatividade fora dos campos para conseguir voltar à competição. A partir deste ano, a seleção brasileira feminina de rúgbi vai receber cerca de R$ 300 mil de recursos da Lei Agnelo/Piva para participar de torneios internacionais.

O investimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) mira as Olimpíadas de 2016, no Rio, quando o esporte voltará a fazer parte do programa olímpico, juntamente com o golfe. Como o Brasil será o país-sede, todas as modalidades estão automaticamente classificadas.

— Nossa seleção feminina ficou em décimo no Mundial do ano passado; na América do Sul, as meninas são líderes absolutas, já ganharam seis vezes seguidas. Por isso, com estrutura e apoio financeiro, as perspectivas de medalha são reais. Já no masculino, precisamos de mais tempo para poder pensar em pódio. O nível é muito mais alto — explica Antonio Martoni, diretortécnico da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu).

Nas Olimpíadas, o rúgbi que entrará em campo não será o tradicional, com 15 jogadores, mas sua versão mais light, com sete de cada lado, o que torna o jogo mais rápido, com muita pontuação e pouco contato físico.

Próxima parada: Portugal

Com jogadoras espalhadas por vários estados brasileiros, a seleção brasileira se reúne uma vez por mês. A última foi em Itu (São Paulo). Em julho, disputará o Mundial Universitário, no Porto, em Portugal.

Para as atletas, que ainda não conseguem se dedicar exclusivamente ao rúgbi, o investimento do COB é um alento.

— Geralmente, cada atleta arca com seus próprios gastos, recebendo no máximo o dinheiro para a passagem.

Essa verba só vai ajudar no desenvolvimento da seleção — aposta a niteroiense Gabriela Bittencourt. — Eu sou bióloga. Estou sempre com um calendário na mão, tentando encaixar datas.

Algumas jogadoras, como a também niteroiense Beatriz Futuro, têm mais sorte.

Aluna de Artes Cênicas na UFRJ, é uma das únicas da seleção brasileira que vivem do esporte.

— Quando me perguntam o que eu faço da vida e digo que sou jogadora de rúgbi, soa um pouco estranho, mas estou mais acostumada — conta ela.

— A seleção feminina sempre se virou e, mesmo sem dinheiro, conseguimos nos sobressair no continente. Agora, se não tivermos de nos preocupar mais com a parte burocrática e pudermos nos concentrar no que precisamos fazer de verdade, que é treinar e competir, com certeza, iremos longe.

Fonte: O Globo

Nota da NETVASCO: As disputas do Rúgbi de 7 dos Jogos Olímpicos Rio 2016 acontecerão em São Januário, conforme projeto apresentado pelo Rio de Janeiro ao Comitê Olímpico Internacional.

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