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NETVASCO - 17/05/2010 - SEG - 14:04 - Gaúcho revela que alguns jogadores queriam sair do Vasco

O Vasco novamente não foi bem no Campeonato Brasileiro, não passando de um empate contra o Palmeiras, em São Januário por 0 x 0. Entretanto, nada disso parece afetar o técnico Gaúcho.

Em entrevista à Super Rádio Brasil, o treinador do Gigante da Colina analisa a partida contra o Palmeiras e reafirma sua opinião de que o Vasco ainda pode formar um grande grupo ainda no Brasileiro:

"Foi um jogo que no segundo tempo se tornou até meio dramático para a gente. Tivemos um primeiro tempo muito bom, onde o Vasco teve um volume de jogo muito grande. Chegamos várias vezes ao gol do Palmeiras, mas infelizmente, não tivemos competência par colocar a bola dentro do gol. O segundo tempo já foi um jogo diferente. O Vasco ficou um pouco assustado, os atletas, com a cobrança da torcida. É uma coisa natural, a torcida do Vasco vem ao estádio para ver o seu time ter um grande desempenho. Infelizmente, não conseguimos no primeiro tempo. Aí, a tensão aumentou e os jogadores pararam de produzir. Mas vamos continuar o trabalho, cm muita seriedade, com muita dedicação, porque eu acho que o Vasco tem condições de, nessa competição ainda, formar um grande grupo e chegarmos a uma posição muito boa nessa competição."

Queda de produção pode ser atribuída à ansiedade?

"Para fazer aquele volume de jogo que nós fizemos no primeiro tempo, há um desgaste muito grande, físico, emocional, a entrega dos jogadores. Eles tentaram no segundo tempo, mas houve uma baixa nesse sentido. Eu acho muito mais psicológica, problema na cabeça, na segurança, na intranqüilidade, nas coisas que você sabe muito bem que é o atleta que vai resolver, ali dentro do campo. Não tem como a gente pensar de maneira diferente. Isso aí abalou um pouco. Alguns jogadores perderam até o controle para resolver as coisas, para ter tranqüilidade para colocar a bola para dentro do gol, para acertar um passe mais fácil, essas coisas todas. Isso leva tempo. Nós viemos numa sequência de jogos direto. Agora que nós temos duas semanas para trabalharmos. É difícil você passar tudo isso para os jogadores rápido assim. As coisas têm que acontecer, mas tem que ter paciência, não tem outro caminho. Eu sei que a coisa está sendo sofrido, está sendo dura, principalmente para mim, que vivo p Vasco já há quarenta e um anos, fui atleta, tenho uma vida toda ali dentro. Eu sei que o torcedor fica impaciente, mas a gente tem que ter calma. O Vasco não tem um grupo, ainda, um grupo definido, para disputar esse tipo de competição."

Gaúcho procura saber da condição de Carlos Alberto e Fágner, considerados titulares?

"A gfente sabe do potencial desses dois jogadores, a falta que eles fazem ao time, ao grupo. O Carlos Alberto é um jogador que um controle muito grande dentro do campo, com o time, com o grupo, passa muita segurança. É uma peça valiosa. Infelizmente, o Carlos não conseguiu, nesses últimos jogos, por problemas de lesão, ter uma sequência de jogos. Isso mexe muito no rendimento e na condição, na qualidade do time. A gente tem que, aos poucos, tentar. Temos conversado com o Departamento Médico, que tem feito de tudo para recuperar estes atletas. O atleta com dor não tem como jogar, mas nós temos que, com tranqüilidade, com paciência, porque não tem jeito, vamos o mais rápido possível, ter esse jogador dentro do campo. Eu acredito que em mais uma semana, talvez, eu acho que o Carlos Alberto estará em condições de jogar, junto com o Fágner."

Gaúcho percebe pressão interna pela falta de vitórias?

"Isso nunca deixou de existir. Quando você está num posto como esse, na posição que você se encontra, como técnico responsável pelo resultado de um trabalho, você nunca vai viver sem pressão. Você vai viver com pressão, mas é uma coisa para a qual eu estou preparado. Os caras falam um técnico de ponta [referência à faixa de protesto ontem em São Januário], um técnico não sei o que. Eu estou nessa profissão já como técnico há 25 anos. Eu já joguei e trabalhei no Vasco. Ganhei muitos títulos no Vasco, inclusive um Rio-Sáo Paulo em 93. Já tive títulos fora do Brasil, aqui no Brasil. Então, isso não me assusta. O que me assusta é as pessoas não terem o equilíbrio e a paciência para avaliar algumas coisas que tem que ser avaliadas com calma. Não adianta a gente sair quebrando tudo, encontrando culpados. Temos que falar as coisas com razão, com propriedade, com equilíbrio, para não pegar, juntar tudo e fazer uma coisa só. Temos que dividir, saber a responsabilidade daqui, a responsabilidade dali, porque que aconteceu isso, porque que esta nessa situação. Agora, eu sou um cara que tenho que dar solução, lá. Eu não posso ficar falando os problemas que existem. Eu tenho que fazer o time ganhar, eu tenho que fazer o time jogar. E é o que eu estou tentando fazer."

O apoio de Dinamite é o que dá a Gaúcho tranqüilidade para trabalhar?

"O que o Vasco precisa, nesse momento, é ter jogadores. Não estou reclamando dos que o Vasco tem, mas é ter jogadores para podermos ter uma avaliação melhor. Outras peças para a gente fazer uma avaliação melhor, fazer um trabalho um pouco diferente. Quanto à parte de bancar, o Roberto conhece o meu trabalho. O Roberto não é só meu amigo. Ele é meu amigo há 41 anos, jogamos juntos, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. PO Roberto é um amigo que se eu sair de técnico do Vasco, eu não vou deixar de ser amigo do Roberto. Isso não existe. Existe, sim, eu reconhecimento do Roberto pelo meu trabalho. Inclusive, eu dirigi o Roberto, eu fui técnico do Roberto em alguns jogos. O Roberto sabe do meu trabalho de vestiários, do meu trabalho de campo. Sabe a pessoa que eu sou. Essa alegação, ela é linda, ela é muito boa. É um privilégio ter o Roberto como meu amigo. É um privilégio. Acho que da parte dele, também, isso é recíproco. Acho que o que nós temos que ter aqui, neste momento, é o equilíbrio para fazermos do Vasco um time vencedor. Agora, nós temos que encontrar essa forma. Nós temos que ter jogadores, nós temos que ter um equilíbrio maior. Eu peguei o time numa situação muito difícil, jogando jogos decisivos e sem uma formação. Problemas de contusão, problema de jogadores que não vinham atuando bem. Jogadores em baixa, emocionalmente abatidos. Problemas com jogadores que não queriam jogar mais, que já queriam sair, muita, muita, muita coisa. Não estou justificando, estou só informando as coisas que se passaram nesse período em que eu estou dentro do Vasco."

Gaúcho tem percebido a insatisfação de Dodô no dia a dia?

"Eu não vejo assim. As coisas que eu peguei eram coisas que já vinham acontecendo. Eu procuro dar ao jogador a maior liberdade, a maior firmeza, a maior segurança para o jogador jogar. Não tenho negócios de coisas passadas. Oportunidades foram dadas a todos. Vai lá e joga. Vai lá, joga e fica com a camisa. A minha maneira de proceder é essa. Não tem esse ou aquele jogador. Vai lá e joga e fica com a camisa. A camisa é sua, titular. Agora, se o jogador tem oportunidade e não tem um desempenho, não corresponde com aquilo tudo que não é só o Gaúcho, tem uma comissão técnica, as pessoas avaliam, e não chegou ao ponto que nós achamos ideal, não tem como você deixar esse atleta no time. O trabalho continua, com muita vontade e dedicação."

Fonte: Supervasco

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