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NETVASCO - 16/05/2010 - DOM - 15:06 - Gaúcho fala sobre sua paixão pelo futebol e pelo Vasco

Diz a sabedoria popular que todo mundo tem um pouco de técnico de futebol dentro de si. Afinal, quem nunca deu palpite no assunto que atire a primeira pelota. E é nas ruas da Ilha, onde voltou a morar no início deste ano, depois de se separar, que o técnico do Vasco da Gama, Carlos Roberto Orrigo da Cunha, o Gaúcho, comprova essa teoria. Basta sair para sua corrida diária pela Praia da Bica ou para um chopinho no fim de semana, que ele encontra vários palpiteiros de plantão.

— No futebol, não tem jeito. Todos querem dar sua opinião. Já estou acostumado e ouço todos — afirma Gaúcho, de 57 anos, que assumiu como técnico titular há pouco mais de um mês.

Quando o assunto é o Vasco, a responsabilidade em comandar os jogadores se mistura com a paixão pelo time onde chegou aos 15 anos, recém-saído de Porto Alegre.

— O Vasco faz parte de minha história. Fiz mais de 500 jogos com a camisa alvinegra. Fui levado para lá pelo Tesourinha, que era uma espécie de Garrincha da época. Para completar, ainda tinha meu pai, que era vascaíno roxo. Não tinha mesmo como fugir. Virou paixão — lembra Gaúcho, que jogou por 13 anos no Vasco antes de partir para outros times, como Botafogo e Grêmio.

Como técnico, Gaúcho atuou na Arábia Saudita e na Argélia até que, em 2008, recebeu o convite do amigo Roberto Dinamite para assumir as categorias de base do Vasco. E o time, que nunca saíra do coração, voltou mais uma vez à sua vida profissional.

— Como técnico dos juniores, conquistei vários títulos, sendo o último deles no ano passado — conta.

O convite para assumir o time principal foi recebido por ele com tranqüilidade.

— O trabalho não estava acontecendo, e foi preciso mudar o técnico (Vagner Mancini). A responsabilidade agora é maior ainda — diz Gaúcho, que é pai de quatro filhos, confessando que faz o estilo linha dura com os jogadores. — Como ex-atleta que sou, sei que, com jogador de futebol, tem que falar a verdade sempre. O certo é esse. e fim de papo. Mas procuro manter uma relação de amizade com eles.

Gaúcho conta que, no treino, controla a vontade de entrar em campo e
correr atrás da bola. Mas tem um dia da semana em que o técnico
fica de lado e o jogador volta com força total:

— Há dez anos, eu e alguns amigos fundamos o grupo "Obrigado, bola". É um agradecimento à bola. Jogamos uma pelada na Rua Bela, em São Cristóvão, às quintas. É sagrado. Todos são bem-vindos. Eu continuo com a chuteira no meu pé. Quem jogou futebol profissionalmente nunca perde a vontade. 0 fu-
tebol não sai da nossa vida.


Gaúcho, capa do Jornal de Bairro - Ilha


Gaúcho, técnico do Vasco


Roberto Dinamite e Gaúcho num treino do Vasco em agosto de 1977


Zanata, Barbosa, Ramon, Gaúcho e Roberto Dinamite


Fonte: O Globo - Jornal de Bairro - Ilha

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