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NETVASCO - 08/05/2010 - SÁB - 10:22 - Raphael Botti relembra seus tempos de Vasco Entrevistado: Raphael Botti
Quem é: Ex-jogador do Vasco
Data: 08/05/2010
Em 2001, o Joel Santana te promoveu ao time profissional e logo na estréia, você já atuou como titular. Comente sobre essa transição.
Foi uma época muito especial em minha carreira. Tínhamos ganhado o título carioca de juniores e o Joel já tinha visto alguns jogos nossos. Parecia um sonho jogar com vários ídolos de infância, como o Bebeto, o Romário, Jorginho, Gilberto, Euller... o que posso dizer disso é que em um ano no profissional do Vasco com esse grupo, amadureci mais do que em 10 anos no exterior.
Você fez parte de um time ganhador nas categorias de base, composto também pelo Siston, pelo Ricardo Bóvio, pelo João Carlos e pelo Alberoni. Como foi participar dessa geração vencedora?
Graças a Deus, em todas as categorias de base que passei, conquistei títulos. Do mirim aos juniores. Acredito que o grupo que nascei em 1981 marcou época no Vasco.
O Vasco era a principal potência futebolística do país. Pagava salários astronômicos e possuía o elenco recheado de astros. As condições de treino, hospedagem e alimentação nas categorias de base eram boas? Seguiam a boa qualidade oferecida aos jogadores do time profissional?
Isso é o que o Vasco mais pecava. A estrutura da base não era nada boa. Tínhamos muitas dificuldades, desde alimentação até estrutura para treinamento. Hoje, as coisas mudaram. Quem perdeu com isso? Todos! Tanto o Vasco, como nós jogadores, porque com a qualidade técnica dos jogadores daquela época, seríamos negociados para Europa como faz o São Paulo, Santos e diversos outros times.
No período que você atuou como profissional do Vasco, o clube passou por uma crise econômica que fora uma das mais graves de sua história. De que forma os salários atrasados atrapalharam o rendimento da equipe?
Foi a maior crise financeira que o clube passou. Não podíamos deixar influenciar em campo. A nossa maior dificuldade naquele ano foram as contusões e jogadores indo para a Seleção.
Hoje em dia, o Vasco possui um colégio dentro de São Januário para os seus atletas das categorias de base. Como era o procedimento do clube no seu tempo de atleta vascaíno em relação ao estudo dos atletas? Como você vê a iniciativa do colégio?
Estudávamos fora do clube. Isso é ótimo, porque a porcentagem dos que se profissionalizam é pequena. Este incentivo faz com que os meninos estejam preparados para um outro mercado caso não consiga ser jogadores de futebol.
Em 2002, você se transferiu para o futebol coreano, que não é muito divulgado até hoje. Por que você escolheu essa opção?
A crise no Vasco era muito grande e no fim de 2001, recebi uma proposta boa da Coréia, que naquele ano seria o país-sede da Copa do Mundo. Isso me motivou.
Você é venerado pela torcida do Jeonbuk Hyunday, da Coréia e também no Japão. Como é ser ídolo em dois países tão distantes do Brasil?
Sinto-me muito feliz por tudo que conquistei na Coréia. Foram 5 anos e 4 títulos, um deles a Asia Champions League. Quando saí, não imaginava ser campeão de um continente. Devo tudo isso a Deus.
O que o Vasco representa para a sua carreira?
Assim como a mãe acolhe seu filho quando nasce, o Vasco me acolheu no dia 07 de setembro de 1994. O Vasco me adotou, faz parte da minha vida. Se não fosse o Vasco, não seria o que sou. Tenho saudades do Vasco.
Você teve a oportunidade de jogar no Vasco, ao lado de feras como Romário, Bebeto e Jorginho. Foi um grande aprendizado?
Como disse, esta fase foi inesquecível. Tenho que agradecer a Deus pelo privilégio.
Passou pela sua cabeça, alguma vez, naturalizar-se sul-coreano ou japonês para jogar na seleção?
Quase me naturalizei coreano, mas faltavam alguns meses para que tivesse o direito da cidadania. Transferi-me para o Japão, com isso não foi possível.
Quais são os seus planos atuais e para o futuro? Uma volta ao Brasil?
Tenho contrato até o final deste ano com o Vissel Kobe. Pretendo ficar, pelo menos, mais três anos no exterior, para depois, quem sabe, voltar ao Brasil.
Você gostaria de retornar ao Vasco?
Gostaria de voltar. Este não é o meu plano para os próximos anos, mas no futebol as coisas mudam rápido. Quando voltar ao Brasil, queria que fosse no Vasco, afinal de contas é minha segunda casa.
O Vasco em uma palavra.
Grandeza.
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Meus agradecimentos a todos que, de alguma forma, contribuem para o meu sucesso. Aos torcedores do Vasco, meus sinceros agradecimentos e admiração. Casaca!
Fonte: Sempre Vasco
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