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NETVASCO - 26/04/2010 - SEG - 05:51 - Maria da Conceição Tavares usou camisa do Vasco em sua festa de 80 anos

Reunidos em volta da mesma mesa, na festa de 80 anos da economista Maria da Conceição Tavares, os adversários políticos Dilma Rousseff e José Serra chamaram atenção dos mais de 70 convidados quando se cumprimentaram amistosamente, na noite de sábado. A cena foi saudada com aplausos e um grito de "viva a democracia", vindo de um dos amigos da homenageada.

"Os dois não foram como candidatos, mas sim como meus amigos", disse Conceição ao Estado, no domingo. Ela afirmou que vai votar em Dilma, mas que Serra é seu amigo há muito anos, e esteve em seus aniversários de 50, 60 e 70 anos. "E a Dilma foi minha aluna, muito querida também", acrescentou Conceição. Às gargalhadas, a professora garantiu que "ninguém discutiu política, e ninguém pediu voto".

Serra foi um dos primeiros a chegar, às 20h45, com um buquê de rosas brancas. O salão do clube Casa do Minho, no Cosme Velho (zona sul) ainda estava vazio. Dilma chegou 35 minutos depois. Os dois pré-candidatos sentaram-se cada um de um lado da aniversariante. Na mesma mesa, estavam o ex-senador Saturnino Braga e a ex-deputada Jandira Feghali, entre outros amigos.

"Foi emocionante porque ali estavam duas pessoas, um homem e uma mulher, e provavelmente um deles será o futuro presidente do Brasil", resumiu a economista Hildete Pereira de Melo, professora da Universidade Federal Fluminense e amiga de trinta anos da homenageada.

Pouco depois das 22 horas, o tucano deixou a festa. "Temos uma amizade à prova do tempo e de qualquer diferença", definiu Serra. Ele não chegou a ver a apresentação de canto e dança típicos de Portugal, terra natal de Conceição, nem participou do baile ao som de Bruno, filho de Conceição, músico profissional que resolveu atuar como DJ.

Dilma arriscou passos do "vira" com um professor português e depois bailou com parceiros como o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc. A petista foi embora às 23 horas. "Fez bem para o espírito", comentou Dilma.

A disposição de Maria da Conceição Tavares foi muito elogiada. "Quero chegar na idade dela do jeito que ela está", afirmou Serra, amigo da economista desde o exílio no Chile. "Ela estava muito feliz, reuniu amigos da vida inteira", contou Dilma.

A professora dançou com o grupo de percussão do seu neto Leon, vestida com uma camisa do Vasco, seu time. Disse que celebrar os 80 anos em um clube português era uma "volta às origens". E brincou: "Vou fazer aqui a festa de cem anos".

À meia-noite, Conceição puxou um "trenzinho" e saiu com os convidados rodando pelo salão. Segundo relatou ao Estado, "quando virou 25 de abril, nós cantamos "Grândola, Vila Morena"". A canção foi uma espécie de senha do início da Revolução dos Cravos portuguesa ? que, por coincidência, aconteceu no dia seguinte ao aniversário de Conceição.

A festa no clube acabou à 1 hora, mas alguns amigos, especialmente aqueles vindos de São Paulo, atravessaram a rua e foram para o apartamento de Conceição, no edifício em frente, para tomar a saideira.

Em comentário no Twitter, Serra disse que estava "chegando da balada" e revelou: "Meu aprendizado com a Maria da Conceição foi além da economia, do Brasil, da América Latina. Foi ela que me ensinou a dançar samba!".

Fonte: Estadão


Serra e Dilma à mesa com Conceição

Adversários na política, os pré-candidatos à Presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rouseff (PT) sentaram-se anteontem à mesma mesa, no Rio, no aniversário de 80 anos da economista Maria da Conceição Tavares. Por 40 minutos, os dois estiveram lado a lado, separados pela aniversariante.

Dilma e Serra disseram ter tratado apenas de amenidades, dadas as circunstâncias do encontro, organizado na Casa do Minho, clube de origem portuguesa no bairro do Cosme Velho.

À exceção de uma ligeira conversa entre Serra e excompanheiros de exílio, a festa não ganhou ares eleitorais. Conceição estava tão alegre que até puxou um trenzinho com os convidados. Ela só saiu da festa às 2h, com fôlego de sobra para mais uma rodada de conversas com amigos e ex-alunos em sua casa.

Segundo um convidado que participou da roda entre Serra e os colegas de exílio, o tucano teria perguntado: “Vocês vão votar em mim, né?”. Serra teria emendado: “O meu governo vai ser mais à esquerda que o da Dilma. Controlo minha turma, não sei se ela vai controlar o PMDB”. Quando os pré-candidatos levantaram-se para uma foto ao lado da decana, os cerca de 70 convidados aplaudiram.

Serra chegou às 20h45m e saiu às 22h, antes da apresentação do grupo de dança portuguesa Rancho Folclórico Maria da Fonte. Dilma aceitou o convite de um integrante e dançou o vira, assim como a própria Conceição, que nasceu em Portugal.

Ao sair da festa, Dilma, ex-aluna da economista, disse aos jornalistas que o encontro com o adversário foi amistoso: — Foi muito bom encontrar o Serra.

Sempre tivemos uma relação cordial, amigável.

(A conversa) foi mais social, é um ambiente que propicia isso.

Serra, que não quis falar sobre o naufrágio da pré-candidatura de Ciro Gomes (PSB), seguiu no mesmo tom: — Foi uma conversa normal.

Tenho uma relação cordial com ela (Dilma). Fui um dos primeiros a chegar, fiquei lá com a Conceição.

Disse a ela que tudo o que queria era estar do jeito que ela está com a idade dela.

De vestido verde-esmeralda longo, com um bolero rendado da mesma cor, Conceição chegou por volta das 20h30m. A aniversariante dançou muito. O parabéns ocorreu pouco antes da meia-noite.

Também houve apresentação do grupo de percussão dos netos Leon e Ivan. Eles vestiram a camisa do Vasco, time de Conceição. Ela ganhou a nova camisa do clube com seu nome impresso e o número 80.

Na lista de convidados, ex-alunos e colegas como Luiz Gonzaga Belluzzo (presidente do Palmeiras), Jorge Mattoso (expresidente da Caixa), Vladimir Palmeira, o ex-prefeito do Rio Saturnino Braga, a ministra Nilcéa Freire (Secretaria de Políticas para as Mulheres), entre outros.

— Foi uma festa ótima, com muitos amigos.

Só houve polêmica quando o assunto foi futebol. Falamos de tudo, mas não de política. Pra quê? — disse Conceição.

Fonte: O Globo

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