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NETVASCO - 19/04/2010 - SEG - 17:18 - Morte do atacante Dener completa 16 anos"A especialidade do Dener eram os golos impossíveis." A descrição póstuma de Sebastião Lazaroni, último treinador do malogrado jogador, não deixa margem para dúvidas. Dener era especial. "Não adiantava dar-lhe grandes indicações técnico/tácticas. O melhor era dizer-lhe apenas uma coisa: procura a bola e decide da melhor maneira", recorda ao Maisfutebol o homem que o orientou no Vasco da Gama.
Jorge Baidek cruzou-se com Dener no Grémio de Porto Alegre, em 1993 e lembra-se bem da "prestação brilhante" do avançado na conquista do campeonato gaúcho. "Todos diziam que era o craque do futuro no Brasil. Tinha técnica e uma velocidade espantosa. No um para um era imprevisível, imparável", atira o actual empresário FIFA ao nosso jornal.
Mais longe vai ainda Valdir Bigode, colega de Dener no Vasco da Gama. "Tinha um talento incomum e um estilo único. Força, velocidade, habilidade... O rapaz mais parecido com ele é o Neymar, do Santos, mas o Dener era superior."
"Nunca se lamentou de um campo mau ou de uma entrada dura"
"Certo dia, o Vasco da Gama foi a Buenos Aires defrontar o Newell's Old Boys...", conta Valdir. "As bancadas estavam a abarrotar. Até o Maradona foi e aplaudiu o Dener. O menino deu uma lição de futebol. O Vasco ganhou e todos os argentinos se vergaram ao talento dele. Uma equipa do Brasil venceu na Argentina e foi aplaudida. Imagine só!"
Baidek fala-nos de uma pessoa "sempre alegre", alérgica "às queixas e à mentira". "Nunca se lamentou de um campo mau, ou de uma entrada má dura, até de alguma opção do técnico. Ele só queria entrar e jogar futebol. Talvez por ser de uma família muito humilde, preferia sorrir sempre, mesmo diante de situações complicadas."
"Sei que durante algum tempo chegou a estudar de manhã, trabalhar à tarde e treinar à noite. Nunca o vi cansado. Viveu pouco tempo, mas viveu de uma maneira honesta e harmoniosa", conclui Sebastião Lazaroni.
"De que servem meus pés se Deus não me ensinou a driblar como o Dener?
Armando Nogueira (jornalista brasileiro)
"Um drible bonito é melhor que um golo"
Viver depressa e morrer demasiado jovem. O lema de uma vida inacabada, a vida de Dener Augusto de Souza. Simplesmente Dener. No dia 19 de Abril de 1994, o craque do Vasco da Gama - então com 23 anos - encontrou a morte num acidente de viação. Faz hoje, precisamente, 16 anos.
Dener foi um cometa que virou o planeta futebol de pantanas. Estrela da companhia na Portuguesa, no Grémio e no Vasco da Gama, representou duas vezes a selecção do Brasil. Morreu da forma como viveu e jogou. Em velocidade excessiva, a driblar adversários e convenções; num estilo revolucionário, algures entre a malandragem de rua e a genialidade.
"Um drible bonito é melhor que um golo". O título desta história ilustra a personalidade genuína e rebelde do antigo internacional brasileiro. A frase é da sua autoria. Para Dener, mais importante do que marcar era levantar o estádio com truques e acrobacias. E fazia-o melhor do que ninguém.
Cinco horas: um cadáver em exposição pública
A viagem já ia longa. 400 kms entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Dener dormitava no banco ao lado do condutor. Para trás haviam ficado uma reunião prometedora com dirigentes do Estugarda e uma noite de folia numa discoteca paulista. À passagem pela Lagoa Rodrigo de Freitas, o amigo Oto Gomes adormece ao volante, arrasado pelo cansaço.
O automóvel galga o passeio e atinge enfurecido uma árvore. Oto sobrevive, Dener morre asfixiado pelo cinto de segurança. Trágico, tenebroso. Durante cinco horas, o cadáver permanece no carro. Uma galeria do horror à vista de centenas de populares. A burocracia adia o transporte do corpo do futebolista, figura maior num cenário dantesco.
Valdir Bigode era, à altura do funesto acidente, colega de equipa de Dener no Vasco da Gama. "Fiquei chocado com a notícia. Ele viajava constantemente entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Muitas vezes lhe disse, a brincar, que era muito alcatrão para um franzininho como ele. Digo com orgulho: foi meu grande amigo e um dos melhores jogadores de futebol que jamais conheci", explica o ex-avançado do Benfica ao Maisfutebol.
"O futebol para mim é simples" (Dener)
O percurso meteórico de Dener não deixou ninguém indiferente. Desde o imortal Mané Garrincha o Brasil não via alguém tão moleque. Sempre descontraído, despreocupado, não distinguia o marcador directo, fosse ele grande ou pequeno, magro ou corpulento.
Dener queria era a bola no pé direito. "O resto eu resolvo", dizia muitas vezes em entrevistas. "O futebol para mim é simples. Não entendo por que o complicam."
"A morte surpreendeu Dener enquanto ele dormia. Se ele estivesse acordado, até ela seria driblada." Armando Nogueira (jornalista brasileiro)
"Até Maradona o aplaudiu"
"A especialidade do Dener eram os golos impossíveis." A descrição póstuma de Sebastião Lazaroni, último treinador do malogrado jogador, não deixa margem para dúvidas. Dener era especial. "Não adiantava dar-lhe grandes indicações técnico/tácticas. O melhor era dizer-lhe apenas uma coisa: procura a bola e decide da melhor maneira", recorda ao Maisfutebol o homem que o orientou no Vasco da Gama.
Jorge Baidek cruzou-se com Dener no Grémio de Porto Alegre, em 1993 e lembra-se bem da "prestação brilhante" do avançado na conquista do campeonato gaúcho. "Todos diziam que era o craque do futuro no Brasil. Tinha técnica e uma velocidade espantosa. No um para um era imprevisível, imparável", atira o actual empresário FIFA ao nosso jornal.
Fonte: Mais Futebol
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