NETVASCO - Técnico do D. Caxias, filho de Eurico, diz que pai não torcerá contra Vasco - 03/04/2010 - SÁB

O vínculo é inevitável. A participação do ex-presidente do Vasco Eurico Miranda como colaborador do Duque de Caxias, por si só, já eleva o clima do jogo com o Gigante da Colina, ao patamar da rivalidade. Fora de campo um abismo separa a grandeza dos clubes. Dentro, o jogo deste domingo, no Raulino de Oliveira, é tratado como uma verdadeira decisão.

O respeito vem também em relação ao treinador do Caxias Álvaro Miranda, filho de Eurico. Coordenador da base vascaína durante a gestão de seu pai, ele vê o jogo com o mesmo respeito que seus adversários. Na sexta, Gaúcho e Souza se esquivaram do clima político que envolve o jogo, mas elogiaram o treinador rival, que trabalhou com o próprio volante e com Philippe Coutinho em São Januário.

- No começo do ano não planejávamos esta situação. Infelizmente não saiu como esperávamos. Mas acontece também que não imaginávamos que este jogo seria decisivo também para o Vasco pela situação que vive. É um jogo com muita visibilidade, e espero dar uma beliscada no resultado positivo - diz Álvaro Miranda.

A ligação a um possível confronto também com cunho político é descartada pelas duas partes. Mas o fato é que no time da Baixada Fluminense também trabalha Euriquinho, irmão de Álvaro. E o diretor de futebol é Nilson Gonçalves, que foi supervisor em São Januário. Eurico ocupou diversos cargos de comando no clube entre 1980 e 2001, quando assumiu a presidência. De lá, saiu apenas em 2008, derrotado por Roberto Dinamite nas urnas. No início do ano, foi eleito presidente do Conselho de Beneméritos.

- Nasci no Vasco. Fui criado ali, tenho muita ligação com o clube, mas sou profissional. Não posso deixar a briga dele (Eurico Miranda) com o Dinamite interferir no meu trabalho. Sempre vão entrar nesse assunto, mas encaro com naturalidade essa situação. Eles tocam a vida deles e eu a minha. Como torcedor eu posso até discordar e questionar o que acontece no clube, mas hoje sou profissional - diz o treinador do Duque de Caxias.

Se nada interfere na questão política, então para quem Eurico Miranda torcerá? A escolha é difícil. A paixão clubística leva a uma vitória do Gigante da Colina, que garante a equipe, sem a necessidade de outros resultados, na semifinal da Taça Rio. Já o instinto paternal o fará torcer para o triunfo do Caxias, que livraria o time do rebaixamento para a Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Álvaro, que garante que não conversou com o pai durante esses dias que antecedem o jogo, dá sua opinião.

- Ele torce para o filho dele, mas torcer contra o Vasco nunca. É impossível. Mas, com relação ao jogo, ele não vai torcer contra o Vasco. Se o empate for bom para os dois, torce para o empate.

O problema é que, com o empate, o Vasco tem que torcer para o América não vencer, em casa, o Volta Redonda. O Duque de Caxias garante a permanência com o empate, pois soma 12 pontos, mesma quantidade que o Resende e um a mais que o Americano. Como as duas equipes se enfrentam, a igualdade no placar basta.

Fonte: GloboEsporte.com