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NETVASCO - 01/04/2010 - QUI - 05:41 - Saiba como foi o debate da Cruzada Vascaína sobre a base do Vasco

Nesta Terça, 30 de Março, a Cruzada Vascaína promoveu um debate para discutir as Divisões de Base do Vasco contando com a presença de:

Humberto Rocha (Gerente das categorias de base do CRVG)
Jair Bragança (Coordenador da Categoria Júnior do CRVG)
José Mourão Gonçalves (Grande Benemérito do CRVG e ex-VP Infanto-Juvenil)
Leonardo Gonçalves (Presidente da Cruzada Vascaína e ex-diretor do Depto. futebol amador do CRVG)
Mauricio Correa (Vice-Presidente da Cruzada Vascaína e ex-diretor do Depto. Infanto-Juvenil do CRVG)
Carlos Vinicius Herdy (ex-fisiologista das divisões de base do CRVG)
Annibal Canizio (criador e editor-chefe do Blog de Base do Vasco)
Marcio Fernandes (ex-diretor do Depto. futebol amador do CRVG)
Carlos Eduardo (ex-coordenador do CIFAT e do futsal de base do CRVG)
O primeiro a fazer sua apresentação foi o Grande Benemérito José Mourão Gonçalves que contou sua trajetória no Vasco e mais especificamente nas Vice-Presidências que exerceu.

Enfatizou o grupo de trabalho que ele criou para ajudá-lo na tarefa, que contava com 4 representantes na mesa, Leonardo Gonçalves, Maurício Correa, Márcio Fernandes e Carlos Eduardo.

O Grande Benemérito contou que enquanto esteve a frente do Departamento Infanto-Juvenil, contou com total autonomia e através de sua equipe, procurou aproximar a formação dos atletas à ciência, aos poucos introduzindo métodos científicos nas avaliações dos atletas por um lado, e por outro, através do CIFAT coordenado por Carlos Eduardo, facilitar a integração entre os jogadores do futsal e do futebol de campo.

Com grande lamento, Mourão lembrou que era totalmente contra ao pagamento de atletas menores de 13 anos, considerando que isso não ajudava em nada a sua formação moral, mas que a prática da forma como é feito o patrocínio no futsal, obrigou que esse pagamento fosse feito também em sua gestão. Ter a oportunidade de se formar no Vasco deveria ser o maior pagamento.

Representando a atual diretoria, o professor Humberto Rocha foi o segundo a apresentar-se. Contou de seu passado no Vasco onde foi jogador das categorias de base até os 17 anos e que ao perceber que não seguiria a carreira de jogador de futebol, formou-se em Jornalismo e posteriormente em Educação Física.

Já profissional do futebol, contou de sua passagem pelo próprio Vasco e depois sua trajetória pelo quatro grandes clubes do Rio até sua chegada à Seleção Brasileira.

Nesta nova passagem pelo Vasco, informou que o convite do Presidente Roberto Dinamite em 2008 sou como uma convocação, e que o desafio foi o que mais o atraiu. Que exerce outra atividade remunerada noturna que lhe auxilia a complementar sua renda, não tendo sido a questão financeira o fundamental.

Ao chegar ao clube, procurou trazer uma normatização aos processos administrativos e a qualificar o grupo de atletas, principalmente porque muitos atletas haviam subido diretamente para o Profissional como Alan Kardec e Alex Teixeira.

Outro ponto que foi destacado foi a qualificação dos funcionários, o Vasco tem investido nisto, inclusive no departamento de Futebol Amador.

O Coordenador do Júnior do Vasco, Jair Bragança, contou que passou por três administrações, de Calçada a Dinamite, explicou que seu trabalho é formar jogadores para o time Adulto e que por isso precisa estar constantemente em contato com as comissões técnicas do Futebol Profissional.

Sobre essa nova fase, especificamente sobre este ano de 2010, relatou que o Júnior do Vasco tem procurado qualificar seu elenco com alguns atletas observados durante a Copa São Paulo 2010 e que as dispensas ocorridas do início do ano foram fruto apenas da avaliação do desempenho dos atletas ou da falta de espaço para que eles fossem aproveitados no time principal.

Foi lembrada a oportunidade do clube ser campeão da Taça Guanabara e que isso seria fundamental pois este ano a Taça BH coincidirá com o campeonato estadual.

Os demais coordenadores da administração Eurico tiveram a oportunidade de falar de suas áreas de atuação específicas sempre ressaltando que o trabalho com divisões de base são feitos a longo prazo com pequenos melhoramentos constantes e muita determinação.

Na fase de debates, o Professor Humberto Rocha foi naturalmente o mais cobrado.

Sobre o CT para a base, o Prof. revelou que na sua opinião, o CT é fundamental, que já fez trabalhos sobre o tema, tanto quanto as CT de Caxias quanto a possibilidade de outras áreas e que um relatório já está pronto nas mãos da presidência. Minha interpretação é de que o aproveitamento de Caxias, embora ele tenha ressaltado a sua inigualável vantagem de logística, é muito difícil.

Quanto a saída do atleta Muralha, do Juvenil, Humberto Rocha afirmou que não houve um acerto financeiro entre o Vasco e o representante do atleta e que o clube privilegiou a análise técnica atual do atleta e não sua trajetória do Vasco. Que a oferta do Vasco foi feita baseada em um relatório pormenorizado e portanto, que avalia como acertada a postura do Vasco, lamentando que o atleta tenha decido por outra alternativa para sua carreira.

Também o professor foi questionado sobre a chegada de vários atletas oriundos do Sul. Reputou o assunto a muito folclore e assegurou que não há nenhuma preferência por atletas daquela região do país. Lembrou que Lipe e Maicon embora tenham vindo do sul, são formados em São Paulo e Minas respectivamente. Ainda acrescentou que a região que mais concentra atletas é mesmo o sudeste.

Sobre a demissão dos funcionário nas divisões de base, informou que foi ele o encarregado de comunicar as demissões, fruto de decisão da diretoria de reduzir a folha de pagamentos, que em muitos casos, como o do Prof. Herdy, presente, procurou reverter a decisão, mas que nos casos em que foi impossível, está procurando repor os quadros com critério. Informou que nem todos os demitidos já foram substituídos, mas que procurará por profissionais de comprovada capacidade. No caso da fisiologia foi informado que um novo profissional já foi contratado, sendo neste caso um fisiologista-médico.

Por falar em Professor Herdy, este também se manifestou, contou de sua experiência de 9 anos de Vasco, passando por duas diretorias. Relatou como foi ganhando relevância a fisiologia na formação dos atletas do Vasco e como foi feito um trabalho individualizado em atletas de ponta como aquele feito em Philippe Coutinho que desde os 15 anos recebeu atenção especial para que fosse capaz de, ao subir para o profissional, suportar a maior exigência.

Além disso, Herdy lembrou que no Brasil, por características sociológicas que iam além do debate, é das regiões mais carentes que surgem os jogadores com maior desenvoltura para a prática do futebol e sugeriu que o Vasco investisse em se aproximar dessas comunidades.

O Grande Benemérito Mourão não ficou satisfeito com as respostas do Professor Humberto, assim como o ex-Coordenador Márcio Fernandes. Sempre com muita educação e respeito, lamentaram que não tivesse havido uma transição mais tranquila na troca de diretoria e, mesmo sabendo que o Professor chegou numa fase posterior, reputavam os muitos problemas relatados como falta de fichas técnicas dos jogadores se deveu à forma de transição.

Já o Prof. Humberto lembrou que a ele foi relatado que mais de 10 atletas havia deixado o clube na troca de diretoria e que ele não sabia o motivo.

Toda essa discussão saudável foi provocada por uma indagação do Dr. Jayme Lisboa, Vice-Presidente da Cruzada Vascaína que desejava saber exatamente como foi recebida as divisões de base pela administração Dinamite.

O Coordenador Jair Bragança foi instado pelo Grande Benemérito Mourão a contar quantos profissionais da sua época permaneceram no clube após a mudança de diretoria. O Professor Jair refutou que tivesse havia alguma caça às bruxas, sendo ele um exemplo presente. Que chegou a cogitar que ele próprio seria dispensado como um processo normal de sucessão, mas que tal fato acabou não acontecendo. Ainda, que na sua opinião, as demissões se deverão mais as processo natural do futebol e à maneira que as comissões técnicas são formadas.

O Prof. Herdy, tomando a palavra, lembrou da abnegação dos profissionais que trabalham na Base do Vasco que estão trabalhando mesmo com os salários atrasados. Também contou, que os atrasos nos salários dos funcionários acabam agravando a questão da alimentação dos atletas pois com as dificuldades financeiras, os funcionários passam a depender mais da alimentação no clube aumentando a demanda e fazendo cair a qualidade da alimentação.

O ex-Coordenador Márcio Fernandes perguntou sobre a demissão do Técnico Marco Aurélio do Pré-Mirim que mantinha um projeto juntamente com o União e que agora associou-se ao Flamengo e que tem sido acusado de tirar atletas do Vasco. Márcio Fernandes lembrou que ele era um grande profissional e que o sucesso de seu projeto vai ser aproveitado pelo rival.

Infelizmente a reunião teve que ser interrompida pelo avançado da hora e para encerrar o Grande Benemérito Mourão lamentou o tom morno do debate que segundo ele deveria ser muito mais acalorado.

Terminada a reunião, pelo salão da Casa Vila da Feira e Terras de Santa Maria, podiam ser vistas rodas de conversa entre integrantes da antiga e da atual diretoria num demonstração de que o diálogo é possível e saudável para o Vasco.

Até a próxima pois muitos assuntos ficaram por ser explorados.

Fonte: Blog de Base

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