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NETVASCO - 19/03/2010 - SEX - 08:58 - Dinamite fala que emenda do pré-sal é 'impensada e absurda' A manifestação desta quarta-feita no Rio de Janeiro contra a emenda que retira do estado recursos dos royalties do petróleo reuniu cerca de 100 mil de pessoas das mais variadas origens. Apesar da chuva que caiu durante toda a tarde, o centro da cidade ficou tomado de gente, num protesto com jeito de festa graças aos shows musicais. As Avenidas Presidente Vargas e Rio Branco foram fechadas. O governador Sérgio Cabral Filho, o organizador do ato, resumiu a manifestação.
– Há muito tempo o Rio não via uma mobilização dessa maneira – destacou o governador, o primeiro a afirmar que o estado não terá condições de fazer obras para Copa e Olimpíada se perder receita.
Se a intenção era mostrar união da população contra que a proposta que retira R$ 7 bilhões ao ano do estado e dos municípios, o objetivo foi alcançado. Poucas vezes públicos diferentes e adversários políticos caminharam lado a lado. Até a ex-governadora e atual prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, esqueceu temporariamente a rivalidade e andava de braço com Cabral. Bandeiras do PCdoB e do PSDB tremulavam próximas. E freiras caminhavam pacientemente ouvindo o som da bateria da Escola de Samba Estácio de Sá. Enquanto a população caminhava, papéis picados eram jogados dos prédios.
- Parecia que agora o Rio melhoraria com Copa do Mundo e a Olimpíada. Não podemos perder esse dinheiro - disse a empresária Lúcia Gimenes Costa, 52 anos, que pintou o rosto de azul e branco, as cores da bandeira do estado.
Muitos manifestantes foram embora no final da tarde devido à chuva torrencial. Quem ficou pode ver shows e artistas, entre eles Xuxa, que fez um rápido discurso em favor do Rio. Só quem falou no palco foi o prefeito Eduardo Paes, que agradeceu ao público e mandou o DJ seguir embalando a festa/protesto.
Baixa adesão de atletas
Apesar da perda de receita comprometer as obras da Copa do Mundo e da Olimpíada, como afirmou o governador Sérgio Cabral Filho e o Comitê Organizador do Rio-2016, a adesão de atletas à manifestação foi baixa. No palco principal, junto às autoridades, a reportagem do LANCE! não encontrou nenhum atleta olímpico. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê 2016, Carlos Arthur Nuzman, não foi ao avento porque estava na Colômbia, nos Jogos Sul-Americanos.
As torcidas de três dos quatro grandes clubes do Rio, no entanto, estavam representadas. Os presidentes do Flamengo, Vasco e Fluminense deram apoio à manifestação.
– Essa medida do deputado Ibsen Pinheiro (de tirar recursos do Rio) é impensada e absurda – disse o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, que ficou monitorando pelo telefone celular a partida entre clube e ASA-AL, pela Copa do Brasil.
Entenda a emenda polêmica
A emenda ao projeto de lei que trata do regime de partilha e da distribuição dos royalties do petróleo extraído da camada pré-sal foi aprovada na Câmara por 369 votos a 72 e duas abstenções. De autoria dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), a emenda redistribui os royalties pagos pela extração do petróleo em todo o País, incluindo o da camada pré-sal. A proposta prevê que estes recursos sejam divididos entre Estados e municípios - metade para cada -, seguindo o modelo de distribuição dos Fundos de Participações dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).
A proposta provocou polêmica particularmente entre os Estados, pois retira recursos dos principais produtores de petróleo - Rio de Janeiro e Espírito Santo - em favor dos demais estados e municípios. De acordo com levantamento feito pelo PSDB, com a aprovação da emenda, a receita do Espírito Santo passaria de pouco mais de R$ 313 milhões (receita de 2009) para R$ 157 milhões. Já a do Rio de Janeiro cairia de R$ 4,9 bilhões para R$ 159 milhões.
Fonte: Clicrbs
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