NETVASCO - Fisiologista do Vasco comenta trabalho muscular de Philippe Coutinho - 05/03/2010 - SEX

Após brilhar na sua primeira Taça Guanabara, o atacante Caio colhe os frutos do tratamento para sustentar o seu crescimento na carreira. O jogador logo se preocupa, não quer perder velocidade com o ganho de massa muscular, mas o fisiologista Altamiro Bottino explica que o resultado final será mais potência para proporcionar maior rapidez.

Caio não é o único do grupo. Atualmente, outros como Philippe Coutinho, do Vasco, e a promessa da base do Flamengo, Maycon Santana – descoberto pela internet –, fazem o mesmo tipo de trabalho.

“Eu não sinto muita dificuldade não, até gosto de ser magrinho. Tenho medo de ficar pesado e perder velocidade. Se tiver de ganhar peso, até aceito, mas que não prejudique a minha velocidade”, disse Caio, sonhando em dar uma vida melhor à família.

Desde dezembro no profissional, ele ganhou 2 kg de músculos. Coutinho, em um ano e meio, ganhou 6 kg. O franzino Maycon Santana, que chegou ao Ninho do Urubu com anemia e verminose, hoje exibe um corpo bem mais próximo de um atleta profissional: os 52 kg em 2007 são agora 65,2 kg; e passou de 1,64m de altura para 1,70m. É vigiado pelo Projeto Soma, que já ajudou o maior ídolo do Flamengo, Zico.

No caso de Caio, o primeiro passo foi a dieta e a suplementação, vigiado de perto pela nutricionista Elizabeth Vilhena. Em seguida, foi iniciado o trabalho com o fisiologista, para ganho de massa muscular. Com uma carga de peso diferente, personalizada, ele será lapidado de acordo com os dados colhidos por Bottino.

“Não se constrói uma casa sem tijolo e cimento. A parte alimentar, de suplementos, dará a base para que o atleta suporte a carga. Em um cenário ideal, terá um resultado sustentável entre seis meses e um ano. Os exercícios vão priorizar o aumento de volume da massa muscular, enquanto normalmente nos profissionais se trabalha potência. No caso dele, será a sustentação para uma maior potência, o que como resultado final trará mais velocidade”, explicou Bottino, ressaltando que se trata também de um programa para prevenção de lesões.

Daniel Gonçalves, fisiologista que cuida de Coutinho no Vasco, lembrou: “Há alguns mitos. Se o mais forte fosse mais lento, o pessoal do atletismo, dos 100m, seria bem franzino. É claro que perderá velocidade se ganhar excessivamente e o trabalho não for adequado. Usamos essa comparação para os jogadores. Um trabalho equilibrado com a musculatura vai aumentar a potência do atleta. São dois objetivos: o ganho de performance e a força para situações de choque”.

Apesar da impressão de grande ganho acentuado de massa no jovem Maycon Santana, o médico responsável pelo atleta no Projeto Soma, Luiz Cláudio Baldi, afirmou que, para um atleta no seu estágio, é normal. O garoto chegou fragilizado à Gávea, era bastante magro, como se pode constatar nas fotos, e hoje já exibe os músculos.

“Ele chegou com anemia, verminose, era bem franzino, até pelas dificuldades que tinha na cidade dele (Adustina, na Bahia). Teve um ganho natural. É acompanhado dentro do Projeto Soma, que há mais de duas décadas é conduzido pelo doutor Serafim Borges. Ele ganhou força e massa, mas isso não atrapalhou a agilidade do atleta. Sempre verificamos e se detectamos algum problema, mudamos o programa. O atleta que chega passa por todos os tipos de exame. O projeto foi usado por Sávio, Djalminha, Marcelinho Carioca...”, explicou, sem esquecer, é claro de mencionar o maior emblema do programa, Zico.

Fonte: IG