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NETVASCO - 14/02/2010 - DOM - 11:23 - Remo: Paranaenses Lucas Kreitlow e Felipe Castelli vão treinar no Vasco

Um estado exportador. O talento paranaense para a revelação de atletas desaparece na falta de manutenção dos esportistas na própria casa. Carência de investimentos, ausência de equipes de alto nível e o apelo de outros polos mais fortes contribuem para o constante êxodo no esporte local.

A rotina de despedidas começou intensa em 2010. Das quadras, da água, das raias e dos gi­násios partiram promessas moldadas aqui e que devem brilhar em outros estados.

À exceção da ginasta Khiuani Dias, que declarou a vontade de mudar de ares ao se transferir para o Flamengo, outros atletas optaram pela mudança como a única possibilidade de progredir na carreira.

Após construírem uma sólida formação em clubes de Curitiba, Fernanda Guimarães e Kassiely Clemente defenderão o Pinheiros a partir deste ano por um motivo simples: o vôlei paranaense não possui nenhuma equipe para a disputa da Superliga.

“Nosso trabalho de base é espetacular. Fomentamos o voleibol, mas não temos aqui no Paraná a continuidade. Nossos jogadores lapidados aqui buscam em outros estados a visibilidade profissional. Falta explorar o mercado de parceria que o voleibol tem potencial para oferecer”, sugeriu o presidente da Federação Paranaense de Vôlei, Neuri Barbi­eri.

O Pinheiros também recrutou outro paranaense este ano, o triatleta Juraci Moreira. “O pessoal some porque não tem investimento. Em termos de governo, o Paraná é o pior estado de todos. O poder público não apoia. Já propus uma escola de triatlo, que usassem minha imagem, e nada. São tão poucos atletas olímpicos daqui que não custava haver uma parceria”, disse. Foram 24 representantes em Pequim-2008.

Destino certo

Das raias do Clube de Regatas Yguaçu também se foram Lucas Kreitlow e Felipe Castelli. A dupla de remadores vai treinar no Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo em que lamenta o prejuízo ao clube que investiu nos garotos, o técnico Stefan Genthner reconhece não existir um horizonte para eles no Paraná.

“Lamento pelo clube que deu material, bancou viagens para eles competirem em outros estados, pois aqui não existe um torneio forte. Mas como eles ficariam se não há apoio? Nem sequer existe quem conserte um barco. Imagina comprar um que custa R$ 25 mil?”, comparou.

Ele treinava de graça a equipe local. Como não podia viver do remo, dava aulas das 5h30 às 7h30 antes de pegar no batente. “Sinto por não ficarem aqui. Temos uma das melhores raias do país. A confederação tem um projeto até de mandar a seleção treinar aqui. Mas, por enquanto, nossos atletas vão sair do amadorismo para um quase profissionalismo, terão estrutura, equipamentos de primeira”, consola-se.

Na natação, o curitibano Henrique Rodrigues sacramentou sua transferência para os Estados Unidos no fim de 2009. Ele treinará ao lado do expoente César Cielo. Antes de seguir o previsível caminho internacional, Rodrigues já havia deixado suas raízes para treinar no Minas Tênis por três anos. “Acho que a natação está melhorando muito no Paraná. Mas ainda vai demorar mais um tempo para oferecer as mesmas condições”, justificou o nadador.

A possibilidade de revitalização do esporte ainda parece distante. “É natural que os centros econômicos mais fortes exerçam uma atração. Isso acontece até no futebol. O Paraná, contudo, tem duas deficiências que o colocam em desvantagem. Faltam uma Lei de Incentivo e um programa de bolsa-atleta locais, que poderiam minimizar essa evasão”, sugeriu o ex-secretário estadual de esportes e assessor especial do Ministério do Esporte, Ricardo Gomyde.

A própria lei nacional de incentivo ao esporte não rendeu os recursos esperados no Paraná. “Nós temos um projeto aprovado e estava tudo certo com a Copel, mas o governador Roberto Requião vetou o repasse (de 1% do imposto de renda da empresa)”, contou a coordenadora da Federação Paranaense de Ginástica, Eliane Martins, que lamentou a saída de Khiuani Dias. “É ruim perder o investimento feito no atleta. Mas não podemos competir com propostas de outros clubes. Ainda estamos correndo atrás do nosso orçamento, que por enquanto está no zero”, admitiu.


Lucas Kreitlow


Fonte: Gazeta do Povo

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