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NETVASCO - 06/02/2010 - SÁB - 13:59 - Vasco tem a 5ª maior 'dívida per capita' do futebol brasileiro

Há muitos anos a dívida externa de Pindorama deixou de nos atormentar. Não porque tenha deixado de existir, pois ela existe, mas hoje em patamar mais civilizado, economicamente falando. Ao mesmo tempo, em parte por isso, em parte por deter o poder, velhas cornetas do apocalipse calaram-se. Como todo brasileiro nascido antes de 1978, mais ou menos, sou um especialista em economia. Não por gosto, mas por força da sobrevivência aos inúmeros planos econômicos, cada um pior que o anterior, alguns usados da maneira mais calhorda possível como ferramentas eleitorais. Houve um momento da história em que executivos brasileiros de multinacionais viram-se valorizados, subitamente, porque turbulências atingiram as casas matrizes e filiais importantes em áreas livres de turbulência e a nossa rapaziada era o que se podia chamar de especialistas na matéria. Se conduzir a vida pessoal em meio aos planos e a índices inflacionários que chegaram a 80% – em um único mês! – imaginem, então, conduzir uma empresa, ainda mais multinacional, em meio a esse caos?

Isso tudo, por enquanto, é história. Durante esses muitos anos, acostumamo-nos a ver nos jornais as matérias sobre a dívida externa e um índice que era aterrador: a dívida externa per capita. Meu segundo filho, Gustavo, nasceu em 1981, já devendo os olhos da cara para os bancos estrangeiros. Não lembro quanto, não vale a pena, mas era coisa aí da ordem de cinco a seis mil dólares. Isso quando o dólar valia muito.

Mudou. Mudou o mundo, mudou o Brasil, mudamos todos. Tanto mudamos que mesmo muitos de nós que por tudo isso passaram, pouco ou nada recordam. Tudo isso brotou ao pensar no tema desse post: as dívidas dos clubes divididas pelo número de torcedores de cada um.

Essa ideia simples e interessante é do Lucas Camargo, “olheiro” tanto crônico quanto crítico há muito tempo, com muitas contribuições em seus comentários.

Quanto “deve” cada torcedor?

Supondo que cada torcedor se dispusesse a pagar a parte que lhe cabe nas dívidas de seu clube do coração, para saná-las de vez, e isso é mera suposição, posto que na prática jamais funcionaria (num passado remoto houve até uma malfadada campanha com o nome “Dê ouro para o bem do Brasil” – houve até quem desse, geralmente os mais humildes; meus pais deram alguma coisa… inacreditável), de quanto seria esse valor? É o que vamos ver.

A base de dados para esse post é a já conhecida e vilipendiada pesquisa sobre torcidas brasileiras feita pelo Datafolha em dezembro de 2009 e exaustivamente abordada neste Olhar Crônico Esportivo no começo de janeiro.

Infelizmente, a pesquisa não cobriu o mesmo número de clubes que foi abordado pelos estudas da Casual, o que, lamentavelmente, deixa clubes importantes fora desse post.

Minha primeira ideia foi pegar somente os torcedores na faixa de renda acima de 5 salários-mínimos, mas rapidamente lembrei-me que isso geraria tanto comentário, digamos, críticos, que desisti. Além disso, como falei no parênteses logo atrás, as pessoas que mais contribuem com as “nobres” e nobres causas são as que menos podem fazê-lo. Logo, nada mais justo e correto que colocar nos cálculos todos os torcedores.

Não faço distinção entre tipo de torcedor. Para mim, torcedor é um só. Se vai ao estádio ou não, se compra o PPV ou não, se tem trinta camisas oficiais ou nenhuma, se compra a camisa suada do pirata do varal ou não, se tem outro time em seu coração ou não, nada disso interessa. Todos são torcedores. Essas distinções têm valor apenas para trabalhos de marketing, que precisam ter um perfil dos torcedores justamente para melhor criar e direcionar suas mensagens e campanhas. O importante, porém, é que todos são torcedores. Assim como os brasileiros: independentemente do tamanho da conta bancária ou do gosto futebolístico ou político ou sexual ou o que seja, somos todos brasileiros. Inclusive os que aqui não nasceram, mas optaram por aqui viver. Todos brasileiros, sem distinção. Da mesma forma, todos torcedores, sem distinção de valor.

Temos, portanto, uma massa de 134 milhões de torcedores, tomando por base a população brasileira estimada pelo IBGE para o dia 9 de janeiro do corrente ano (192.307.730 habitantes). Como esse número-base já está arredondado, não vi necessidade de ver a previsão da população para hoje, menos de 30 dias depois da estimativa usada nos posts sobre a pesquisa. Ficaram de fora desse número os brasileiros que não gostam de futebol e os brasileiros que ainda não completaram 16 anos de idade. Para os cálculos, usei os valores do passivo total de cada clube, já sem as despesas ditas correntes, ou seja, os passivos “depurados”, como chamei-os. São, portanto, os mesmos números do post anterior.




Apenas como parâmetro, se pegarmos o total das dívidas dos clubes no ano de 2008 e dividirmos pelo total de torcedores estimado para janeiro de 2010, chegamos ao resultado de R$ 17,00 – esse é o valor médio que cada torcedor brasileiro deve.

Esse trabalho não conduz, necessariamente, a algum lugar. É apenas um exercício, uma curiosidade. Nada impede, porém, que o torcedor dê asas à sua imaginação, mas deixo um aviso chato: ninguém, em sã consciência, vai propor que cada torcedor doe um valor qualquer para seu clube. Na prática não funciona. Além disso, o custo envolvido na captação de algum recurso é muito alto. Ou seja, qualquer coisa que tivesse essa ideia como fundamento, teria que partir de um valor mínimo que pagasse todos os custos e deixasse algo apreciável para o clube. E esse valor mínimo deve girar em torno de dez reais.

Boa diversão e bom final de semana.

Fonte: Blog Olhar Crônico Esportivo - GloboEsporte.com

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