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NETVASCO - 16/01/2010 - SÁB - 15:10 - Gigantes do futebol europeu também têm dívidas astronômicas

No ano em que se realiza a Copa, o maior evento esportivo do planeta, os balanços dos principais times do mundo apresentam o mesmo e surpreendente traço vermelho. Gigantes como Manchester United, da Inglaterra, Real Madrid, da Espanha, e Juventus, da Itália, fecharam 2009 com dívidas astronômicas.

No Manchester, os débitos superam US$ 1 bilhão – valor mais alto do que o passivo de muitas companhias multinacionais. A situação é tão grave que até o seu estádio, Old Trafford, corre o risco de ser penhorado para o pagamento de empréstimos bancários e já se fala até na venda do clube para empresários chineses. O Real Madrid, que no ano passado comprou pelo valor recorde de US$ 150 milhões o passe do português Cristiano Ronaldo, contabiliza passivos superiores a US$ 600 milhões. No Brasil, embora os valores envolvidos sejam menores, o cenário é igualmente preocupante. Segundo dados da consultoria Casual Auditores, clubes como o Vasco viram sua dívida quase triplicar no período de apenas um ano, passando de R$ 129,3 milhões para R$ 308,1 milhões. Até times com fama de administração eficiente enfrentam o pesadelo. No São Paulo, os débitos estão acima dos R$ 100 milhões.

O curioso é que, nos últimos anos, virou lugar-comum afirmar que futebol é um grande negócio. Para Amir Somoggi, diretor da consultoria Crowe Horwath, que realiza estudos econômicos na área esportiva, trata-se de um equívoco. “O futebol está virando um esporte deficitário”, diz o especialista. O motivo? “As despesas evoluíram tanto que ficou impossível ganhar dinheiro nesse ramo, a não ser que o modelo todo seja revisto.” Os contratos de patrocínio aumentaram, as cotas de televisão pagas aos clubes bateram recordes históricos e a venda de material esportivo nunca esteve tão bem. O problema é que as despesas crescem num ritmo muito maior.

“Os salários de jogadores e técnicos atingiram um nível tão elevado que inviabiliza a saúde financeira dos clubes”, diz Somoggi. Cristiano Ronaldo, por exemplo, recebe 13 milhões de euros por temporada, apenas de salário, valor que não inclui o pagamento de direitos de imagem. No Brasil, uma tentativa de resolver o problema fracassou. Lançada em março de 2008, a Timemania foi um fiasco, arrecadando apenas 20% do que havia sido previsto.

“Para sobreviver, no final do ano os times brasileiros vendem seu principal jogador, mas depois acabam contratando outra estrela por valores que não condizem com a sua realidade”, diz Somoggi. “A solução é colocar na cabeça dos dirigentes uma visão empresarial.” Convenhamos: isso parece ser tão difícil quanto fazer um gol de placa.




Fonte: Isto É Dinheiro Online

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